15/07
Aquele era um dia como qualquer outro. Pelo menos eu pensava que fosse.
Estava feliz, Harry e eu passamos várias madrugadas dos últimos meses trocando mensagens. Hoje seria finalmente o último dia de avaliações semestrais do colégio e eu acreditava ter ido consideravelmente bem em todas elas.
Eu ainda tinha duas longas horas até a próxima prova; pensando nisso, decidi ir à biblioteca, quem sabe para dar uma revisada no assunto ou simplesmente tirar um cochilo. Havia algumas mesas completamente vazias e eu não poderia estar mais satisfeito com aquilo.
Mantive meus olhos fechados por alguns bons minutos, tentando pegar no sono, mas não consegui. Algo parecia estar tentando me manter acordado, mas eu não conseguia entender o porquê. Era apenas um pressentimento.
Decidi então pegar um livro da matéria para dar uma folheada nele. A minha vontade era de mandar uma mensagem pro Harry, perguntando onde ele estava, mas não dava; nós havíamos combinado de que seria mais seguro para conversarmos se ele sempre iniciasse a conversa, visto que ele escolheria o momento em que estivesse sozinho.
Relacionamento mais complicado que o meu é difícil de encontrar por aí, eu sei.
(...)
Eu estava puramente entediado. Aquele já era o terceiro livro que eu dava uma olhada, mas a minha paciência havia se esvaído na metade do segundo. Graças aos céus eu já sabia a matéria, portanto não faria diferença nenhuma eu estar estudando naquele momento ou não. Com toda a humildade possível, eu sabia que iria bem. Havia estudado pra isso.
Fui até as prateleiras de livros, me arrastando, juntando todas as forças que ainda me restavam para completar aquela ação. A biblioteca estava bem mais vazia agora, visto que a próxima prova estava próxima de começar, e como de costume, as pessoas vão comprar comida, ir ao banheiro, ou sei lá o que. Mas bom, eu não estava precisando de nada. Só de férias.
Férias e Harry Styles.
E falando nele, fui surpreendido com o mesmo entrando na biblioteca. Ele parecia ter corrido, aparentava estar consideravelmente nervoso também. Eu examinava-o por entre os livros, sem que ele sequer me notasse, mas ainda assim podia ver as gotas de suor escorrendo na sua testa. Será que ele havia ido mal na prova?
Seus olhos passaram por cada canto da sala, procurando por algo. Até que ele foi direto à mesa onde estava a minha mochila e parou por alguns instantes. Virou-se na minha direção e me pegou o observando.
— Você está bem, Harry? — foi a pergunta idiota. Ele não parecia estar nada bem. Harry deu uma última conferida pelo local, como se para ter certeza de que estávamos sozinhos e se aproximou de mim.
— Eu a amei. De verdade. — Seus olhos subitamente começaram a se encher de lágrimas e aquilo começou a me preocupar.
— Hey, o que aconteceu? — Levantei seu rosto com a minha mão. Ele parecia tão confuso quanto eu.
— A carta. Ninguém nunca havia feito uma coisa tão linda assim para mim, Louis, eu não sei nem o que te dizer... Apenas saiba que você não poderia ter acertado mais. Cada palavra foi tão importante... Você é tão importante. A cada momento que passa a minha teoria de que você é perfeito se prova mais verídica.
Eu enxuguei as lágrimas que começaram a deslizar pela sua bochecha e sorri. Saber que ele finalmente havia a lido era bem melhor do que havia imaginado. A sensação de dever cumprido era ótima.
— Só que sério, Lou, você não precisava ter feito nada disso. Eu não acho nem que sou tão merecedor assim...
— Hey, claro que você é! Harry, eu fiz pelo o nosso amor. Porque ele é a melhor coisa que já me aconteceu e você precisava saber disso. — Ele entrelaçou nossos dedos e eu podia sentir milhões de explosões acontecendo em cada poro da minha pele. — Eu sinto como se eu só te amasse de verdade agora. Só depois de tudo o que passamos. — Acrescentei depois, pensativo.
— Oi?
— Calma, — não pude conter meu sorriso — você não entendeu. Eu não escrevi diretamente sobre, mas nesses últimos meses eu fui apresentado a uma filosofia muito interessante pelo Zayn. É uma filosofia budista, sobre o que é amar de verdade.
Antes que eu pudesse explicar direito sobre o que se tratava, chamei-o para que se sentasse comigo ali, no chão. As instantes de livros nos escondiam bem e o silêncio era basicamente absoluto, sendo cortado apenas pela minha voz.
— Zayn me mostrou um vídeo sobre isso. Eu não vou me lembrar de tudo que dizia, mas consistia basicamente na ideia de que muitas vezes o que acreditamos ser amor é apenas apego; e não o sentimento de amor genuíno. E o apego nos causa dor, Harry; nos causa muita dor. Portanto, antes de tudo, não é o amor que nos machuca, mas sim o apego. Porque quanto mais nos agarramos, mais temos medo de perder. O apego diz: "Eu te amo, por isso eu quero que você me faça feliz", enquanto o amor diz: "Eu te amo, por isso quero que você seja feliz. Se isso me incluir, ótimo!". Tem muito mais coisas, mas eu não vou me lembrar agora...
— Acredite, você está completamente incluso! — Ele abriu um sorriso enorme para mim e me beijou.
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36 REASONS (Larry Stylinson)
FanfictionEm que Louis dá 36 razões para Harry voltar a falar com ele. Não apenas com palavras, mas ele demonstra isso em seu corpo por meio de tatuagens. Por que assim, ele irá provar para o Harry que o que ele sente é como uma tatuagem: Eterno. (Ou então...