Depois de ter desabafado toda a minha vida com Emanuel, me senti aliviada, não era sempre que eu podia confiar nas pessoas, teve uma vez que quando confiei em uma amiga, ela me traiu, e acabou dormindo com o grande amor da minha vida.
E com isso, eu aprendi a criar uma certa barreira, com todos, exclusivamente com o meu padrasto, às vezes me pergunto por que ele era assim.
Mas me lembro da lasanha no fogo e logo dou um grito, assustando Emanuel.
— EMANUEL, A LASANHAA! — Emanuel, dá um pulo do sofá e vai correndo para a cozinha, e volta com um sorriso enorme no rosto.
— Uffa! A Lasanha não queimou, vê se da próxima vez, não me mata do coração viu. — Caímos nas risadas, Emanuel era uma pessoa boa e nesses poucos minutos eu estava me apegando cada vez mais a ele.
— Vamos comer então? Estou morrendo de fome. — Ele sorriu e foi para a cozinha e eu o segui.
— O cheiro está maravilhoso, espero que esteja tão gostoso também. — Ele coloca a lasanha na mesa, claro que em baixo, ele colocou um negócio, não sei o nome e também não vou perguntar, não quero pagar esse mico.
— Isa, pode pegar o suco na geladeira para a gente. — Levanto da cadeira na mesma hora e vou em direção a geladeira, quando vou pegar o suco a jarra quase caí, se não fosse Emanuel segurando, eu tinha molhado todo o chão, me ajeitei e tentei dá uma explicação.
— Olha eu sou muito desastrada viu, pode começar a se acostumar. — Ele sorri, e nessa hora eu percebo como o sorriso dele é tão perfeito. Isabelly, pode tirar esse pensamento da cabeça agora, ele é somente seu amigo.
Quando consigo parar com esses pensamentos, vejo que Emanuel, está na minha frente, passando sua mão de um lado para o outro e me chamando.
— Isa? Você está me ouvindo? — Balanço a cabeça e o encaro.
— Estou sim, Emanuel, é que... vamos comer, estou com fome. — Ele caiu na gargalhada e eu abaixo a cabeça para não cair em meus pensamentos outra vez.
— Pelo pouco que estou convivendo com você, posso perceber que você adora comer hein? — O encarei e sorri. Na verdade, eu não era de comer muito, mas era bom deixar ele pensar assim, pelo menos vou poder comer bastante lasanha hoje.
— Não é questão, que eu amo comer, mas não tem como rejeitar uma comida tão cheirosa como essa. — Ele sorri e logo começa a partir um grande pedaço e coloca no meu prato.
— Emanuel que você partiu essa lasanha muito grande, ficou doido? Não vou conseguir comer isso tudo não! — Ele me olha e nem dá confiança, parti outro pedaço e começa a comer também.
Para falar a verdade, nunca comi tanto na minha vida, ele podia cozinhar sempre para mim, que não me importaria de ter que comer essa lasanha maravilhosa.
— Para quem não queria mais, está comendo muito não acha? — Emanuel falou me zuando e rindo.
— Não acho não, acho que até poderia comer mais sabe? Não quero ter que desperdiçar comida, Rosinha não ia gostar. — Falei sorrindo, Emanuel caiu nas risadas, mas não deixou eu comer mais, foi logo guardando no forno.
— Ah não Emanuel, porque está guardando a Lasanha? — O olhei inconformada, queria mais.
— Porque você vai lá em cima se arrumar, porque vamos sair. — Sair? Ah não, eu não queria sair não.
— Eu não vou sair não, se quiser sair pode ir, mas eu não vou não, estou muito cansada e tenho que arrumar a cozinha. — O olhei firme, mas pelo visto, percebi que não adiantou muito não.
— Anda Isabelly, vai se arrumar, eu falei que vamos sair, então vamos, e outra coisa, eu não aceito, não como resposta. — Depois que falou, me olhou sério e depois sorriu.
— Deixa de ser chato, Emanuel. Eu não vou sair. — Falei e continue sentada na cadeira, não iria ceder fácil.
