Epílogo

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P.O.V Carly

Luzes de neon começaram a preencher meu campo de visão, era uma placa com motel escrito, seria um bom lugar para descansar, eu estava completamente ensopada por causa da brilhante ideia de banhar na chuva e todo meu corpo está dolorido.

Tate ligou o aquecedor e fiquei a seu lado, abraçando-o enquanto uma de suas mãos estavam no volante e a outra me cercava, fazendo eu me sentir confortável e aquecida, minha cabeça estava em seu ombro por todo o caminho.

Paramos na entrada e o recepcionista perguntou ao Tate sua idade, ele mentiu obviamente.

O rosto do rapaz parece abobalhado enquanto conversa com Tate, por fim ele entregou a chave de um dos quarto e abriu o portão, passamos sem ao menos pagar um quarto.

- O que você fez?

- Foi um dos truques que Abigail me ensinou a muito tempo atras, funciona como uma ilusão, na memória dele fica o que eu estiver imaginado e aquilo se torna a sua verdade. Interessante não?

- Um pouco.

Ele apertou levemente meu ombro e paramos na vaga que ficava perto do nosso quarto, número 93. O lugar era meio estranho, tinha aparência de motel beira de estrada, mas pelo menos era limpo. A noite está bem fria, ainda mais por nossos corpos ainda estarem molhados.

Entramos no quarto e sentei na cama desejando afundar em sua maciez, joguei-me para trás com as mãos levantadas, aliviada por ter saído daquele carro que apertava minhas pernas, mas quando minhas costas tocaram colchão senti como se uma agulha tocasse certeiramente minha espinha. Gemi.

- Você está bem? - a voz de Tate soou preocupada.

- Só com um pouco de dor.

Ele se aproximou e se agachou a minha frente ficando menor que eu, endireitei meu corpo na cama e senti o toque firme de Tate sobre meu pulso pegando-me surpresa.

- Eu sei um feitiço que pode diminuir sua dor.

- Tate, temos que se preocupar primeiramente com você, olha seu estado.

- Vou ficar bem, as vantagens de ter um demônio é que você se recupera rápido, quase não sinto dor, essas feridas são bem superficiais.

Olhando seu rosto atentamente percebi que aquilo era verdade, os arranhões e as partes rochas tinham completamente sumido e o sangue em sua cabeça já estancara.

- Tudo bem - disse - Faça sua mágica Tate Langdon.

Sorri, adoro pronunciar o nome dele, adoro cada sílaba de seu nome, amo a volta que a minha língua dar a volta e o estalar de dentes que vem logo em seguida quando pronuncio seu sobrenome. Tudo em nós parecia se encaixar, era estranho, mas aos poucos se tornou comum.

Ele sorriu e segurou minhas duas mãos.

- Cura dolore, quia unus dies liberatus sum. - sua voz soou rouca e firme.

É estranho, parece que aos poucos seu corpo vai ficando paralisado, como se não sentisse mais nada, uma anestesia seria a definição perfeita, mas não tinha lado negativo, eu não fiquei grogue como sempre me ocorreu quando tomei anestesia. Essa sensação era boa.

Ele soltou minhas mãos e rapidamente senti falta de seu toque, de seu calor. Vi na parede, que fica de frente para a cama, um espelho que pegava ela toda, agora pude ver meu estado. Eu estou totalmente acabada, suja com grande quantidades de sangue seco por todo meu corpo, meu cabelo ainda está molhado e grudento.

- Acho que vou tomar um banho. - disse.

- Tudo bem, eu vou depois de você, estou acabado. Não demora muito.

Sombras da Noite (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora