- Venha é por aqui - disse Tate me guiando pelo corredor.
Leonard tinha saído de seu posto, Tate me contou que ele voltara para o quarto e que isso é uma coisa que ele sempre fazia. Fica um tempinho, fingindo que está vigiando e depois volta. Quando saímos do quarto de Tate, o mesmo levou consigo uma jaqueta e um longo pano preto. Eu questionei sobre a jaqueta, mas ele decidiu não me responder. Apenas disse que em breve eu descobriria. Paramos no meio do corredor, próximo ao banheiro coletivo e olho ao redor em busca de algo especial, mas não vejo nada. Ele parece perceber e então puxa uma cordinha do teto acima de nossas cabeças que dá ao sótão.
Analiso ali dentro e digo.
- Está muito escuro.
- Vai me dizer que tem medo? - disse ele meio zombando.
Reviro os olhos. Fico diante a escada empoleirada e subo devagarinho, com receio de que eu podia encontrar ali.
- Ligue a lanterna do celular - disse Tate
Quando chego lá, é o que eu faço. Ligo a lanterna, mas tinha pouco efeito, visto que a noite está densa demais e ali não havia uma janela. Ando lentamente pela estrutura de madeira que rangia a cada passo que eu dava e escuto algo se mexendo rapidamente pelo chão fazendo-me saltar espantada.
"É só um maldito rato." penso.
Ando mais um pouco e escuto um vidro se quebrando naquelas caixas presentes ali, nem quero saber o que tem ali dentro. Me apavora só de pensar. Viro-me assustada, porém bato fortemente contra o corpo rígido de Tate.
- Está com medinho? - ele me lança aquele sorriso debochando de canto de rosto.
Reviro os olhos por tal provocação mesmo sabendo que ele não conseguiria ver minha expressão muito bem.
Tate passa por mim e segura a minha mão esquerda e adentramos mais o local. Percebo que ele parece ter aprendido por onde ele devia pisar, pois nem precisei posicionar a lanterna para saber por onde estamos andando.
O sótão, por incrível que parecesse, é bem largo e um pouco sinistro, há varias caixas ali, cheias de historias nunca ouvidas, o que chega ser um pouco deprimente. Tudo ali tem poeira e teias de aranhas e, consequentemente, meu nariz começa a coçar.
Chegamos até o final do sótão e percebo que tinha uma escada de ferro grudada na parede. Ele sobre primeiro e fico observando-o até chegar no topo. Tate abre uma porta pequena e quadrada, semelhante à que entramos no sótão, e ele some.
- Você não vem? - disse ele pondo a cabecinha para dentro do sótão novamente.
Fico diante da escada receosa, mas no fim, decido subir.
Quando chego ao topo, fico completamente atônita. Estamos no telhado da casa e olhar todo esse horizonte faz o ar simplesmente desaparecer dos meus pulmões. Aquela vasta coloração de mistura entre a noite e o dia me faz ficar encantada. Eu nem acreditava que estou contemplando toda essa beleza. Encaro todo aquele horizonte perplexa. Sinto um vento forte e frio contra minha pele fazendo-me arrepiar e involuntariamente ponho os meus braços em volta do corpo. No mesmo instante, Tate põe a jaqueta que ele trazia consigo por cima de meus ombros, me pegando de surpresa.
- Por isso eu trouxe a jaqueta - sussurra ele em meu ouvido direito e seu hálito quentinho faz cócegas em minha orelha
- Tate tudo isso aqui é lindo - olho em volta - Como você descobriu esse lugar?
- Eu estou aqui a tanto tempo, que acabei descobrindo isso aqui sem querer, gosto de vim aqui para pensar, para relaxar, as vezes pra não ir para as aulas - ri quando termina essa ultima frase.
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Sombras da Noite (REVISÃO)
FantasyRepense seus conceitos sobre magia. Nada é tão simples quanto aparenta ser. Carly é uma adolescente aparentemente normal, até tudo o que ela mais amava ser destruído de forma misteriosa. Após o acidente de seus pais, sua avó resolve manda-la para o...