Essa noite teria que ficar de vigia nos corredores, Tate se ofereceu para ficar comigo vigiando, mas não aceitei. As palavras de Laurel ecoavam em minha mente e agora o que eu mais queria era ficar longe de Tate, ainda me sinto meio estranha em relação a tudo que ouvi.
Tiny e Laurel me evitaram o dia inteiro, sempre que as via sentia seus olhares de suplicas para eu me afastar de Tate, mas não dava mais, se fosse no começo de tudo até poderia ser, mas nos dia de hoje, depois do que vi e ouvi dele, era impossível.
Laurel decidiu se afastar de mim e não queria me ver, pois de acordo com seu ponto de vista, a minha escolha de ficar com Tate era uma espécie de suicídio. Ela não queria fazer parte disso. Claro que fiquei magoada com a escolha dela, ela era única amiga de verdade que me restara. Doía muito ver ela se afastando assim.
***
Já é de noite e, por incrível que parecesse, está frio, desço as escadas devagar até a sala e depois passeio pelos corredores em que estão os quadros famosos da casa. Sinto um certo arrepio estranho percorrendo meu corpo. Trovões faziam barulho por todo o céu e ecoava em toda casa.
Dei um pulinho quando eu ouvi o primeiro.
O céu começa a relampear, uma tempestade está por vir e o corredor que estou tinha janelas enormes por toda a parede oposta aos quadros, as arvores que ficavam no nosso jardim faziam sombras assustadoras na parede. A casa estava tão silenciosa que se tornou incomodo para mim. Ando apressadamente até a cozinha, a fim de beber água para acalmar o medo aleatório que eu estou sentindo.
Abro a geladeira, olho tudo lá dentro e meu coração começa logo a se normalizar. Não sei o dom que geladeiras tem de sempre nos acalmar e de nós fazer pensar. Abro um sorriso de alívio quando minha mente viaja por ideia estranhas.
Mas noto algo mais absurdamente estranho.
Fecho a geladeira e viro-me para trás encarando o que tinha depois da mesa de centro da cozinha. O que eu vejo faz meu coração simplesmente desacelerar. Nas sombras, perto da janela, consigo ver alguma coisa, mas tinha duvidas, poderia ser minha mente pregando peças. Quando de repente, a luz de um raio ilumina toda a cozinha e, por leves segundos, tenho a certeza de que é uma pessoa.
O desconhecido vestia roupas pretas e luvas da mesma cor. Usava uma máscara metálica que reluzia a luz que veio rapidamente lá de fora. Ele pois o dedo indicador na própria boca, como sinal para eu não gritar, mas eu não pude me conter. Essa pessoa poderia ser um dos magos que trabalhavam para meu avô e esse cara deve ter vindo me sequestrar, terminar o
Grito por alguns enormes segundos, enquanto corro para fora da da cozinha, mas ele rapidamente aparatou para meu lado e segura minha boca com força, fazendo-me calar de vez.
"Alguém deve ter ouvido, vão vim aqui saber o que foi" tento aliviar os meus medos com esses pensamentos, mas não tava adiantando.
- Não tenha medo de mim - a pessoa de mascara sussurra para mim, de uma forma tão baixa que quase não ouvi.
Sua voz está disfarçada, algum tipo de porção ou feitiço, ainda não sei ao certo, não dava para identificar se era homem ou mulher. Com sua outra mão ele ia retirando sua máscara, para revelar sua verdadeira identidade, mas foi interrompido pela Abigail e pelo Tate parados na entrada da cozinha.
A pessoa desconhecida virou o rosto para eles.
- Afaste-se dela - grunhiu Tate fortemente.
O desconhecido virou o rosto novamente para a minha direção.
- Eu voltarei para lhe salvar. - ele disse para mim.
Abigail usou seu poder telecinéticos para lhe fazer se afastar. A pessoa foi jogando contra a parede oposta a minha, mas antes deslizou por toda a mesa da cozinha, batendo nos pratos e caindo no chão com força. A tal pessoa se levantou mancando, mas antes que Abigail pudesse fazer mais coisas, ele simplesmente aparatou de uma só vez, sumindo da casa.
Eu finalmente pude respirar regulamente, mas meu corpo todo começou a tremer, ainda mal acreditava no que estava acontecendo, nunca senti tanto medo como senti hoje. Tate veio na minha direção e me abraçou fortemente, passando as mãos pelo meu cabelo e consolando-me. Passo meus braços em volta da sua cintura e choro em seu peito em cima de sua blusa preta de dormir.
- O que ele disse a você? - Abigail perguntou-me vindo em minha direção.
- Ele disse algo de voltar, para me salvar, eu não entendi muito bem.
- Ah George, - suspirou tristonha - Não confie neles, obviamente era um truque para te atrair, se ele fosse realmente te salvar teria entrado aqui pela porta da frente e falado diretamente comigo. Acredite em mim, eu vou lhe proteger.
- Eu sei, eu confio em você Abigail. - disse de uma forma que parecesse sincera. Eu não confiava nela, mas seria melhor se ela pensasse que sim.
Tate desfez o abraço e, surpreendentemente, Abigail toma meu rosto em suas mão, acaricia meus cabelos e me lança um sorriso consolador
- Agora terei que reforçar a segurança dessa casa, os alunos não estão seguros. Ele disse que pode voltar. Saídas para fora da casa estão proibidas. - disse afastando-se de mim
Eu e Tate apenas assentimos com a cabeça, seria melhor a fazer, todos estavam em perigo por minha causa, o que pelo menos eu posso fazer é concordar com Abigail.
- Tate, fique com Carly em seu quarto, sei que é contra as regras que eu criei, mas Carly não pode ficar sozinha, não hoje. Você é a pessoa que eu mais confio.
Tate concorda com a cabeça e me guia até meu quarto.
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Sombras da Noite (REVISÃO)
FantasyRepense seus conceitos sobre magia. Nada é tão simples quanto aparenta ser. Carly é uma adolescente aparentemente normal, até tudo o que ela mais amava ser destruído de forma misteriosa. Após o acidente de seus pais, sua avó resolve manda-la para o...