36 REASONS (Larry Stylinson)

triângulo

Eu me lembro como se fosse ontem do quanto eu estava nervoso naquele dia.

O colégio estava tão agitado quanto eu, mas não pelo mesmo motivo.

Eu sei, Harry, que você já está cansado de saber de tudo isso, mas ainda assim irei falar sobre aquele dia, visto que eu gosto de analisar o que aconteceu. Gosto de relembrar. Chame-me de masoquista, se quiser.

Toda a agitação era por causa do aclamado torneio de basquete. O lance era que, só faltavam meses para a chegada dele; e tirando o fato de só acontecer a cada cinco anos, nosso colégio iria sediar o evento naquele ano. E bom, fazia tempo que não ganhávamos.

A agitação aconteceu porque todo mundo deveria ajudar em algo. E daí se iniciava a polêmica.

— Quero ficar na decoração! — Alguém gritava.

— Não, você vai ficar na limpeza! — Respondiam.

Aquela gritaria me dava nos nervos. E mais estressado ainda eu ficava sem te ter ali. Mesmo sua súbita "declaração de sentimentos" tendo me pegado de surpresa, e eu não saber — na época — o que aconteceria a partir dali, eu preferia estar contigo. Pelo menos assim eu pensava.

Depois de um considerável trabalho para sair da sala sem que os professores/coordenadores que estavam lá percebessem, eu consegui sair. Mal pude respirar direito e te vi no final do corredor. Pisquei duas vezes como se para ter certeza. E depois, bem, eu simplesmente comecei a correr.

De volta para a sala.

"Eu sou realmente muito idiota" pensei.

— Louis Tomlinson! — A professora imediatamente me puxou pelo braço.

— Não é o que... — Quando eu iria começar a me defender sobre estar fora da sala sem permissão, ela cortou minha fala.

— Você irá ficar na decoração! Nós realmente precisamos da sua ajuda por lá — apontou para alguns colegas de minha classe que estavam separados do restante dos alunos. — Eu quero que você os comande... Sua ajuda é fundamental.

— Ah... Certo. — Fui até eles.

Vamos pular essa parte. Prefiro falar agora sobre a hora em que você entrou na classe sem mais nem menos. Todos pararam de conversar no momento em que te viram totalmente deslocado ali.

— Styles, querido... A turma de basquete está na quadra agora. Seu treinador está dando informações muito... —Era engraçado o quanto os professores estavam te mimando agora só por causa do torneio.

— Eu preciso falar com ele! — E apontasses para mim. Engoli em seco.

— Louis está ocupado no momento, ele não pode...

Você já tinha passado por ela e vindo à minha direção. Coloquei minhas mãos nos bolsos para que não notasses o quanto eu estava tremendo.

— Você tem um minuto?

— Aham.

Do lado de fora, depois que saímos da sala, lhe dei um empurrãozinho.

— Cara, você manda nesse colégio! — Falei, tentando soar descontraído. Você deu de ombros.

— Escuta, nós não temos muito tempo e eu preciso te perguntar algo. Eu mal consegui dormir de ontem para hoje.

— O que é?

— Eu sou louco?

— Quê?

— Você acha que eu sou normal?

— Talvez...? Eu estou começando a duvidar agora. Por que essa pergunta? — Você me olhava diretamente nos olhos e quando terminei de falar, franzisses as sobrancelhas.

— Eu não sei mais se consigo distinguir a ilusão da realidade. O que caralhos é real neste exato momento? — Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, completou. — E não me diga que não sabes do que estou me referindo.

É, eu sabia muito bem.

— Você quer uma resposta direta? — Perguntei.

— Sim. — Não me pergunte de onde eu tirei forças para erguer meu corpo até ficar quase da sua altura e te beijar.

"Só me corresponda" foi meu único pensamento.

Tirei minhas mãos dos bolsos e toquei no seu cabelo. Preciso dizer que ele deveria fazer parte das sete maravilhas do mundo?

— Isso é suficiente para você? — Perguntei, determinado.

— O que você acha, Louis?

— Eu não sei, Zayn... O que o triângulo significa mesmo? — Louis voltara a passar as páginas do livro de tatuagens de Malik.

— Significa tantas coisas: criatividade, harmonia, proporção, sexo, manifestação, iluminação, integração... E também é um símbolo gay.

— A cada dia que se passa uma nova descoberta.