Aprendendo a confiar em Deus!

Capítulo 50 - Bônus Guilherme

Decidir conversar com as meninas e contar a verdade, já sabia que não iria ser uma situação fácil, mas nunca pensei que seria impossível, como estava sendo.

Ouvir que a Rossi tinha me procurado e descobriu que eu iria me casar, fez meu coração bater tão forte como não acontecia a anos. Eu nunca escondi da Kamila, o que eu sentia pela Rossi, porque era um sentimento tão forte e indescritível.

Hoje chego a pensar como seria minha vida, se eu fosse um pouco mais teimoso e não ter ido para casa aquele dia a noite. Mas ter aproveitado mais um tempo com ela. Eu sempre quis saber dela e nunca consegui nenhuma informação, por isso que depois de me casar com a Kamila preferi aceitar a proposta de um amigo parar virar seu socio na empresa de advocacia.

Quis mudar para não ter que ficar na mesma cidade com ela, porque estava sendo doloroso, e eu sabia que não iria conseguir recomeçar minha vida com a Kamila daquela forma. Se eu fui obrigado a casar com ela. Queria pelo menos voltar a amar, como era antes. Mesmo sabendo que o sentimento pela Rossi não iria morrer de uma hora pela outra, ou até mesmo nunca mais.

Meu pai não entendia como era difícil para mim aquela situação, era estranho de um dia para outro você ter a responsabilidade de um pai com seu filho nos braços. Eu perdi seus primeiros aninhos, sua primeira fala, seus primeiros passinhos. Pensei que essa seria a primeira e última vez que aconteceria isso comigo, mas a verdade é que não foi.

Dois casos totalmente diferentes porque uma escolheu esconder a verdade, sem ter motivos. E a outra iria contar a verdade por causa de um motivo não contou.

Tem como minha vida piorar?

Era incrível a sensação de saber que meu amor com Rossi gerou a Isabelly, mas era desesperador, saber que a encontrei com várias frustações na vida. E pior que uma entre elas sou eu, seu próprio pai. Como saber criar e mostrar para ela que eu não tenho culpa de tudo que aconteceu em sua vida. É ate injusto eu não saber de nada.

Meus dois filhos de sangue eu não tive a oportunidade de ver nascer e nem crescer totalmente. O Lucas o peguei quando tinha apenas quatro anos e a Isabelly descubro que é minha filha em um tribunal.

Eu choro sim, não porque sou dramático ou sentimental, mas pelas ondas que a vida está me trazendo. Estou me sentindo a pior pessoa do mundo, porque não sei responder o que a Isa me diz.

Eu queria poder ter visto ela nascer e criar ela com muito carinho e amor, mas eu não sabia e ver ela dizendo todas essas coisas na minha cara, faz eu sentir como se uma faca estivesse perfurando meu coração.

Graças ao meu bom Deus, Rosinha dá um basta na conversa e sugeri que conversamos outro dia que estivermos mais calmos, porque o dia foi completamente longo.

Preferi ir alugar outro quarto para eu ficar sozinho e tentar pelo menos resolver as coisas na minha cabeça um pouco, mas logo alguém bate na porta me tirando dos meus pensamentos.

Abro e logo vejo Renan com uma cara de preocupado.

– Como você está? – Renan me pergunta entrando no quarto e se sentando na cadeira ao lado.

– É complicado dizer Renan, eu nunca poderia imaginar que essa história se repetiria outra vez. – Digo baixo.

– Pois é cara, é uma pena isso. Tentamos procurar a Rossi, e eu lamento por não conseguir, porque talvez se não fosse tão complicado as coisas poderiam ser diferentes. – Renan diz com um pequeno sorriso de lado.

– O problema Renan é que a Isa nunca irá me perdoar, e quando a Fran souber que ela e adotada tudo vai piorar, porque as duas tem o gênio muito difícil. – Digo pensativo.