Capítulo 40

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P.O.V Carly

- Tate, pelo céus você está bem!

Jogo-me em seu pescoço sem pensar duas vezes. Ele é real. Eu estou viva e nem sei porque e nem sei como. Não sei como vim parar aqui, mas Tate está ali, e depois disso, nada mais importa.

Ouço-o gemer entre meu pescoço e percebo que ele está bastante machucado. Mas a pior parte é que, tudo que aconteceu depois de me sacrificar por Tate, parecia um borrão. Ele deve ter lutado com Abigail, isso é óbvio. Me afasto dele, porém ainda sorrindo. Não acredito que isso é real. Estou tão feliz que tudo isso parece um sonho, eu não quero acordar, não mais.

Olho bem seu rosto e começo a ficar preocupada com o estado em que Tate se encontrava, devo te-lo machucado ainda mais com meu abraço.

- Desculpe Tate, me empolguei um pouco. - pus a mão na grande quantidade de sangue seco em sua testa. - Esse corte está bem feio, vou cuidar disso.

Encaro, como se fosse a primeira vez, os olhos de Tate. Eles tão diferentes, não sabia se era felicidade ou surpresa, talvez seja os dois. O oxigênio parecia mais leve que o habitual e o dia automaticamente se tornou algo belo. Acho que voltar a vida seja isso, ver todo o mundo de um jeito mais lindo, mais vivo, mais único.

-Tat...

Sou puxada contra seu peito antes mesmo que consiga terminar qualquer coisa. A mão dele está sobre minha cintura me apertando com força. Sinto um arrepio bom percorrer meu corpo.

Tate me abraça apertado mesmo o machucando e, por egoísmo meu, eu deixo. Não havia melhor lugar no mundo para se estar nesse momento. Porque agora, nos braços dele, eu sabia que não precisaria de mais nada pra ser feliz, eu sabia que independente do que acontecesse lá fora, ali era só eu e ele e tudo estava tão bem. Eu só queria sentir Tate, sentir sua textura, suas roupas, seu hálito, queria sentir tudo. Só queria que o tempo parasse ali naquele momento.

A saudade apertou todo meu corpo. Existia algo em abraços em que não consigo explicar. É como se o segredo do universo poderia se encontrar ali, nos braços de outro alguém, nos braços dele. Eu consigo sentir seu cheiro, mesmo misturado com sangue e suor, ainda era o cheiro dele, ainda era meu Tate, somente meu.

Nos afastamos, mas nunca longe o bastante ao ponto de não nos tocarmos. Seus braços estão em volta de mim o tempo todo e isso me acalma. Sorrio ao encontrar seu sorriso por meio ao sangue que escorria pela lateral da sua cabeça e algumas arranhões ao longo do seu rosto. Ele parecia ter uma áurea de luz ao seu redor, como se fosse algo de luz. Um anjo, mesmo ele não se considerando um, ele se tornou meu anjo, um anjo que não possui asas, mas tem meu coração nas mãos. É ele que me faz melhor a cada dia.

- Carly, você... você... está viva, isso é um sonho?

- Quer que eu te belisque? - brinquei

- Não! - diz com certo desespero disfarçado ecoando por suas palavras. Eu e ele sorrimos com o rosto bem próximos, ao ponto que nossos narizes se tocam e, quase que involuntariamente, suas mãos se aninham em meus cabelos. - Se for um sonho, só me deixa sonhar, mesmo que isso acabe em um segundo.

Suas mãos grandes me puxaram até seus lábios com urgência e rapidez sem nem dá tempo de assimilar tudo que aconteceu. Sua mão direita fixou-se em minha nuca, me causando arrepios, enquanto a sua mão livre passeava pelos meus cabelos desgrenhados. Na mesma velocidade que sua boca veio até mim consigo esquecer completamente as coisas ao meu redor, agora sinto na pele a saudade que estava de seu beijo, de seus lábios, saudade dele.

Minhas mãos foram até seu pescoço e o puxo para mim com força, éramos agressivos, mas sem machucar um ao outro, entre-abro a boca e a fecho retribuindo seu beijo. Tate parecia transbordar minha alma. Seu corpo é como um abrigo para meu caos. Sua língua e seus lábios eram meus delírios de sábado à noite.

Sombras da Noite (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora