happy face

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Deixo aqui registrado minha indignação.

As pessoas são espertas, maquiavélicas e astuciosas.

Você entenderá o porquê.

Eu estava muito, mas muito entediado naquele dia. Os meninos estavam treinando para o torneio de basquete que teria no final do ano. E você, senhor Styles, me obrigava a ir lhe assistir, dizia-me que eu lhe dava boa sorte. Então bom, lá estava eu, sentado na arquibancada fingindo ter o menor interesse sobre o que estava acontecendo no jogo.

Ok, não era um esforço tão grande assim estar ali... Não era um esforço poder ficar te observando, e definitivamente não era um esforço quando você vinha até mim, todo soado, os cachos presos por uma liga, sorrindo e dizendo "Eu falei que você me dava sorte".

O que mais me incomodava eram as líderes de torcida. Ah, as líderes de torcida...

E o "não gostar" delas não tinha nada a ver com a minha sexualidade ou algo do tipo, por que uma percentagem considerável dos meninos não gostava delas também. Superficiais, imaturas, burras e mais um trilhão de adjetivos desse nível às caracterizam. Pelo menos as do meu colégio.

Aqui na escola, cada jogador tem uma líder de torcida. Ela é responsável por animá-lo, levar-lhe água durante a pausa, etc.

A sua, Harry, era uma vadia. Eu a odiava.

Ela sempre estava correndo atrás de você — e não estou nem falando da hora do jogo. Ela faz de tudo para chamar sua atenção, e bom, se lembra daquele dia em que você me mostrou as mensagens que ela te enviava? Nojento.

O jogo acaba e você passa direto dela, correndo em minha direção e se senta ao meu lado. Eu acredito estar com aquela cara de orgulhoso, tanto por isso, quanto pelo placar. Vocês haviam ganhado de novo.

— Hey — você estava sem fôlego. Tinha uma toalha na mão esquerda, a pegou e começou a enxugar seu rosto.

— Ainda preciso te parabenizar por mais uma vitória? Eu não quero que você fique orgulhoso — você apenas riu.

— Hoje à noite a galera do time vai sair para jantar em um lugar chique aí — ele percebeu minha cara e acrescentou: — eu não sei falar um nome. É francês, e você sabe que eu sou péssimo. Enfim, você quer ir comigo?

— Mas, eu não sou do time.

— Mas eu vou te levar mesmo assim. É claro, se você quiser.

Eu queria, ô como eu queria, Harry. Mesmo sabendo que aquilo estava longe de ser um encontro, eu gostava de passar o tempo com você.

— Não vai ficar estranho?

— Por que ficaria?

— Eu não conheço nenhum deles. Eu sou novato, 'tá se esquecendo desse pequeno detalhe?

— Outro motivo para você ir! Você precisa se enturmar — você percebeu a mudança no meu rosto. Viu que eu concordaria. — Vou ver a hora com a turma, certo? Mais tarde eu ligo para sua casa e te digo.

— Aham.

— Me desculpa, mas eu tenho que ir agora — rolou os olhos. Eu balancei a cabeça em afirmação. Foi inesperado; você um dos seus sorrisinhos, colocou sua mão vazia na minha nuca e me puxou para um beijo bem leve na minha testa.

Na testa, Harry? Na testa?! Acho que não posso esperar muito de alguém que prefere baunilha a chocolate, não é mesmo?

Mentira.

36 REASONS (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora