Kyara ON•
Enquanto Justin me beijava,todos os meus pensamentos sumiram. Tudo parecia perfeito, era a melhor sensação que eu poderia ter. Quando nossos labios se afastaram, aquela sensação continuou. Não havia tido malícia naquele beijo. Foi diferente. Encarei seus olhos cor mel e percebi que a sensação que eu estava sentinto, não era recíproca.
-Isso foi estranho. - Eu digo e me levantei da cama.
- Foi um beijo Kyara. Tudo normal. - Justin diz seco caminhando até o seu closet.
Me deitei na cama pensando. Minha vida ja está uma bosta. O cara que me criou está querendo me matar, minha casa foi incendiada propositamente, e acho que estou apaixonada por um criminoso. Tem como piorar? Senti Justin deitar ao meu lado na cama, eu não falei nada, simplesmente adormeci.
Justin ON•
Acordei com o barulho do secador, que merda, essa garota não dorme?
- Kyara, vê se dorme. Pelo amor de Deus. - Eu digo me levantando.
- Agora são onze e quarenta, não estou com um pingo de sono. - Kyara diz arrumando seu short jeans.
- Onde você vai com esse mini short? - Eu digo. Ja disse que ela é minha, mesmo ela não aceitando, ela é.
- Para o shopping, preciso comprar um celular novo. - Kyara diz e fez uma pausa para coçar a garganta. - Credo, você não é o meu dono Bieber.
- Cala a boca e vai tirar esse short. - eu digo secamente, ja sentindo meu sangue ferver. Como ela ousa?
- Não vou tirar nada, ja falei, você não é meu dono, põe isso na sua cabeça. - Kyara diz.
- Põe na sua cabeça, que quem manda em você sou eu. - Eu digo ja aumentando a voz.
- Não vou tirar. - Kyara diz cruzando os braços.
- Tira, ou vou junto com você. - Eu digo perdendo à paciência.
- Eu já disse que não vou tirar porra nenhuma. VOCÊ NÃO MANDA EM MIM. - Kyara diz aumentando seu tom de voz na última frase.
- Quem manda aqui sou eu Kyara, e mando em você também. Você não passa de uma sem teto ORFÃ. - Eu digo e aumentei o tom de voz na ultima palavra.
- A sem teto ÓRFÃ que você gostaria de foder. - Kyara diz. Meu sangue subiu à cabeça. Segurei sua bochecha com a mão esquerda e seu braço com a mão direita. Apertei os dois com força, e à empurrei fazendo ela bater as costas na parede com brutalidade.
Kyara ON•
- Gostaria de transar com você mesmo, mas, depois iria te jogar fora, porque você é uma inútil. Nem pra transar serve. - Justin diz. Vi fúria em seu olhar. Meus olhos se encheram de lágrimas, não pela dor física que ele estava me causando e sim pelas palavras dita por ele. -Eu posso te matar agora Kyara. Vê se obedece, porque se não, amanhã você vai amanhecer com a boca cheia de formiga. - Justin diz e me soltou com força.
- Eu te odeio. - Eu digo klimpando as lágrimas que estavam querendo cair.
- Acredite, você não é a primeira a dizer isso. - Justin diz. Quando ele soltou essas palavras seu olhar mudou, de raiva, para tristeza. Caminhou até o banheiro e parou na porta me olhando. - Não saia daqui. Não estou para brincadeiras Kyara. - Justin diz e entrou no banheiro.
Me sentei na cama e encarei o chão.
"Quem manda aqui sou eu Kyara, e mando em você também. Você não passa de uma sem teto ORFÃ."
"Gostaria de transar com você mesmo, mas depois iria te jogar fora, porque você é uma inútil. Nem pra transar serve."
As palavras que Justin disse à pouco tempo estavam na minha cabeça. Realmente elas me machucaram, nunca vi tanto ódio em um so olhar. Mas parece que esse ódio todo, não vem de mim, parece que é coisa do passado, uma coisa mal resolvida, ou até mesmo resolvida, mas, resolvida de uma forma errada.
Eu estou cansada de tentar manter as coisas juntas. Tentar controlar o que não pode ser controlado, tentar manter as coisas no lugar, sem desabar. Tenho medo de quebrar coisas e não conseguir consertá-las. Elas vão quebrar de qualquer jeito, não importa o que eu fizer.
Ás vezes me sinto perdida em meio a um universo gigantesco.
Aí eu olho e penso "puta merda, então é isso que eu sou?" Quer dizer, quando eu tinha 7 anos eu dizia que queria ser tanta, mas tanta coisa. E agora veja só, eu não sou nada. Sou uma menina sem teto órfã, e ainda por cima, apaixonada por um criminoso.
No fundo eu sinto é saudade de tudo. Da minha vida antiga, sem saber de nada disso, sem ter vindo para o Canadá.Meu Deus, como eu queria uma realidade mais doce.
- Você fica aqui. - Justin diz aparecendo atrás de mim.
- Que? Como assim? - Eu digo me levantando da cama e encarando Justin na minha frente.
- Você me desobedeceu, é a última vez que você ergue a voz pra mim. Entendeu? - Justin perguntou rude.
- Você é doente! - respirei fundo tentando parar de chorar.
- Kyara, se você erguer a voz pra mim de novo, você vai ser castigada. - Justin diz me olhando. - Cansei de ser bonzinho.
Justin saiu fechando a porta com força e trancou à mesma. Me levantei e tentei abrir à mesma, tentativa falha, dei um chute na porta e sentei no chão. Que droga, vim aqui pra virar prisioneira? Que merda.
Me levantei e fui até o closet, comecei a arrumar as minhas roupas em um lugar vazio. Arrumei todas então decidi deitar e assistir um pouco. Olhei para porta e vi uma carta, franzi a testa, me aproximei e peguei à mesma, li o envelope.
"Para: Kyara."
"De: Desconhecido."Minha curiosidade so aumentava, rasguei o envelope e tirei o pequeno papel branco que estava dentro.
"Olá filhinha. Já sabe quem é?
Como eu sou um bom pai, já estou te avisando, estou aqui para dizer que os pais da sua amiguinha, Kessy, estão em ótima companhia, junto com os cadáveres no cemitério.
Sabe sua amiguinha? Irá fazer companhia para eles logo logo, basta você não me obedecer.
Eu quero os meus arquivos Kyara. Se não, Kessy, vai ter o mesmo destino dos pais.Com amor, Papai."
Meus olhos estavam marejados. Realmente, tem como piorar.
{}Adorei esse capítulo g-zuis.
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Maktub. •J.B•
Hayran Kurgu"Eram como o café e o leite Ele tirava o sono dela, E ela o deixava-o menos amargo." "- Não! Isso não pode ser o destino! Talvez o destino esteja um pouco errado, ou talvez seja culpa do meu cupido? Eu não deveria acreditar nesse negócio de destino...