Declarações!

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-Dorme comigo?! -eu o olhei, e pude vê o quanto ele estava envergonhado, o que acabou me deixando na mesma situação...
-Alana você, hum... está naqueles dias, então...
-NÃO, ai meus deuses, que homem da mente suja. -eu disse me envergonhando mais ainda -se é que era possível- naquela situação. -Eu só queria que você ficasse ao meu lado, por que estou com medo.
-Há! -ele disse coçando a nuca envergonhado. -Claro que durmo.
Fomos nos deitar e eu já começava a me arrepender de tê-lo chamado para dormir comigo, o clima no quarto estava tenso, e quando nos deitamos um ao lado do outro parecíamos duas estatuas, eu estava nervosa e não conseguia me mexer direito, tudo o que consegui fazer foi me virar e olhar para a parede ficando de costas para ele. Ouvi um suspiro e do nada ele me puxou para seus braços, e quando minhas costas bateram em seu peito eu pude sentir o calor do seu corpo se misturando com o meu.
-Boa noite pequena. -ele sussurrou em meu ouvido.
-Boa noite Hyoga. -murmurei, me aninhando ainda mais em seus fortes braços.
Não vou descrever a noite, pois ela foi longa, não, não fizemos nada, mais os pesadelos voltavam sempre que eu fechava os olhos, e em todos Jun me perseguia, na 3 vez que Hyoga me acordou já eram umas 4:30 da manhã, então resolvi que não deveria mais tentar dormir, apenas fiquei em seus braços ouvindo sua respiração até que o mesmo acordasse, fiquei olhando para a janela do quarto e vi quando o sol deu seus primeiros sinais.
-Você não dormiu nada! -ouvi a voz acusatória e embargada pelo sono, bem próxima ao meu ouvido, e acabei rindo.
-Dormi o suficiente. -respondi manhosa. -Temos um dia cheio hoje, então vamos levantar logo.
-Você não acha melhor conversar com sua mãe sobre isso? -ele começou a me apertar, mas eu fugi de seus braços, e levantei da cama.

"Não queria comentar isso com minha mãe, na verdade não queria comentar com ninguém."
-Não, são só pesadelos, vão passar. -não o olhei, apenas fui ao guarda-roupas e escolhi uma calça jeans e uma blusinha de alça preta, fui nas gavetas e comecei a pegar a lingerie rapidamente.
-Alana, não são simples pesadelos...
-Estou indo tomar banho, quando você sair por favor peça a Sandra para colocar o café na mesa. -disse me dirigindo ao meu banheiro do quarto, não daria a ele a chance de continuar essa conversa. -Te espero para tomar café.
Tomei um banho na banheira bem relaxante, depois me vesti e escovei os dentes, me olhei no espelho e vi que haviam se formado linhas negras abaixo dos meus olhos, fiz uma maquiagem escondendo-as e dando mais cor aos meus olhos, depois penteei meu longo cabelo e por fim me dei por satisfeita saindo do banheiro. Fui até minha caixinha de joias e escolhi um conjunto prata de rosa para usar, depois passei um perfume leve e sai do quarto.
Ele já me esperava a mesa, então me sentei e tomamos um café silencioso, e quando estávamos quase acabando Katya chegou. Minha mãe tinha deixado a lista dos lugares que deveríamos visitar e as coisas que deveríamos provar com Sandra, quando olhei a lista quase chorei de tristeza, mas a louca da Katya fez pior, se jogou no chão e disse que sua vida estava acabada, e que aquilo seria um inferno, então tive de arrastá-la até o carro.
Apesar de toda a nossa choradeira, não foi de todo ruim, Hyoga sempre acabava decidindo as coisas enquanto nos duas ficávamos frescando e bagunçando com tudo, desde as comidas e bebidas até as escolhas das flores. Só ajudei na hora de decidir as cores do casamento, branco e azul.
Resolvemos que já estava na hora de almoçar, e o restaurante escolhido foi o "Sal e Brasa", um restaurante com rodízio de carne, que eu gostava bastante do almoço. Lembro que ficava muito feliz quando os pais da Katya me levavam para almoçar naquele lugar. Foi um almoço agradável, comigo e Katya relembrando nossas palhaçadas de infância, o que nos rendeu boas risadas.
-Podemos nos sentar? -quase quebrei o pescoço com a velocidade que virei a cabeça quando reconheci a voz.
-Não quero ter indigestão graças a sua presença, coisa ridícula. -olhei de Hyoga que me olhava sério, para Katya que como sempre havia respondido mais rápido do que qualquer reação minha, e depois voltei a olhar para os dois que continuavam em pé a nos observar.
-Como sempre afiada Katyanna, mas não dirigi a pergunta a você! -disse Ramon desdenhoso e Katya bufou e já e a responder quando Hyoga riu.
-Bom garoto, se você não dirigiu a pergunta a ela então deveria ser mais especifico. -respondeu Hyoga calmamente. -Mas já que a pergunta não foi para ela, então para quem seria, para mim ou talvez para "minha noiva". -quando ele enfatizou o minha noiva, seus olhos faiscaram e eu pude ver Ramon dando um passo para trás. E só aí eu pude reparar em Magna ao seu lado, ela vestia um vestido rosa solto e ainda não dava para perceber sua barriga, esta olhava admirada para Hyoga, tanto que seus olhos verdes não despregavam em momento nenhum dele.
-Eu me referia a você e a Alana, esperava que ela me apresentasse formalmente ao seu atual, já que até a pouco tempo atrás era a mim que ela fazia juras de amor. -eu segurei a mão de Hyoga quando este se levantou, era claro o desejo de sangue em seus olhos, e eu podia jurar ter ouvido Katya murmurar um "quebra ele".
Ramon com certeza não tinha ciência do risco que estava correndo, e tenho certeza que Hyoga ainda não tinha avançado sobre ele por causa de minha prima que estava segurando sua mão, assim como eu segurava a de Hyoga.
-Como você bem disse, eu fazia, ou seja, passado, agora se retire da nossa frente, pois se você não se respeita, pelo menos respeite sua mulher que está grávida, e Magna pare de secar meu noivo e ponha-se no seu lugar, você será mãe, aprenda a se dá ao respeito. -percebi que várias pessoas no restaurante olhavam de esgueira para nós, então fiz sinal para Katya se levantar, e Hyoga entendendo o que eu queria tirou a carteira do bolso e mal contou as notas, apenas puxou duas notas de 100 e as entregou ao garçom mais próximo dizendo que este ficasse com o troco, enquanto Ramon olhava para as várias notas azuis dentro da carteira de Hyoga. -Espero vê-los em meu casamento, vocês serão, muito bem vindos, já que é graças a vocês que estamos juntos, tenham uma boa tarde.
Saímos do restaurante, Hyoga e Katya comentavam o quanto detestavam Ramon e o quanto este era cara de pau. Katya nunca gostou de Ramon, sempre me disse que este era arrogante de mais, mas eu nunca a dei ouvidos e acabei tendo o fim que merecia nessa história.
-Ciumenta. -disse Hyoga ao meu ouvido quando abria a porta do carro para mim entrar.
-Olha quem fala. -respondi rindo.
O resto da tarde foi tranquila, apenas fomos vê as decorações da festa e o lugar onde esta aconteceria, e por fim tomar um sorvete na orla da praia, para depois irmos para casa. Deixamos Katya em sua casa e fomos para a nossa onde minha mãe já foi logo nos mandando tomar banho. Jantamos juntos e minha mãe fez o favor de nos obrigar a dormir, já que amanhã seria o dia da prova das roupas, faltava apenas dois dias para o casamento e por sorte tudo estava indo bem. Minha mãe me chamou para dormir com ela, já que amanhã ela daria plantão para estar livre na noite seguinte que seria a do meu casamento.
Conversamos bastante, e ela ficou feliz ao notar que eu estava tranquila sobre o casamento, e ainda por eu e Hyoga nos darmos tão bem, riu quando contei sobre o almoço e a presença inesperada de Ramon, e depois de muitas fofocas e de ela me colocar a par sobre o que aconteceu nesse ultimo mês no hospital resolvemos dormir.
Acordei mais uma vez gritando, só que dessa vez era minha mãe quem me acordava. Minha mãe estava assustada, e foi difícil convencê-la a voltar a dormir. Resolvi que não deveria dormir mais, então fiquei acordada o resto da noite, e pouco depois do sol nascer resolvi ir para o meu quarto.
-Não dormiu outra vez Alana.
-Vá da susto na sua avó Hyoga. -disse eu com a mão no coração, enquanto ele se levantava do sofá com uma xícara de café nas mãos.
-Não a conheci, então não dá. -ele alisou meu rosto e começou a olhá-lo analiticamente, eu apenas virei-o e sai novamente em direção ao meu quarto o mais rápido que pude.
-Que pena, eu preguei muitas peças na minha velhinha.
-Eu bem sei o que você fez a sapa velha passar. -ele falou antes que eu entrasse no quarto. O que diabos esse homem não sabia sobre mim?
Essa foi a ultima vez que nos vimos durante aquele dia, pois minha mãe não deixou Hyoga nos acompanhar na prova dos vestidos, quem foi eleito para fazer nossa segurança foi ninguém mais ninguém menos que Ikki, e eu quase morri de susto quando vi aquele homem vestido com um terno preto em minha sala. June foi quem nos apresentou (ela seria a madrinha de Hyoga e Shun o padrinho), ela me disse que Shun, Hyoga, Seiya, Mu (que entraria comigo na cerimonia no lugar do meu pai) e Julian (que estava melhor e seria meu padrinho), foram provar suas roupas, sobrando assim apenas o Ikki para nos levar, pois o Seiya não sabia se comportar andando só com mulheres (palavras de Hyoga).
