Capítulo 20

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Quando chegamos na mesa de jantar não avistei ninguém, tinha vários tipos de comida ali em cima para nos servimos, mas ninguém estava a mesa, Tate não queria jantar, tinha ido direto para seu quarto. Eu e Laurel enchemos nossos pratos e fomos para meu quarto. Chegando lá, nos sentamos na minha cama e começamos a comer.

- O que vocês estavam fazendo lá fora? - pergunta curiosa - Você e o Tate? - ela me lançava um olhar divertido.

- A gente estava só conversando.

Mas meu sorriso de abestada que lutava em sair de meu rosto mostrava que tinha acontecido algo mais.

- Hum, sei - sua voz era irônica - Vamos me conte. Eu sou sua amiga. - ela me lança aqueles olhares de cachorro pidão, me fazendo rir.

- Quando algo mais serio acontecer, eu mesma lhe digo - tranquilizei-a - Você será a primeira a saber, por enquanto deixaremos isso para lá.

- Está bem - disse Laurel sorrindo - Mas espero mesmo que eu seja a primeira

Sorri junto com ela e voltamos a comer e conversar. Pergunto a ela sobre Tate e Becca e como era a relação dele com ela, Laurel me contou pouco, disse que Tate parecia sempre distante com Becca, ela disse que notava nitidamente que Becca era louquinha por ele, mas ela não era correspondida.
O namoro deles durou pouco, por volta de um mês, ele terminou com ela, por motivos que ninguém sabe, porém todos perceberam que Becca ficou arrasada com o termino, chorou dias.

"Imagino como deve ter doído para ela ser deixada assim. Quando eu tinha 15 anos também me apaixonei por um garoto na escola e ele partiu meu coração. Sorte que naquele tempo tinha Caitlin do meu lado para me ajudar a catar os cacos. Será como ela deve ter se sentindo estando sozinha aqui?!"

Aquele pensamento me fez ter um pouco de pena por Becca.

Laurel e eu conversamos a noite toda, contei a ela sobre Caitlin e sobre como era nossa amizade, sobre os rapazes que já conheci e riamos, das vergonhas que Laurel já passou por causa da magia. Sinto que nossa amizade está fluindo, lentamente, como se a cada dia que passa nos tornamos mais próximas, mais intimas. Isso me agrada e faz meus dias mais suportáveis.

Quando está muito tarde Laurel volta para seu quarto, mas antes, leva consigo nossos pratos até cozinha. Então, quando fico sozinha com meus pensamentos em relação a Abigail, repasso como será a maneira que irei confronta-la.

Será se ela me responderia?

ou

Vai dar algum jeito de por no escuro?

Sinceramente, vou ter que arriscar.

Meus olhos começam a pesar com o passar do tempo, a noite vai ficando mais noite, e o cansaço começa a tomar conta do meu corpo até eu adormecer de vez.

***

Estou de volta novamente em minha casa, o aquecedor estava desligado e nossa residência  estava congelando, olhei pela sala e notei que meus pais estavam agachados de trás do sofá, meu pai abraçava minha mãe que parecia nervosa. Escutei a porta dos fundos sendo arrombada. Rapidamente, meus pais se levantaram e começaram uma verdadeira guerra, eram dezenas de pessoas feiticeiras por sinal, minha mãe estava com um revolver, ela atirou no primeiro cara que entrou.
Percebo ele tinha uma cicatriz que atravessava o rosto e a bala acerta seu pescoço fazendo a parede que antes branca ficar manchada com o sangue que jorrara dele. Meu pai fez que as facas que estavam cozinha se levantassem e atacassem aquelas pessoas, fazendo, assim, que dois homens caíssem no chão sangrando. Meu pai e minha mãe estão lutando bravamente, mas tinham muitos feiticeiros, a derrota era certa, depois um período de tempo, meus pais foram pegos pelas pessoas que invadiram a casa. Senti as lagrimas escorrendo pelo meu rosto pois já sabia aonde tudo aquilo iria acabar. Os caras maus seguravam meus pais com o braço atras das costas e vejo que minha mãe sangrava na cabeça por causa de uma pancada que levara, papai estava pior, estava com o olho inchado e roxo, sua boca sangrava.

- Parem com isso!! - gritei, achando que isso iria mudar alguma coisa. - Por favor! Parem! - supliquei chorando.

Escutei alguém entrando, estava de capuz, não pude saber quem era, mas como todos se afastavam notei que aquele era o líder de tudo aquilo ali. Ele ficou de frente para meus pais, os homens que o seguravam fizeram meus pais se ajoelharam, como se aquele indivíduo fosse um rei. Tentei chegar mais perto para ver seu rosto, mas parei, era como se existisse um vidro que não me permitia chegar mais perto, então fiquei assistindo.

- Onde está sua filha?! - perguntou a pessoa com capuz, sua voz era estranha, não dava para saber se era homem ou mulher.

- Vá pro inferno!! - meu pai disse cuspindo sangue pela boca.

A pessoa de capuz se abaixou e ficou cara a cara com meu pai.

- Não, não pode ser, como você pôde, porque tudo isso?

Ele disse alguma coisa para meu pai, mas não pude ouvir. Papai começou a se debater loucamente. A pessoa com capuz se levantou e estava prestes a sair quando papai sinalizou a cabeça para mamãe e eu saquei que agora iniciaria o "Plano B". Papai olhou para um corpo que estava no chão da cozinha e fez que ele pegasse fogo e a casa inteira explodiu, senti o fogo chegando perto de mim.

Então acordo.

Sombras da Noite (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora