cup of tea

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Você sabia, Harry. Você sabia muito bem que toda quarta-feira eu costumo ir tomar chá na Reddoor do lado do colégio. Você sabia e eu não.

Esperteza é o forte de algumas pessoas. Algumas pessoas vulgo você. Seu garoto esperto.

Fiz meu pedido e fui esperar em uma das mesas de lá. Não sei quanto tempo se passou, realmente não sou bom com esses detalhes. Apenas lembro-me da minha fabulosa xícara de chá chegando e sendo entregue a mim por um dos atendentes. Levanto-a e assim que me preparo para dar o primeiro gole, escuto sua voz familiar atrás de mim.

— Então é assim que 'cê passa as tardes de quarta? — Você puxa uma cadeira e me acompanha na mesa.

— Passo com grande estilo.

— Como você consegue beber isso? — Naquele momento eu não soube se ria da sua cara de nojo, ou ria por você simplesmente não gostar de chá.

— Que tipo de pessoa é você, Styles? Você prefere o quê? Um copo de uísque?

— Exato. Isso sim é ter estilo. Ou style, se preferir.

— Já te falei que isso não tem graça nenhuma.

— Eu apenas sou realístico. Mas, então, eu estou aqui e você também...

— Sim...

— O que acha de irmos dar uma volta por aí?

— Por mim tudo okay, só vou terminar o chá e nós vamos.

— "Tudo okay".

Você estava mais animado que o normal, o que consequentemente me deixava mais animado também. Adoro quando você está alegre, por que assim, estou sempre ouvindo suas risadas bobas, além de poder contemplar suas covinhas marcadas o tempo todo. Você fica tão bem sorrindo. Faz tempo que não o vejo fazendo.

— O que você coloca no chá? — apontou para a xícara.

— Apenas leite. Sem açúcar. Não me olhe assim, eu sei que você está super a fim de provar.

— Você não sabe do que eu estou a fim.

— Ninguém resiste a uma quente xícara de chá em Londres, Harry. Assuma.

— Talvez você esteja certo. Talvez não. Só quero que você termine logo, tenho algo pra te mostrar.

Meu ponto fraco. Curiosidade.

Assim que paguei, saímos de lá com você me guiando até o outro lado da rua. Quando chegamos à calçada, você parou de andar.

— Tá, o que foi? — Comecei a olhar para os lados procurando alguém suspeito. Você colocou sua mão no bolso de trás de sua calça e tirou de lá um chaveiro. Cheguei mais perto e vi que era uma chave de carro.

— Meu pai... Ele me deu o que eu pedi. O meu carro, Louis — seu sorriso aumentou ainda mais com o som do carro sendo desbloqueado pelo controle da chave.

Fomos correndo até um bonito Golf prateado que só não brilhava mais do que seus olhos verdes.

— Ele é lindo, Harry! Sério, você merece!

— Eu realmente achei que não iria ganhá-lo mais. Meu aniversário já passou faz tanto tempo, mas... — Não conseguia conter sua felicidade. — Quando largamos da escola, ele estava lá me esperando com a chave do carro. Eu só pensei "preciso contar pro Louis", mas aí sua birra contra tecnologia nos atrapalhou novamente na comunicação. — Revirei os olhos com a última frase.

— Não atrapalhou necessariamente, você me achou, huh?

— Mas então, eu realmente queria te levar pra aquela volta. Você é o convidado que vai estrear meu carro.

— Que honra — abri a porta do passageiro e sentei-me.

— Prepare-se, sr. Tommo Tomlinson. Estás prestes a presenciar o melhor motorista em ação.

— Com certeza.

(...)

— Então é isso, Louis.

— Obrigado novamente, Zayn — encarei a tatuagem por alguns segundos. — Você realmente tem talento.

— Não precisa me agradecer sempre — ele pegou a lista que lhe entreguei e contou antes de voltar a falar. — Nós ainda temos uma grande jornada pela frente.

— Sim, sim. — sorri.

— Não vou mentir, a sua mudança repentina sobre tatuagens me surpreendeu. E cada uma delas é bem específica, como se você já estivesse pensando sobre elas há algum tempo.

— Eu sei, nunca fui um grande fã de tatuagens. Mas é que elas são diferentes. — Zayn enrolou a área recém-tatuada com plástico.

— Quando é a próxima sessão? — perguntei-lhe.

— Próxima quarta-feira.

É... Minhas quartas-feiras definitivamente não possuem o mesmo style sem você, Harry.

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36 REASONS (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora