Capítulo 36

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P.O.V Carly

Porque essa luz tão forte se faz presente? Será se realmente morri? Aqui é o céu? Por isso está tão claro?

Sinceramente não posso responder a essas perguntas, apenas sei que não consigo me mexer, nem falar o que quero, é como se eu estivesse assistindo o filme da minha própria vida só que na visão de outra pessoa, pois todos os sentimentos que eu devia sentir estavam aqui, mas não sabia de onde vieram.

Aos poucos minha visão normaliza, tenho a confirmação que não estou no céu e muito menos no inferno, estou em um quarto e minhas pernas está entrelaçada com a de um homem que não consigo ver o rosto. A luz branca que afligia meus olhos vinha lá de fora e invadia esse quarto com esplendor. Mas algo em meu peito dizia que isso era normal, como se eu fizera isso desde muito tempo atrás.

- Bom dia meu amor!

A voz vinha do cara que estava ao meu lado, minha cabeça olha para cima e consigo sentir o sorriso se formar, o tal cara tinha a mesma face de Tate, até mesmo aquele seu traço tão característico se fazia presente nele, porém seu cabelo não era loiro e sim de um tom castanho escuro, ele ficava lindo assim.

- Bom dia pra você também!

A voz saia de mim aos poucos e ligeiramente me acostumo a ser apenas uma observadora e me conformo que não tenho controle de nada.

Minha visão roda por todo quarto e vejo um vestido em cima de uma cadeira feita de madeira, as calças do tal rapaz estavam amassadas no chão próximo a cama. Ele se mexe - ainda deitado na cama - e pega um cigarro que estava na mesa de cabeceira. Escuto o estralar do isqueiro e em seguida vejo a fumaça.

- O que a senhorita vai querer pro café da amanhã? - ele sorria enquanto o cigarro ainda estava em sua boca.

- Acho que ovos com bacon!

Ele olha para mim com os olhos brilhando, não consigo entender o porque dele está tão feliz com a minha presença, mas uma voz sussurrava baixinho no meu interior dizendo que era amor.

Sinceramente gosto disso, pois esse sentimento era o mais perto da minha familiaridade, pois já senti isso uma vez, com Tate ao meu lado.

- Ovos com bacon? - disse ele, balançando a cabeça sorrindo, o cigarro já tinha sido jogado no cinzeiro

- Ovos com bacon! - repeti também sorrindo

Seus lábios se tocam nos meus brevemente e consigo sentir a intensidade de sua ação, um arrepio percorre todo meu corpo com apenas um beijo.

Sim essa mulher o ama, eu consigo sentir.

Ele se levanta da cama e vejo que ele está nu. Minha primeira reação e levantar o lençol e tampar meus olhos, porém meus braços não me obedeciam e a comandante de verdade parecia ter se acostumado com aquilo.

O rapaz veste uma cueca que estava ao lado da calça, pega a frigideira e começa a quebrar os ovos. Eu me levanto com o lençol enrolado por toda a extensão do meu corpo e vou em direção à janela. Estávamos no andar muito alto, consigo ver toda a cidade dali de cima, eu estou em Nova York, mas não nos tempo atuais.

Vejo as estruturas dos prédios e como os tijolos estavam a mostra, escuto as buzinas dos carros, ouço as reclamações das pessoas lá em baixo, noto a roupas que vestiam e o formato dos carros, eu estava em outro tempo. Talvez em 1800, ou 1900, não sei, só sei apenas que é tudo muito lindo.

Solto o lençol e pego meu vestido que está na cadeira, ele é colado na cintura e solto nas pernas, é bem rodado com estampas floridas. Tento arrumar meus cabelos para eles não aparecerem tão bagunçados e acabo conseguindo, deixo eles soltos, pois sinto que ele gosta quando estão soltos.

Sombras da Noite (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora