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Apesar de ter corrido até a aula de economia, o professor não me deixou entrar. Eu estava atrasado.

— Você terá que pegar uma autorização de entrada na coordenação, Tomlinson — o professor me disse antes de eu sequer colocar um pé para dentro da sala.

Aquilo era péssimo. Já era meu quinto atraso apenas naquela semana.

— Novamente atrasado, sr. Tomlinson? — A coordenadora perguntou-me em um tom irônico.

— Prometo que vou tentar chegar à sala mais cedo. Eu sei que não é desculpa, mas meu antigo colégio era três vezes menor que esse... Ainda é complicado para eu achar a sala a tempo.

— Que bom que você sabe que não é desculpa. Você pode pensar em um método de chegar mais cedo nas aulas, hoje, quando estiver na detenção.

— Detenção?!

— São as regras. — Suspirei em desagrado. — Agora volte para a aula.

Mais desagradável ainda foi quando li o papel que ela me deu: era um comunicado destinado à minha mãe, justificando as cinco horas de detenção.

Cinco.

Era como se eu estivesse em uma montanha-russa que só desce. E agora eu já estava começando a chegar ao inferno.

(...)

Não era a primeira vez que ficava em detenção. Já tinha planos para isso, inclusive; iria abaixar minha cabeça e dormir até às cinco horas terem se passado. Iria me sentar na última cadeira e consequentemente o monitor nem perceberia.

Era um bom plano. Eu acredito que quanto mais simples melhor. Acontece que ele não era de fato tão simples assim...

— Boa tarde — disse ao monitor. Segui até chegar à última cadeira da penúltima fileira. A maioria dos lugares já estava ocupados com mochilas, mas quase ninguém se encontrava, de fato, presente na sala.

Eu não poderia simplesmente dormir naquela hora. Ficaria mais nítido para o monitor, e eu entraria em mais problemas.

"Droga, onde está todo mundo?" Como se respondendo ao meu pensamento, todos eles chegaram. Juntos. Logo entendi o porquê.

Você estava lá, Harry, na frente deles para ser mais exato. As pessoas te seguiam e aquilo era estranho para mim.

Eu nunca fui o tipo de cara de seguir as pessoas populares, nem muito menos de ser seguido. E agora, bom, eu acreditava que nós éramos amigos. Isso me tornava popular também?

— Posso saber a razão de toda essa reunião? — O monitor perguntou com a voz firme.

— As informações sobre o torneio de basquete foram liberadas hoje. Houve alguns... — Você disse.

— Desentendimentos — complementaram sua fala.

— Isso, e estávamos resolvendo. Com a coordenadora. Se quiser, pode ir perguntá-la — deu de ombros.

— Acredito que não seja necessário — o diálogo se finalizou.

Segurei o ar quando vi você vindo à minha direção. Fiquei mais tenso ainda quando vi que estavas do meu lado, na fileira que ficava encostada na parede. O engraçado é que você até então não parecera me notar.

Aproveitei essa oportunidade que a vida me dera e deslizei um pouco meu corpo para baixo de forma que ficasse menos visível ainda. Coloquei meu capuz discretamente.

36 REASONS (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora