8. Um Pouco de Atenção

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- Sabia que você viria. - Ele diz a mim animado, enquanto seguíamos até sua casa dentro do carro de seu motorista particular. - Você ainda está chateada comigo, está?

Minhas amigas vão me matar se descobrirem que estou aqui agora.

- O que você acha? - Respondo friamente.

- Ah, amor. - Ele diz. - Você tem que entender que eu tenho outras coisas importantes para fazer também...

- Tipo o quê? Jogar bola com os amigos? - Respondo cínica.

- C-claro que não, amor! Nada nesse mundo é mais importante que você. - Ele diz, então me agarra começa a beijar meu pescoço.

Não, não faça isso enquanto estou tentando ficar brava com você!

- Ai, para amor! - Começo a rir sem graça. - Não faça isso enquanto estamos discutindo.

- Sim, eu sei que você não resiste. - Ele diz me provocando, até que finalmente chegamos a sua casa.

Passamos pelo portão e fomos deixados na frente do jardim, então seguimos até a porta principal de sua casa. Já estive aqui diversas vezes durante esses dois anos de namoro, é uma casa tão grande quanto a minha, mas com muito mais empregados.

Fomos até a cozinha, onde um grupo de cozinheiros preparava comida. Pegamos um prato, nos servimos e fomos até a sala de jantar, onde nos sentamos sozinhos a uma grande mesa com uns dez lugares.

- E aí, como passou seu aniversário ontem? - Ele pergunta enquanto mexe no seu inseparável celular.

- Foi normal. - Respondo desanimada, revirando a comida em meu prato. - Vai ficar nisso daí até quando? - Pergunto impaciente.

- Só estou combinando o próximo futebol com os garotos... - Ele diz tranquilamente, sem nem ao menos olhar em minha cara. Dou um longo suspiro.

- Acho que perdi o apetite. - Digo, me levantando. Felipe me puxa pelo braço de volta para a cadeira.

- Não, não vá ainda! - Ele insiste.

- Mas que diabos, Felipe! - Digo nervosa. - Qualquer coisa nesse mundo é mais importante que eu! Tudo você arranja desculpa. Por que você mudou tanto depois que eu mudei de colégio?

- Está bem, está bem... - Ele diz entre um suspiro, dando-se por vencido. - Já que só pedir desculpas não bastou, então me diga o que você quer que eu faça para te desculpar.

- Sei lá, me dar um pouco te atenção talvez... - Digo. Acho que pedir para voltar a ser como era antes é pedir demais.

- Só isso? - Ele diz entre risos. - Tudo bem, não parece tão difícil assim.

Olho no relógio da tela de meu celular, marcando 14 horas. Não posso me esquecer de que ainda tenho que me encontrar com Leandro para a maldita aula particular que combinamos. Por que ele tinha que marcar isso tão tarde?

Terminamos de almoçar e subimos até seu quarto, que ao contrário do meu, é grande e nem um pouco humilde, começando por sua televisão gigante de umas 60 polegadas, seus diversos video games, seu computador de última geração e um frigobar ao lado da cama.

Olho novamente na tela de meu celular. Ainda tenho que descobrir como chegar lá naquele endereço que Leandro me indicou. Não faço ideia onde fica, então começo a digitar o endereço no Google para tentar descobrir.

- Sabe, meus pais não estão aqui agora, e minha irmã está na escola, bem que a gente podia... - Ele diz, passando uma mão pelo meu cabelo e tirando meu celular de mim com a outra, colocando-o sobre a mesa.

O TatuadorOnde histórias criam vida. Descubra agora