32. A Ligação

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Cês pensaram que eu não ia postar dois capítulos hoje, né?
Aproveitem <3

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Abri a porta de casa e corri direto em direção as escadas, ter passado a noite na casa de Duda foi bem revigorante para mim, apesar do peso na consciência de ter que esconder as verdades e as marcas em meu corpo da minha própria melhor amiga.

Assim que entrei em meu quarto, troquei de roupa e passei a tarde inteira na cama, enrolada no cobertor e sem forças para levantar. O vestibular é daqui a alguns dias e eu deveria me preparar, mas estou sem um pingo de vontade agora.

Meu celular estava lotado de mensagens e ligações perdidas de Felipe. Estremeci ao ler suas ameaças. Seria bom se eu avisasse aos seguranças da casa para ficarem de olho, e foi o que fui fazer. Estava novamente sozinha em casa, meus pais no trabalho e Joana resolvendo os problemas da casa nova ─ ou saindo com algum cara qualquer. Subi de volta ao meu quarto, tentei estudar para descontrair e tirar tudo isso da cabeça. Parece que Felipe deu um pouco de sossego, já que faz quase duas horas que não recebo um sinal seu. Minhas mãos coçam para ligar para a polícia e acabar logo com essa palhaçada, já que logo eu iria para a casa de minha irmã e ele não saberia mais meu paradeiro, mas meu medo era que ele fizesse alguma coisa a Leandro, e ele deixou claro que faria. Era o seu principal alvo, afinal.

Por falar nisso, sinto muito sua falta. Queria muito poder ouvir sua voz pelo menos durante alguns segundos, mas o que eu diria? Será que ele ao menos me atenderia depois de tudo aquilo que eu fui obrigada a dizer a ele?

Eu não sabia mais o que fazer, minha vontade era de sumir, mas nada iria adiantar de qualquer forma. Eu nunca me vi tão sozinha e perdida na vida, eu estava com muito medo e isso estava me deixando assustada.

Tentei me concentrar nos estudos para esquecer tudo isso ─ pelo menos por alguns minutos, até que ouvi meu celular tocar novamente em cima da cama. Pelo visto Felipe não me esqueceu ainda. O celular parou de tocar por uns segundos e voltou novamente. Eu já estava de saco cheio daquilo tudo. Talvez eu devesse jogar tudo para o ar e ligar para a polícia. Está mais do que na hora de eu fazer isso.

Fui até a cama e senti meu coração pegar fogo assim que li seu nome na tela do celular. Não era o imbecil que estava me ligando, era Leandro.

Minha Nossa, como eu sou idiota! E agora? Eu ligo de volta? O que eu faço?! Não, não vou fazer merda de novo!

Liguei de volta para ele, minhas mãos começaram a suar e em apenas um toque ele atendeu.

  ─ Rita? Onde você estava? Por que não me atendeu?! ─ ele disse desesperado do outro lado da linha. Minhas pernas ficaram bambas, sua voz suave e acolhedora ─ mesmo que em desespero, era tudo que eu mais precisava ouvir agora.

  ─ Eu estou em casa. Não ouvi o celular tocar, me desculpa. ─ expliquei. ─ Aconteceu alguma coisa? Eu...

  ─ Eu posso te ver hoje? ─ ele me cortou.

  ─ Me ver hoje? Como assim?

  ─ Rita, a gente precisa esclarecer umas coisas e você sabe disso...

  ─ Mas... você disse que não ia mais me ver, porque está pedindo isso do nada?

  ─ Eu sei o que está acontecendo com você.

Engoli seco.

  ─ O-o que você sabe? ─ perguntei hesitante. Será que algum coleguinha do Felipe fez algo? Minhas mãos começaram a tremer.

  ─ Sei o suficiente para não desistir de você de uma vez. Você está escondendo coisa de mim, e eu quero que diga na minha cara. Não posso deixar isso acabar desse jeito.

O TatuadorOnde histórias criam vida. Descubra agora