segundo dia de aula

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Ponto de vista do Louis

Chamada

— Por que você não simplesmente manda a carta por correio, Louis? — Zayn perguntara, do outro lado da linha.

— Não! Eu quero entregá-la pessoalmente. Eu quero mostrar-lhe cada uma das minhas tatuagens, eu quero que ele olhe dentro dos meus olhos e veja que eu o amo.

— Louis Tomlinson, a cada dia que passa você está ficando mais brega.

— E eu não tenho nenhum problema com isso — sorri de lado ao ouvir sua gargalhada melodiosa. — Zaz, desculpa, mas eu tenho que ir. Minha mãe tá me mandando desligar.

— Vai lá, sr. Apaixonado.

Chamada finalizada

— Oi, mãe?

— Louis, você irá chegar atrasado! — E era verdade. Perdi totalmente a noção da hora conversando com Zayn.

— Tudo bem... Eles não vão poder me mandar para a detenção de novo, esse vai ser o primeiro atrasado do ano.

— Detenção?!

— Oops.

— Nada de "Oops"! Quando você voltar para casa, iremos ter uma conversa séria, mocinho.

Era só o que me faltava. Problemas em casa agora também.

O meu percurso pelo colégio não foi tão ruim quanto pensei que seria; as músicas do Ipod me acompanharam até lá.

Então, é isso. Harry ganhou. Ali estava eu, na vibe tecnológica.

(...)

Hoje eu teria uma oportunidade maravilhosa; teríamos aula de Educação física, onde se eu tivesse sorte, poderia me encontrar com Harry no vestuário.

E me prendendo àquela ideia, esperei ansiosamente até que o sinal da aula tocasse e eu finalmente pudesse ir até lá.

Certifiquei-me de colocar uma camisa de manga longa que cobrisse todas as tatuagens por baixo da blusa regata de educação física. Após ficar pronto, dobrei as roupas e as coloquei em cima da carta, para dar uma protegida nela. O Ipod ficou sobre ambos.

— Pensei que você não gostasse de esportes, Louis.

— Eu não gosto muito. Mas esse é um novo ano, não é? — Respondi a Leonard depois de trancar a portinha do armário com uma batida. — Me esforçarei para fazer coisas que eu não fiz ano passado de forma satisfatória. —E isso valia para muita coisa.

— Isso é bom! Você 'tá com frio?

— Ah, é. Eu...

— Te vejo na quadra! — E ele saiu correndo. Percebi que o sinal havia tocado. Salvo pelo gongo.

Eu passei muito mais tempo do que devia, ou amo menos precisava, arrumando os cadarços dos meus tênis, enchendo minha garrafa de água, e simplesmente encarando o nada. Precisava esperar que as pessoas saíssem dali para ficar a sós com Harry; e por um milagre o mesmo estava colaborando.

(...)

E então aconteceu, finalmente a sós; eu estava sentado em um dos bancos, enquanto Harry olhava algo em seu armário.

— Uh... Parabéns. — Xinguei-me mentalmente logo após falar. Estúpido jeito de começar uma conversa com ele depois de meses. Harry não disse nada, apenas me olhou, parecendo confuso. — Seu aniversário. Eu sei que ele já foi há alguns dias atrás, mas...

— Obrigado. — Ele me deu as costas e começou a andar em direção a saída.

— Harry, nós precisamos conversar. — Observei-o se virar novamente para mim, e ficar parado. Simplesmente parado. Parecia estar lutando internamente se deveria ficar ou não.

— Eu não posso...

— Claro que pode. Só por favor... Não vai embora.

— Você não 'tá entendendo!

— Talvez porque você não fala comigo, não me atende mais, nem sequer olha na minha cara! — Ele respirou fundo e baixou a cabeça. Por um milésimo de segundo me senti culpado por falar daquele jeito, mas logo passou.

— Eu estou terminando com você, Louis.

36 REASONS (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora