Feitiço quebrado!

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Eu estava em estado de choque, mal respirava, li mais duas vezes para me certificar de que eu não estava louca, e me belisquei para ter certeza de que não estava sonhando, tudo aquilo era demais para mim.
Me levantei da cama, a dor foi quase como um alívio para meus pensamentos, o que eu faria daqui pra frente, meu pai não era meu pai, minha mãe não foi feliz por minha causa, meu verdadeiro pai morreu antes que eu pudesse conhece-lo. Coloquei um pé no chão frio passando uma corrente gelada por todo meu corpo. Dei um impulso na cama firmando meus pés e tentando me levantar, mais o mundo pareceu girar e eu comecei a cair, e foi nesse momento que braços fortes me seguraram.
–Ei onde você pensa que vai Alana? -perguntou-me uma voz grossa masculina, e eu fui girada como um saquinho de batata, ficando em seus braços como uma princesa, pude sentir sua respiração em meu rosto, aquele hálito de menta e o cheiro masculino me embriagaram e por curiosidade levantei meu rosto ficando cara-a-cara com ele, e com esse movimento brusco nossos lábios ficaram perigosamente próximos.
–Eu não....não sei... -minha voz começou a falhar.
Ele me sorriu e eu me perdi nos oceanos de seus olhos azuis, e ele me depositou gentilmente na cama, e depois se sentou ao meu lado na cama, e segurou minha mão.
–Você cresceu muito. -ele continuou sorrindo para mim, como se nos conhecêssemos a muito tempo. Mais eu tinha certeza que nunca em minha vida havia visto aquele homem à minha frente. Eu o observei completamente pela primeira vez, diferente de Shun ele era mais forte, seus músculos salientes e suas cochas grossas eram de tirar o fôlego, se eu não estivesse tão atordoada por tudo o que me aconteceu, eu estaria mais que feliz por conhecer um ser tão lindo. Seus cabelos loiros e lisos tinham pequenas ondulações nas pontas, sua pele branca mostrava algumas veias mais salientes, o que o tornava mais másculo, então aquele só podia ser Hyoga. -Sou Alexei Hyoga Yukida, seu padrinho, e a partir de agora tomarei conta de você.
–Como assim? -eu perguntei ainda perdida.
–Eu te ensinarei a se defender, você viverá um tempo comigo na Sibéria tudo bem?-ele me perguntou gentilmente.
–Sim... -foi tudo o que eu pude responder, o que mais eu poderia fazer agora.
Ele se levantou e pegou um saco que estava no chão, ele provavelmente o soltou para que pudesse me segurar. Ele o abriu e de lá tirou um tipo de manta preta, e estendeu para mim.
–Vista isso por favor. -falou Hyoga me estendendo o manto.
Eu peguei a roupa e com alguma dificuldade comecei a vestir, e ele vendo minha dor, se levantou e começou a me ajudar a colocar o manto, quando por fim terminamos Hyoga puxou o que era o capuz em cima da minha cabeça cobrindo-me agora completamente, e nesse momento a porta novamente se abriu.
–Estão prontos para ir? -Um rapaz de longos cabelos pretos azulados adentrou.
–Sim estamos Mu, com licença Alana. -e antes que eu pudesse responder algo Hyoga me colocou nos braços.
Nos dirigimos para fora do quarto e eu fui carregada por alguns corredores, pude sentir o cuidado que ele tinha ao me segurar, pois em momento algum senti dor. Quando enfim chegamos ao lado de fora da casa tudo o que eu consegui ver foi o céu estrelado, pois o capuz me impedia de ver algo ao meu redor.

–Olá Alana, eu sou Mu um grande amigo do seu pai, você não se lembra, mas eu te peguei no colo quando você era bem novinha. - ele me disse sorrindo, como se tivesse perdido em lembranças. -Sua mãe deve ter lhe explicado que fizemos um feitiço em você para que você se parecesse com seu pai adotivo, mais agora você não precisa mais disso, então eu vou te liberar dele tudo bem?

Eu apenas maneei a cabeça afirmativamente...

–Vou libertá-la do feitiço agora Alana, não tire o capuz dela até chegar na Sibéria. -Hyoga me passou para Mu que me segurou nos braços carinhosamente e me sorriu, chegou bem perto afastou o meu capuz e antes que eu pudesse fazer qualquer movimento ele colou sua testa a minha, e fechou os olhos, e eu fiz o mesmo. Nesse momento senti meu corpo quente e depois frio, como se me colocassem um manto gelado sobre o corpo, e um sono me abateu.
–Ela precisa descansar, vou teleportá-los agora. -foi a última coisa que ouvi dele.

                                                                                                   

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A filha de CamusOnde histórias criam vida. Descubra agora