36 REASONS (Larry Stylinson)

globo

Você sabe que eu sempre tive dificuldade em me decidir sobre as coisas. A indecisão é meu principal defeito, assumo.

Imagine então como é para mim escolher desenhos, imagens, figuras, rabiscos, ou o que seja, para marcarem meu corpo para sempre. Tarefa difícil, certo?

Mas não mais difícil que aquela "prova" oral em dupla de geografia.

Você se lembra, Harry? Eu me lembro muito bem. Principalmente por saber que o tal "Harry Styles" que conheci no banheiro, era na verdade um galinha que os professores odiavam.

Foi a primeira vez que você me fodeu. E naquele dia, eu prometi a mim mesmo que me afastaria de você. Pelo menos na frente da professora de Geografia.

— Olha aqui seu celular. Valeu — quando você entrou na classe, eu já estava lá há décadas. Pensei que você fosse se sentar com uma pessoa qualquer, mas decidiu compartilhar a mesa comigo. Obrigado por isso.

— Por nada.

— Posso te dar um conselho? — Perguntei.

— Já sei, não emprestar meu celular? — Seus deboches são os melhores. E os piores.

— Não. Você realmente deveria responder às garotas que te mandaram mensagem. Sabe, ser um cavalheiro.

— Você as leu?

— Não. É só que seu celular tocou pra caramba, o que meio que me incomodou. E bom, apareceram vários números diferentes nas notificações. Apenas liguei os pontos.

— Desculpa.

— Peça desculpa a elas, não a mim.

— Essas garotas não querem um cavalheiro, Louis. E outra, eu não ligo para elas.

— Literalmente, huh?

— Você me chamou de idiota, então agora é a minha vez. Idiota.

— Não precisa falar isso quando for me chamar de idiota — falei. Você sorriu para mim e eu retribui.

— Bom dia, turma — só assim que notei a presença da professora na sala. — Quero que vocês se mantenham do jeito que estão; teremos um teste avaliativo. Um conselho: Quem colar terá problemas.

— Como ela pode aplicar uma prova se não ensinou nenhum assunto? — Sussurrei para você. Acho que isso te fez achar que eu já era próximo o suficiente, pois a partir disso, não parou de falar mal da professora para mim.

Digamos que ouvir: mal amada, vadia, cobra, e outras coisas que irei censurar, no meu pé de ouvido não é uma coisa tão confortável assim. Ainda mais tendo certeza que ela deve ter ouvido algo.

Essa minha desconfiança foi confirmada quando ela veio nos entregar nosso teste, soltando um: "Tenha cuidado, Harry Styles." Você ficou seguro sobre isso, então eu também fiquei.

Mas, toda a minha segurança se esvaiu com a entrega dos resultados: tiramos a nota mais baixa da turma. E o pior de tudo é que achamos isso engraçado.

E aqui vai outra razão, Harry. Nós somos igualmente péssimos em geografia.