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— Nós vamos para o Museu Nacional amanhã, então eu provavelmente voltarei mais tarde, ok? É algo meio que obrigatório, a menos que você queira tirar zero na disciplina de Artes.

— Isso é ótimo, filho! É literalmente um dos meus lugares favoritos.

— A senhora realmente deveria sair mais vezes — eu disse, sorrindo.

Lembro-me do quanto eu queria falar com você naquela hora, Harry. Você me dava segurança e era exatamente isso que eu estava precisando no momento. Digamos apenas que meu círculo de amizade se baseava em você.

E com quem mesmo que você supostamente deveria fazer dupla, Harry? Taylor, vulgo a sua líder vadia de torcida.

E agora, eu teria que levar aquela dúvida — com quem eu iria — comigo até o dia seguinte.

(...)

Eu não vou mentir, quando me acordei e me lembrei da aula extraclasse, fiquei imediatamente nervoso. Era pedir muito poder ficar com você?

Quando cheguei ao colégio, vi que seu carro já estava estacionado. Não passei muito tempo do lado de fora, o mínimo possível na verdade, estava muito frio. Com os poucos minutos que passei para entrar na área do colégio, até chegar à sua porta em si, já estava deixando de sentir meus dedos e a minha respiração fazia com que meu corpo congelasse internamente. O idiota aqui não levou nada que o protegesse do frio. E você sabe que eu não sou muito resistente a ele, né?

Senti um alívio extremo ao entrar no colégio e poder aproveitar de seu belo aquecedor.

Você — nem ninguém — estava no pátio. Completamente vazio. Nem mesmo a inspetora irritante que gritava mais do que tudo.

Visto que não tinha muitas opções a não ser sentar e esperar, fiquei ali mesmo. Li meu livro pacificamente até sentir alguém cutucando meu ombro. — Era a tal inspetora.

— O que você ainda está fazendo aqui?

— Ainda?

— Olhe a hora, Tomlinson! O ônibus já vai sair!

— Quê?! Mas não apareceu ninguém aqui!

— Todo mundo está lá atrás... Se eu fosse você, começaria a correr. — E foi o que eu fiz. Corri. Juntei todas as forças que tinha e fui como um raio até o portão de trás. Só pude voltar a respirar quando vi que o ônibus — o qual tinha um enorme Bus 1 escrito na sua lateral — ainda estava parando, e as pessoas subindo nele.

Entrei na fila como se nada tivesse acontecido. Passei pela professora, que deu um "check" no meu nome.

Subi no ônibus e meu olhar foi diretamente para você. Como um ímã. E no momento em que iria lhe mandar um sorrisinho, vi que Taylor estava ao seu lado.

— Idiota — murmurei. Joguei-me na primeira cadeira vazia que encontrei. — Que idiota! — talvez tenha sido alto demais. Ou então apenas, o menino que estava ao meu lado (o qual mal tinha visto) possuía uma excelente audição. Ele me olhou durante dois segundos, mas nada disse. E eu agradeci aos céus por isso. Depois de um tempinho, o perguntei:

— Você tem dupla pra hoje? — Ele fez que não com a cabeça.

— Posso fazer contigo?

— Claro.

— Sou Louis.

— Liam Payne. — Nós apertamos as mãos um do outro.

— Então, Liam, eu nunca te vi na aula de Artes.

36 REASONS (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora