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14h (faltam treze horas)
- Fala, Caio.
- Que bom que você atendeu, Bruce. Tô há um tempão tentando te ligar.
- O que foi?
- Eu tô fodido!
- Que bom. Quanto mais fodido, mais dinheiro.
- É sério, Bruce.
- Cara, fica pra outra hora... Tô numa situação aqui.
- Mas é urgente. O Nil tá na minha cola.
- Na sua cola como assim? Tipo zumbi? Fantasma?
- Bruce, a parada é séria. Já faz um tempo que ele apareceu.
- Péssima hora pra me contar isso...
- Eu não sabia ainda o que fazer e por isso que não falei nada antes. Mas agora eu vou precisar agir, Bruce. Ele quer encontrar o Colomba hoje à noite. Preciso pensar em algo. Preciso de você!
- ...
- Bruce?
- Não.
- Não o quê?
- Não conte comigo, gayzão. Foi mal!
- Bruce, não é hora pra brincar.
- Brincar? Caio... Eu perdi a Mel. A Melzinha se foi, caralho!
- Meu Deus! Bruce, eu sinto muito. Onde você tá? Quer que eu te encontre? Não sei nem o que te falar. Sabia que a saúde dela havia piorado mas não pensei que chegaria a esse ponto. Não dessa maneira.
- Tá maluco? Não é nada disso que você tá pensando. A Melzinha terminou comigo. Ela tá saindo do nosso apartamento.
- Assim do nada?
- Disse que não quer ser um peso pra mim. O médico disse que ela não tem muito tempo. Eu tô surtando com essa porra toda, cara. Ela não pode fazer isso comigo...
- Bruce, se acalma. Olha, eu...
A ligação caiu e eu até queria me concentrar no problema do Bruce, mas eu não podia. Eu tinha algo muito mais grave nas mãos e que, sem o Bruce, eu precisaria lidar sozinho. Era tarde para recuar. Se por um lado Nil era um marginalzinho perturbado, por outro, Colomba era um criminoso poderoso. O inconsequente do Nil talvez nem tivesse a verdadeira dimensão do problema em que estava nos metendo. Quase morri quando topei o serviço sujo do Nil, mas Moira e todas aquelas pessoas na igreja não tiveram a mesma sorte. Eu não queria contar com a sorte outra vez.
Nos últimos dias, prestei atenção a cada movimento e entendi toda a estrutura do pub. A cada vez que o Colomba solicitava um encontro comigo, eu via uma oportunidade de estudar o local. E eu não fazia aquilo pelo Nil. Era por mim! Eu vislumbrava fazer com que aqueles homens se ferrassem. Quando a polícia os enfiasse na cadeia, eu diria para a Moira: veja o que eu fiz! Eu acabei com eles. Quais eram as chances de Nil meter os pés pelas mãos? Todas! Colomba odiava todo traficante que havia tentado passá-lo para trás. E eu estava prestes a colocar um desses traficantezinhos diante dele num momento de vulnerabilidade. O que Nil faria já não me interessava mais. O que realmente me preocupava era pensar em caso do Nil se dar mal e, por isso, Colomba soubesse que eu estava metido naquela história. Colomba, de certo, se lembraria que eu levei droga para ele um dia. E então eu é quem estaria ferrado de vez.
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Com amor é mais caro (Completo)
RomanceUma história envolvente, com reviravoltas de tirar o fôlego! Acompanhe a intrigante trajetória de um jovem vivendo os perigos e os prazeres da noite. Tendo que se virar na capital, o impulsivo Caio não pensará nas consequências das suas escolhas par...