— Não quer ir por bem, vai pôr mal então. — Sorriu malicioso e veio na minha direção, e me pegou no colo me colocando em suas costas.
— Me solta, Emanuel! — Comecei a bater nas costas dele, que coisa eu não queria.
— Isa, para de me bater, está me machucando. — Não queria machucar ele, mas queria que respeitasse a minha vontade.
— Se não tiver pronta em meia hora, vou te levar assim mesmo, com essa roupa, só quero que você se divirta, pelo menos um dia comigo. — Depois que ele falou isso, com carinha de cachorro sem dono, me senti culpada, ele só queria me ajudar e eu fazendo drama, atou-a.
— Tudo bem, Emanuel, você venceu, mas se eu não gostar, você me traz de volta para casa? — O encarei séria, ele logo sorriu, e antes de sair do quarto, piscou e disse:
— Tenho certeza que não vai querer voltar para casa tão cedo. — Sorri pelo o que ele disse, sabia que no fundo, ele faria esse passeio ser especial.
Tomei um banho e fui ver as roupas que a Rosinha tinha separado para mim, escolhi uma saia fins azul e uma blusa estampada, e peguei minha rasteirinha. Tinha que começar a procurar um emprego e comprar algumas peças de roupas para mim, não quero depender sempre da Rosinha, e também não quero ficar usando roupas que não são minhas, e vai que a sobrinha da Rosinha, fica brava por saber que estou usando suas roupas.
Terminei de arrumar e fui direto para a sala. Emanuel estava sentado concentrado em um jornal.
— O que você tanto vê nesse jornal? — Ele levantou assustado, e logo sorriu.
— Estava vendo na lista de empregos, e pareci que vamos encontrar algo para você. — Às vezes eu me perguntava como ele sabia tanto sobre mim. Será que Rosinha contou tudo para ele? É melhor eu perguntar, antes que isso não saia da minha cabeça.
— Emanuel, como você sabe tanto sobre mim? — Ele me olhou por alguns minutos e depois me respondeu.
— Rosinha me contou um pouco sobre você, ela é uma grande amiga para mim. Sempre que estou com problemas eu corro para cá e ela me ajuda. — O encarei, esperando ele terminar de contar tudo o que sabe.
— Mas por que ela te contou tanta coisa? — Ele me olhou e continuou.
— Ela passou na minha casa, antes de ir trabalhar e me falou, que estava preocupada com você, por você ser uma menina nova, e ter tido que fugir de casa, e por não ter contato tudo da sua vida para ela. Queria que eu te ajudasse um pouco e depositou a sua confiança em mim. — Queria poder gritar com Emanuel, por ele está fazendo isso tudo por pena de mim, mas não consegui, não me senti traída com ele, o contrário me sentia segura.
— Olha Isa, não quero que você pense que estou fazendo isso tudo por pena, porque não estou, eu te conheci aquele dia a noite, e desde aquele dia, quis ser seu amigo, e aproveitei que a Rosinha, deixou eu me aproximar de você. — Enquanto falava, ele segurou a minha mão, e seu olhar era sincero, sabia que no fundo estava falando a verdade.
Por impulso, o abracei forte, e ele me retribuiu, e logo o agradeci.
— Obrigada por estar comigo, Emanuel, eu confio em você, e também quero ser sua amiga, apesar de você ser um chato. — Sorri e desfiz o abraço, e ele me encarou sério e depois sorriu.
— Um chato legal vai, pode falar que está amando minha companhia. — Sorriu convencido, e eu caí nas risadas.
— Nem pode elogiar mais, mas tudo bem, você venceu de novo, é um chato legal. Mas agora vamos sair? Antes que eu desista. — Ele sorri e vai até a porta.
— Desistir você até pode, mas será arrastada daqui. — Falou e tirou a chave da estante, e colocou na porta, sabia que ele não iria desistir, e o que eu podia fazer era ir com ele.
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Aprendendo a confiar em Deus!
RomanceEssa história conta a vida de Isabelly, uma adolescente de dezesseis anos, que sofreu traumas na sua vida. E não superando a morte da sua mãe e não aguentando mais viver assim, decide fugir para um lugar onde seu padrasto não a encontraria, e assim...