— Eu nunca mais vou beber. — Mal conseguia falar de tão enjoado que estava. Meu estômago girava mais rápido que Júpiter.
— Hey. —Lembro-me de ouvir sua voz em meio a música alta e quando me virei em sua direção, fiquei tonto e só não cai porque você foi rápido e me segurou. — Lou? — senti uma de suas mãos afastando minha franja do rosto, mas eu não conseguia te olhar; meus olhos doíam, custava muito mantê-los abertos.
— Eu acho que não 'tô me sentindo muito bem — respondi o mais alto que pude.
— Você acha? — Como você conseguia estar sorrindo?
— Para de rir, e-eu, vou morrer! — O som da sua risada já estava começando a me irritar.
— Eu vou te tirar daqui. — você me levou para um lugar bem mais silencioso do que sua sala de estar. Quando ouvi a porta bater, se fechando, senti um alívio tremendo.
— Você precisa ir ao banheiro? — você parecia tão relaxado, como se o álcool não fizesse efeito algum no seu corpo.
— Não — Contemplei seu quarto por dois segundos e depois me encostei na parede mais próxima e me sentei no chão. — Haz, você deveria voltar pra lá, sabe, para sua festa... — falei depois de pensar um pouco. Afinal, os convidados ainda estavam lá, né?
— Nah, eles estão bem entretidos por lá.
— Você não precisa ficar aqui, eu prometo que não vomito no seu carpete. — Por que você não parava de rir?
— Eu não posso ficar com você? — Você foi até sua escrivaninha e colocou seu copo de bebida sobre ela.
— Você quer ficar comigo?
— Se você não me expulsar...
— Que tipo de resposta é essa? — balancei a cabeça em descrença. Eu, com considerável dificuldade, consegui me levantar. Fui até você, um pouco cambaleante. — Às vezes eu tenho muita vontade de te bater — empurrei-te e você bateu com suas costas na parede — Para de rir, isso não é engraçado!
— Para mim, é — você segurou meus pulsos com suas mãos ridiculamente fortes. — Mas, por que você quer me bater?
— Você pede! Olha só para sua cara! E sem falar que você está sempre tão certo sobre as coisas... É sempre tão... — Apaixonante. Não consegui terminar a frase. Não quando eu senti aquele enorme impulso que meu estômago fez, querendo empurrar todo o seu conteúdo para fora. Eu consegui segurá-lo até chegar ao banheiro.
A partir daí, não me lembro mais de absolutamente nada. Só que acordei na sua cama. Estava consideravelmente escuro, o que me fez pensar que ainda era noite. Mas não era, como constatei ao abrir as cortinas e ver o belo dia ensolarado que fazia lá fora.
— Droga... — Senti uma pontada na cabeça com a claridade repentina. Minha voz estava mais rouca do que eu me lembro já estar algum dia. "Eu dormi aqui? A minha mãe deve estar louca de preocupação. E revoltada", pensei.
Passaram-se mais ou menos uns quarenta minutos e eu continuei lá no quarto, pensando no quão ferrado eu estava e no quanto a minha cabeça estava doendo. Escutei o barulho da porta se abrindo e assim que vi seu rosto me lembrei da cena que fiz na noite anterior. O que eu estava pensando? Nem em outra vida eu ganharia uma briga contra você.
A minha vergonha e culpa se quadruplicou quando vi que você estava segurando uma bandeja com café da manhã. Eu me levantei na hora e a peguei, em parte também por medo de você derrubá-la.
— Eu sinto muitíssimo por ontem. Bebidas alcóolicas realmente não me fazem bem.
— Você não precisa se desculpar — encarei suas covinhas talvez por tempo demais — Mas ficaria grato se não tentasse me bater novamente.
Sentei-me na beirada da cama e coloquei a bandeja no meu colo. Tentei comer tudo, mas havia comida demais para mim. Notei uma cartela de comprimidos na margem dela. Tomei um deles.
— Onde eu a coloco? — Perguntei, referindo-me a bandeja quase vazia.
— Pode deixá-la aí em cima — apontou para sua escrivaninha.
— Onde tá a minha camisa?
— Você não se lembra? — Neguei com a cabeça. — Você acabou a molhando com bebida, então eu achei melhor colocá-la para lavar para que não sujasse a cama.
Obviamente eu estava confuso. Mas, sinceramente? Eu preferia não ter conhecimento de tudo que aconteceu na noite passada. Já estava envergonhado o suficiente.
— Ah... Eu realmente preciso ir para casa. Minha mãe deve estar preocupadíssima.
— Eu falei com ela.
— Sério?
— Liguei para sua casa. Acho que tá tudo bem.
— Muito obrigado mesmo.
— Você pode pegar uma das minhas camisas.
Você me deu uma que não servia mais para você, mas ainda assim ficou gigante em mim. Eu me espantei em ver que ela chegava até a metade das minhas coxas.
— Eu posso te deixar na sua casa.
— Você já me fez tanto favor de ontem para hoje que eu acho que terei que pagá-los pelo resto da minha vida.
— Que nada.
Eu não comentei sobre a marca avermelhada que reparei estar no seu pescoço. Aquilo era provavelmente obra de Taylor e eu também preferia não saber nada sobre aquilo.
De qualquer forma, você ficou comigo, não me deu as costas. Aguentou-me mesmo eu sendo insuportável e inconveniente. Você demonstrou ser meu amigo de verdade, além de que me deixou dormir como um bebê na sua cama.
Você, acima de tudo, tem um remédio para dor de cabeça excelente, o qual eu realmente estou precisando no momento.
E eu não estou nem falando dos comprimidos.
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36 REASONS (Larry Stylinson)
Fiksi PenggemarEm que Louis dá 36 razões para Harry voltar a falar com ele. Não apenas com palavras, mas ele demonstra isso em seu corpo por meio de tatuagens. Por que assim, ele irá provar para o Harry que o que ele sente é como uma tatuagem: Eterno. (Ou então...