Capítulo 37

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P.O.V Carly

Não consigo parar de encarar esse anel, talvez seja porque sempre quando olho escapa um sorriso, deixando-me submersa na felicidade. Estou tão feliz que às vezes me assusta, há um certo receio de tudo isso vai acabar

"Para de pensar assim, seja otimista" a mulher que controlava esse corpo dizia para si mesma.

Nós acabamos de sair do Hotel que Kit está hospedado e, ao passar pela porta dupla da frente, levanto a cabeça e vejo o azul mais claro de todos esses anos radiante no céu. Acho que quando a gente está amando, tudo se torna mais vivo. Ponho-me a caminhar pelas ruas sorrindo feito uma boba em direção a minha casa, mas minha mente só está em Kit.

Passo pelas lojas com vitrines magnificas de roupas de alta classe, até que encontro um vestido de casamento no manequim, simples ao mesmo tempo elegante e sem nem perceber me pego fantasiando vestida nele, entrando na igreja e todos os convidados virando o pescoço para poderem me olhar e no altar estaria Kit sorrindo para mim e todo ar dos meus pulmões escapariam.

"Ah como adoro sonhar."

Por força do hábito passo as mãos em meus cabelos, a fim de arruma-los já que todos os fios lutavam para sair do lugar. Depois tento ajeitar ajeitar o vestido - que está um pouco amarrotado - para melhorar minha aparência, se eu chegar assim em casa minha vó me mataria com perguntas. Me olho no reflexo da vitrine e ajeito-me.

"Eu e ela somos exatamente iguais" penso assustada enquanto a moça se arruma "Temos os mesmo olhos, a mesma pele, a única diferença é o cabelo, pois o dela é curto com pequenos cachos nas pontas, mas fora isso éramos completamente iguais."

O que será que está acontecendo comigo? Nunca ouvir falar disso ou algo parecido, nem mesmo nos livros na biblioteca de Abigail diziam algo, será se o paraíso é a ilusão de uma vida perfeita? Sinceramente não me atrevo a duvidar dessa hipótese. Entretanto existe uma segunda possibilidade, algum tipo de vida passada, nós vivemos em um mundo de magia, com demônios e espíritos, o que impediria de haver vidas passadas? Mas porque justamente nessa época, o que aconteceu aqui? Porque tudo está tão confuso? Eram tantas perguntas sem nenhuma resposta, a aflição me pegara de jeito.

Ponho a mão no pescoço e sinto a falta do meu cordão, sem nem pensar começo a ir na direção ao hotel às pressas, devo ter esquecido lá. O pior é que não posso perdê-lo era da minha mãe e foi a única que coisa que me restou dela depois do acidente. Apresso os passos e vejo Kit saindo do hotel, vestido com seu paletó e um sorriso em seu semblante.

- Oh graças Deus, Kit!

Seus olhos vão de encontro aos meus e o vejo estender a mão.

- Achei que iria querer. - ele sorri de canto. - Lindo cordão a propósito!

Mesmo sendo palavras simples e de mera educação, elas tinham um efeito diferente em mim do que as palavras das outras pessoas, como se cada som que saísse da boca de Kit fosse algum tipo luz, que iluminava minha face e todo meu corpo. Pego o cordão de suas mãos e sorrio.

- Obrigada Kit, eu não sei o que seria de mim se perdesse esse cordão! - fico aliviada abaixando a cabeça indo de encontro aos seus sapatos caros, acho estranho e começo a olhá-lo dos pés à cabeça - Pra onde você vai tão arrumado?

- Mal lhe pedi em casamento e já que saber de tudo? - fala sério mas longo em seguida sorrir - Vou falar com sua avó, quero causar boa impressão.

Esbugalho os olhos surpresa.

- Agora? - digo

Ele levanta uma das suas sobrancelhas fazendo uma careta jovial, ao mesmo tempo como se estivesse duvidando de algo.

Sombras da Noite (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora