CAPÍTULO 2 parte 4

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A escuridão parece que está se dissipando, lentamente, quando começo a ouvir vozes:

— Eu falei que você vai precisar de ajuda. – murmura uma voz desconhecida e melodiosa.

— Não preciso de ajuda de ninguém, principalmente dele. – é a voz da minha velha.

— Sempre quando eles completam dezesseis anos seus poderes vêm à tona e você vai precisar de ajuda. – a voz parece irritada – E você sabe que com ela será diferente.

— Talvez não. – minha mãe murmura, sua voz está estranha, parece que está triste.

— Cante novamente porque ela está acordando! – a voz estranha exclama mais irritada.

Ouço novamente a melodia e sinto a escuridão me puxando novamente.


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— Sara. – ouço a voz da minha mãe muito longe – Sara, acorde. Está na hora de ir para a escola.

— Estou com sono. – resmungo com os olhos fechados, puxo a coberta cobrindo-me totalmente.

— Eu sei, mas você precisa ir. – ela passa a mão sobre minha cabeça, que está escondida.

— O que aconteceu ontem? – levanto o cobertor para fitá-la – Só me lembro de passar mal e depois você cantar para mim. Que música era aquela? E a letra? Que língua era? Também não me lembro de vir andando para a cama, como você me trouxe?

— Você não acha que é muito cedo para tantas perguntas? – ela se levanta da cama – Vamos logo ou vai chegar atrasada na escola. – e sai do meu quarto.

Minha velha sempre foge das minhas perguntas quando é sobre o meu pai, mas não vejo motivo algum para fugir dessas questões. Dou um longo suspiro e olho para janela, a luz do novo dia começa a adentrar o ambiente, mas está bem nublado. Creio que vai chover.

Me levanto, encaro meu reflexo no espelho e... Nossa! Estou parecendo mais fantasmagórica que nunca. As bochechas rosadas sumiram e meus olhos verdes estão mais claros. Hoje, vou ter que me esconder, talvez um casaco com capuz ajude.

Pego uma camiseta com o emblema do grupo 30 Seconds To Mars, visto uma calça jeans, coloco uma das várias blusas com capuz na cor preta e calço meu All Star. Arrumo minha mochila, pego meu celular e o headfone. Sigo para a sala e vejo que o gato está dormindo tranquilamente no sofá. Faço carinho no alto de sua cabeça fazendo-o olhar para mim e ronronar.

— Mãe, você não respondeu minhas perguntas. – deixo a mochila ao lado do gato, junto com meu celular e o headfone. Em seguida, me sento na mesa enquanto observo ela terminar de preparar o café.

— Não aconteceu nada demais, agora, coma. – coloca a garrafa de café sobre a mesa – Já arrumou um nome para o gato?

— Não. – respondo revirando os olhos, pois já sei que não vai falar nada do que quero saber.

— Que tal Rylo. – diz olhando para o gato com uma sobrancelha levantada.

— Rylo? – dirijo meu olhar para o gato, ele me encara como se entendesse o que falei, salta do sofá vindo parar no meu colo.

— Ele parece que gostou. – minha velha mostra um leve sorriso, em seguida volta para a cozinha.

— Está certo. Será Rylo. – faço carinho no bichano brevemente. Depois coloco o café no copo e bebo de uma vez. Em seguida, coloco mais café, pego um pão e passo geleia nele.

— Hum... vejo que está com fome hoje. – minha velha murmura com um grande sorriso, sentando-se de frente para mim.

— Sim. Acordei com muita fome.

— Que bom! Mais tarde, quando vier para casa, passa no mercado e compra ração para seu gato porque o leite que tinha ele já bebeu todo.

Ela se levanta, vai até seu quarto, pega a sua bolsa e retorna para a sala.

— Aqui está o dinheiro. – diz ao colocá-lo sobre a mesa – Outra coisa, você quer passar um pouco de maquiagem porque está mais branca do que de costume.

— Não. – respondo depois de engolir um pedaço de pão – Sabe que não gosto dessas coisas.

— Só um pouco de rouge nas bochechas? – ela pega sua maquiagem na bolsa.

— Não. – digo depois de engolir o último pedaço de pão e beber todo o conteúdo do copo – Olha a hora, já está tarde.

Levanto-me rapidamente antes que ela me obrigue colocar aquilo. Odeio esse negócio de maquiagem. A única vez que tentei usar, ficou coçando o tempo todo. Não quero mais isso.

Ao abrir a porta, o gato insiste em querer sair comigo. Fica miando e todas às vezes que coloco para dentro, ele consegue ser mais rápido, saindo de casa antes que eu feche a porta. Minha velha começa a rir da situação:

Dunyas eno Unyaah - O Rapto e A ViagemOnde histórias criam vida. Descubra agora