CAPÍTULO 4 parte 7

215 59 33
                                    

Quer saber de uma coisa, vou embora. Me levanto e subo rapidamente as escadas.

— Sara! – ele me chama, mas não dou atenção.

Ao chegar na saída, sinto alguém me puxar com força para trás.

— Aonde você pensa que vai, tampinha! – ouço uma voz muito irritada atrás de mim, ao me virar noto que é o garoto cabeludo com boné que está segurando um dos meus braços, o outro cabeludo está logo atrás dele – Meu amigo está no hospital com o nariz quebrado por sua causa! Agora você vai ver o que é apanhar, sua idiota!

— Solta ela! – o Júlio grita atrás dos dois.

— Não se intrometa, cara! – responde ainda me segurando, encarando meu rosto – Ela tem que pagar pelo que fez!

Júlio se aproxima de nós, noto seus olhos mudando para o azul cristalino. Está mais irritado do que na hora que eu caí. Será que ele é capaz de vencer os dois moleques? Apesar de terem a mesma altura, são dois contra um.

— Solta ela ou você não vai gostar das consequências!

— Cai fora, cara! Já disse para... – antes de terminar a frase, Júlio empurra o moleque, fazendo-o me soltar e dá um soco nele. O cabeludo despenca no chão feito uma jaca madura.

Quando o outro garoto vai para cima do moreno, aproveito a distração deles para sair correndo em direção ao ponto de ônibus. Não vou ficar para ver no que vai dar essa briga, já basta o que eu fiz.


Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Chego em casa bem antes de anoitecer, Rylo me recepciona enroscando sua calda na minha perna, ao mesmo tempo que fica miando. Parece que minha velha ainda está dormindo.

Coloco o skate no lugar de sempre, vou para o quarto, guardo meu equipamento e jogo meu celular sobre a cama. Em seguida, corro para o banheiro, assim minha mãe não vai me ver, afinal não sei direito qual foi o estrago que a queda fez.

Encaro meu reflexo no espelho olhando o ponto dolorido. É um corte tão pequeno que creio ser um exagero o que o Júlio disse. Também parece que já está cicatrizando. Acredito que isso não é normal!

Dou de ombro, tiro minha roupa e tomo um banho demorado, lavando meu cabelo novamente, pois ainda está um pouquinho manchado de sangue.

Ao sair do banheiro, me tranco no quarto. Visto um dos muitos pijamas de florezinhas que tenho. Apesar de amar preto e roupas mais darks, amo meus pijamas. Meus gostos são um pouco contraditórios, mas essa sou eu. A ambivalência em pessoa.

— Sara. – minha velha bate na porta, ao abri-la, ela arregala os olhos ao me encarar – O que aconteceu? Como você se machucou? – questiona ao segurar minha cabeça encarando a área onde está o pequeno corte.

— Não foi nada mãe. – resmungo – Foi só uma pequena distração.

— Mas você nunca se machucou com o skate antes.

— Já disse que não foi nada, nem está doendo mais. – sento na cama e pego meu celular.

— Acho melhor você dar um tempo desse skate! Não quero me preocupar toda vez que sair de casa para ir à escola com ele.

— Não mãe! – volto minha atenção para ela – É o único divertimento que tenho! O que aconteceu hoje foi uma distração boba que não vai mais acontecer! Eu juro!

Ela suspira profundamente, se senta ao meu lado, me abraça acariciando meu cabelo.

— Não quero que se machuque por nada, por isso fico preocupada, mas entendo que você tem poucos divertimentos, assim como, só agora, conseguiu fazer amigos, por isso não vou proibi-la de nada. Só promete para mim que vai tomar mais cuidado.

— Prometo que vou me cuidar. – encosto minha cabeça em seu ombro.

— Você ao menos gostou da pista de skate? Valeu apena esse corte? – ela questiona e sei que está sorrindo, apesar de não estar olhando para ela.

— Maravilhosa! Muito legal e com certeza vou voltar lá mais vezes.

— Então, por que chegou tão cedo? Disse para não chegar tarde, mas ainda é dia.

— Me deu vontade de voltar logo. – minto descaradamente, isso faz com que ela pegue meu queixo e me força a encarar seus olhos.

— Está mentido para mim, Sara? O que aconteceu, além da queda?

— Não foi nada, só uns garotos que estavam me enchendo, então resolvi voltar logo para casa. – prefiro dizer metade da verdade, mas pela cara da minha velha, acho que ela não acreditou muito.

— Tá bom! Se é o que diz, vou acreditar.

— Olha mãe, a verdade, é que eles queriam que eu saísse da pista, me chamaram de bonequinha esquisita e tampinha. Fiquei com tanta raiva que me joguei em cima de um dos garotos e comecei a socar a cara dele.

— Sara! – minha velha exclama se levantando da cama – Como assim você bateu num garoto?

— Sei lá! Não consegui me controlar! Acho até que quebrei o nariz dele. – resmungo abaixando a cabeça.

— Ok! Mas ele chegou a bater em você?

— Não. Os meus amigos conseguiram me acalmar logo, então deixei eles irem embora.

— Como eles eram? Consegue descrever a fisionomia deles?

— Os três eram magros, um pouco mais altos que você. Dois deles eram cabeludos e brancos, o que eu soquei tem cabelo curto e é moreno, mas por que você quer saber?

— Por nada. Você vai querer jantar? Comeu alguma coisa na rua?

Minha velha e sua fantástica mudança de assunto sempre me deixando no vácuo. Às vezes, gostaria de saber o motivo dela fazer isso!

— Não comi, mas também não estou com fome. Por falar nisso, o que foi aquilo que você me deu para beber ontem? Era tão gostoso! Outra coisa, a pizza estava deliciosa.

— Que bom que gostou da pizza. Já que não está com fome, vou me deitar mais um pouquinho. Ainda tenho tempo para descansar antes de ir trabalhar.

Ela sai do quarto me deixando sem uma das respostas que eu quero. Às vezes, me irrito quando ela faz isso, mas é o jeito dela, quem sou eu para fazer alguma pergunta. Tenho que ficar na minha.

Ouço o toque de mensagem no celular, olho na tela, é o Júlio no Whatys. Chega! Hoje foi um dia muito estranho, nem vou abrir totalmente a mensagem. Tenho que me acalmar e pensar em uma forma de tirar algumas informações dele.

Por exemplo, por que seus olhos mudam de cor? Por que sua voz mudou quando chamou meu nome, enquanto eu socava o garoto? Também preciso entender o porquê que tive aquela visão. O que será que está acontecendo comigo?

Começo a jogar no celular, porém alguns minutos depois, sinto meus olhos pesarem e a névoa do sono me engole.

Olá! Tudo bem? Qual a opinião de vocês sobre o livro até o momento? Por favor, comentem, e não se esqueçam das estrelas

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Olá! Tudo bem? Qual a opinião de vocês sobre o livro até o momento? Por favor, comentem, e não se esqueçam das estrelas. Um beijo para todos! Até breve!

Dunyas eno Unyaah - O Rapto e A ViagemOnde histórias criam vida. Descubra agora