Parte 36

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# Capítulo anterior #

Eu estava a ser idiota em estar ali, feita parva a olhá-lo, mas, é a isto a que se chama amor. Amor à distância!

# Fim do capítulo anterior #

- Sai daqui Niall! – disse eu tentando manter a calma, mas ele continuava ali, a olhar-me – SAI DAQUI!

- Carolina… - disse ele.

- Cala-te Niall! Tu não tens noção das coisas! – interrompi chorando – Tu não sabes o que é estar nove anos sem a pessoa que mais amo? Pois, não sabes não é? – ri ironicamente – Claro que não sabes, tu nunca amas-te ninguém!

- Vamos começar de novo! – ele disse.

- Começar o quê? O que acabou para ti à nove anos atrás? – disse eu tentando não gritar, pois Diogo dormia.

- Posso entrar e falamos? – disse ele e eu não respondia, apenas abri um pouco mais a porta para que ele pudesse entrar – Eu amo-te! – ele disse enquanto eu fechava a porta com cuidado.

- Não é com essas palavras doces que tudo vai mudar!

- Carolina, mas ainda vamos a tempo de as coisas mudarem!

- Eu já deixei de acreditar em finais felizes! – eu disse, deixando cair uma lágrima.

- Ouve Carolina! - aproximou-se.

- Eu não te quero ouvir mais! – chorei cada vez mais – Porquê Niall? Porquê? – disse chorando compulsivamente – Tu não podias ter-me deixado sozinha. NÃO PODIAS! – gritei.

Niall. Aquele Niall Horan que eu conheço, olhava seriamente para o chão. Cada palavra que eu lhe dizia tocava-lhe profundamente no coração. Ele mostrou sentir isso!

- Eu é que lhe ensinei os primeiros passos, as primeiras letras. Eu é que o levei ao infantário, à escola. Eu é que lhe celebrei todos os seus aniversários. Esse é o dever dos pais. E onde estavas tu? Onde estavas tu para me acompanhares nestes nove anos? – disse-lhe ainda chorando.

- Posso ter tido muitas razões para me ir embora, assim, mas depois do que fiz já ninguém se importa comigo. Todos os dias me lembrei de cada pessoas que conheci. Lembrei-me de ti, dos nossos momentos… - fez uma pausa – E ainda me questionei como seria Diogo. Se estava bem ou não… - olhou-me – Depois disto, se alguém me perdoar, permaneço. Caso contrário, desapareço, para sempre… Como todos os outros. – e saiu porta fora, dizendo todas aquelas palavras que ecoavam na minha cabeça.

Fui até à porta vendo-o sair, deixando-me mais uma vez sozinha, mas agora por decisão minha. Minhas lágrimas caiam fortemente à medida que ele se ia afastando de mim.

- Não, Niall! Espera! – disse eu soluçando. Ele parou ali e segundos depois encarou-me. Eu corri até ele e abracei-o. Abracei-o com todas as minhas forças, deixando a saudade ir embora. Sentia tanta falta daqueles braços envolvidos em mim. Daquela sua respiração em meu pescoço. Daquele seu cheiro. E ainda, daqueles seus lábios nos meus.

- Vamos entrar. – sussurrei-lhe no ouvido e puxei a sua mão, e entramos.

Entramos em casa e sentamo-nos no sofá.

- Desculpa Caroli…

- Mãe? – interrompeu um voz fina.

- Filho! – eu exclamei e ele desceu as escadas rapidamente metendo-se à nossa frente.

- Quem é? – perguntou.

Eu olhei para Niall e ele abanou a cabeça afirmativamente, em modo de dizer a verdade.

- Talvez te tenhas perguntado muitas vezes o que é um ‘pai’. Talvez achasses estranho ouvires a palavra ‘pai’ da boca dos teus amigos. Bem… - suspirei – Chegou a hora de saberes a verdade. – fiz uma pausa e olhei para Niall que me olhava também – Este é o teu pai. O Niall. Ele sempre te quis conhecer, mas houve uns problemas… Desculpa! – terminei

Diogo ficou uns segundos a olhar para o Niall, e Niall para Diogo. Diogo podia sair dali a correr. Podia não acreditar que era ele o seu pai. Mas em vez disso, Diogo sorriu e deu uma grande abraço ao seu pai, o Niall.

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