Dangerous To Love

Capítulo 4

Domingo se arrastou penosamente.

Sarah sentou-se em seu quarto, pegando o Everest de lição de casa que seus professores tinham acumulado durante as duas primeiras semanas de aula.

Até mesmo Kryst estava levando as coisas a sério, sentada à sua mesa com seu notebook na frente dela, os olhos piscando na tela.

Pelo menos Sarah tinha um ensaio com Rob e o resto dos caras do North pelo qual ansiava. Rob ainda se ofereceu para lhe dar uma carona. Sarah tinha pensado mais um pouco, mas ela decidiu que tendo dois homens parecendo assustadores, tatuados, visitando seu dormitório na mesma semana poderia levá-la a ter uma reputação ruim.

-Se ficar tarde, me chama e eu vou buscá-la. -Kryst ofereceu gentilmente. -Qualquer horário até a meia-noite é bom. Caramba, se você não estiver pronto até lá, você não terá qualquer voz para falar depois.

Sarah concordou com gratidão e partiu para pegar o ônibus.

Rob abriu a porta do clube depois que ela bateu nela por uns bons três minutos.

-Sinto muito, menina. Não a ouvi. Mike estava com os amplificadores ligados. -Rob disse enquanto ele a pegou para um abraço de quebrar a costela. -Vamos aquecer com algumas de Etta James, antes de ir para o novo material. É sempre bom misturar algumas antigas para levar o público. Você sabe Something's Got A Hold On Me?

-Claro, Christina Aguilera não fez cover alguns anos atrás?

Rob fez uma careta. -Sim, mas Etta fez isso melhor.

-Poderíamos tentar Dirrty?

Ele olhou para os lados. -Você acha que pode tirar uma música como essa, menina?

Sarah corou e olhou para baixo. -Eu sei a melodia. -Ela disse em voz baixa, sentindo-se como uma tola. Claro, ela não poderia ser sexy. Essa era uma causa perdida.

O ensaio correu bem e eles estavam começando a ficar bons juntos -foi um pouco conservador para o gosto de Sarah- embora ela tivesse mantido esse pensamento para si mesma. Cerca de três quartos das músicas eram uma mistura de clássicos antigos e modernos, com um pouco de rock indie jogado, mas o resto eram originais. Carlos, o baixista, poderia cantar uma boa harmonia e sua voz bem misturada com a de Sarah.

Mas ela ainda estava curiosa sobre uma coisa.

-Eu realmente gosto do novo material. -Sarah disse, casualmente. -Mas você nunca disse quais que você escreveu. Eu realmente gosto de Last Song e On My Mind, elas são lindas.

-Um amigo. -Disse Rob. -Ele não toca mais.

Sarah o olhou nos olhos. -Você quer dizer Derek?

Houve um silêncio repentino, mas Sarah se manteve firme.

-Você o conhece? -Disse Rob, com cautela.

-Ele está em uma das minhas aulas. Estamos trabalhando em uma tarefa juntos. Ele me disse... algumas coisas.

-Sim, Dek escreveu essas músicas. -Disse Rob, por último. -Ele continuou escrevendo músicas até cerca de um ano e meio atrás. Ele era um gênio. -Ele balançou a cabeça. -Mas não pergunte a ele sobre isso, porque ele não vai falar com você. Entendeu?

Sarah assentiu. Sim, ela entendeu.

A confirmação a atordoou. Era só o que ela suspeitava há algum tempo, mas ouvir que foi Derek quem compôs essas cancões lindas machucava o coração dela de uma forma que não entendia. Ela só podia imaginar como se sentiria se perdesse a música -era uma grande parte da sua vida. Qual seria a sensação de seu mundo acabar assim -uma lenta descida em silêncio? Ela não poderia suportar isso -ela enlouqueceria.