Ikki fazia o tipo do cara calado, que possuía em sua volta um ar de mistério, e uma aura sombria e fria de assombrar até a alma. Alto, de pele alva, e olhos e cabelo escuros como a noite, e com o corpo com músculos saliente. Ele mal falava, mais ao sermos apresentados ele me felicitou pelo casamento. Eu fiz o possível para não incomodá-lo mais que o necessário durante o dia, e passei a dar mais atenção as conversas e conspirações de minha mãe e June, mas Katya como sempre, não seguiu o meu exemplo e passou o dia enchendo Ikki de perguntas, ela não o deixou sozinho um minuto sequer, e mesmo quando eu à arrastei para provar seu vestido pedindo a Ikki desculpas com o olhar, está arrumou um jeito de fujir, e quando dei por mim ela já estava ao lado dele de novo, então dei-me por vencida e decidi que ele mesmo a expulsaria de sua presença quando tivesse vontade.
Voltamos para casa à noite, pois apesar de termos terminado de resolver tudo cedo, acabamos decidindo ir ao Shopping para June conhecer e perdemos a hora. Katya convidou Ikki para jantar em sua casa e esse por incrível que pareça aceitou, e June foi embora dizendo que já tinha passado muito tempo longe do Shun. Mamãe já estava atrasada para o plantão então entrou em casa como um furacão, e eu fui tomar um banho relaxante e depois coloquei uma camisola confortável para dormir um pouco, não tinha fome, mas Hyoga com certeza viria me acordar para jantar.
Mas uma vez eu acordava gritando, que inferno, eu mal fechava os olhos e os pesadelos vinham, coloquei a cabeça entre os joelhos e comecei a chorar.
-Que merda, será que isso nunca vai parar? -perguntei para mim mesma desesperada.
-Eu posso fazer parar. -disse ele, ao levantar a cabeça e olhar para a janela, lá estava Hyoga sentado me observando, e seus olhos azuis me analisavam, pareciam mais claros com a luz da lua, então este pulou e veio em minha direção. -Não quero mais te vê sofrer assim pequena.
-Então por favor faça isso parar Hyoga. -pedi agarrando em seu pescoço, eu ainda tremia um pouco, mas sabia que logo seu cheiro me acalmaria.
-Só à uma forma de esquecer uma lembrança ruim. -ele me afastou e olhou nos meus olhos, segurando meu rosto entre suas mãos e me beijando de leve, fazendo meu coração bater como um louco. -Te dando uma lembrança maravilhosa que torne a ruim apenas um borrão em sua memoria, mas para isso eu teria de fazer-lá minha, você entende isso Alana?
-Sim... -minha voz saiu tão baixa que eu mal a escutei.
-Não que eu não quisesse ter você naquela noite em seu quarto, mas você precisa entender de verdade o que ser minha significa. -ele parou e ainda sério me olhou mais profundamente como se tentasse ler cada pensamento meu. -Eu prometi que esse casamento seria de fachada, e que se um dia você se apaixonasse por alguém eu te deixaria ir...
-Hyo.. -ele colocou o dedo indicador em meus lábios, me pedindo silencio.
-Mas se eu te fizer minha, se eu te fizer mulher, eu jamais permitirei que outro toque você, então saiba que se você me disser sim outra vez eu não permitirei que você saia do meu lado nunca. -ele parou de falar e tirou o dedo de meus lábios. -Eu te amo Alana.
Eu não sabia o que responder, minha respiração estavam numa sincronização louca e frenética, e eu mal piscava, então fiz a única coisa que minha mente mandava, o beijei e o puxei para cima de mim.
-Preciso ouvir sua resposta pequena. -ele me pediu entre os beijos, então eu mordi seu lábio inferior e o fitei tomando coragem.
-Me faça sua Hyoga.
Ele não esperou que eu pedisse uma segunda vez, e começou a me beijar novamente, primeiro minha boca e depois desceu para meu pescoço, beijando e mordendo, enquanto isso suas hábeis mãos passeavam por meu corpo parando em minha cocha e descobrindo-a da fina camisola. Era impossível conter os gemidos, mas me assustei um pouco quando este fez menção de tirar minha camisola, e acabei ficando um pouco rígida.
-Confia em mim? -eu fiz que sim com a cabeça, mas apesar disso eu ainda estava com um pouco de medo, ele então se deitou ao meu lado e me puxou para cima dele. -Você está assustada e assim será uma experiencia ruim para você, então faça comigo o que quiser.
-O... o que? -ele apenas me sorriu e colocou as mãos atrás da cabeça me dando um sorriso sacana, enquanto eu estava sentado em seu tronco, com uma perna a cada lado deste, provavelmente com a maior cara de tacho do universo.
-Se eu te tocar você vai se assustar, e a tendencia é só piorar sua situação, mas se você me tocar a experiência será outra, será você no comando de tudo, assim você não se assustará e o seu medo irá passar, te deixando mais tranquila.
-Mas eu não sei o que fazer. -falei tímida, e este fez uma pequena flexão e me abraçou beijando-me avidamente. -Siga seus instintos e me faça seu. -disse em meu ouvido e depois voltou a se deitar na mesma posição de antes.

A filha de CamusOnde histórias criam vida. Descubra agora