03. KATHERINE

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— Quem é você? — Sr. Alaric pergunta.

— Eu sou a moça da limpeza, que precisou ser a moça do café, mas que pode ser a solução para esse problema — Sorrio, sentindo o nervosismo se apossar de cada pedacinho meu.

Caminho até a mesa e deixo a bandeja. Encaro o homem que está sentado. Eu conheço esses olhos e essa carranca de algum lugar.

O homem do elevador.

— Não sei do que está falando — Sr. Alaric coça a cabeça, parece tão nervoso quanto eu.

— Eu ouvi a conversa e gravei. Já enviei para alguém de extrema confiança e posso manter sigilo sobre o assunto, não soltar o áudio na internet...

Deixo a frase morrer.

"Katherine Coleman, você endoidou? Você pode ser presa por isso" Meu subconsciente me repreende, mas então eu me lembro dela; de tudo o que ela passou e suportou por mim.

— Quanto você quer pelo áudio? — Benjamin me encara.

Seus olhos azuis são tempestuosos, sombrios e ameaçadores. Todavia, não deixo sua postura de macho alfa me abater. Permaneço de cabeça erguida.

Minha palavra não seria nada contra a deles, eles poderiam facilmente desmentir o áudio caso eu o jogasse na internet, mas isso geraria um tumulto gigantesco e, consequentemente, uma grande desvalorização da Construtora Underwood. Seria um vexame.

— Eu tenho uma contra proposta — Cruzo os braços à frente do corpo, observando-o franzir o cenho.

— Sente-se, senhorita — Sr. Alaric aponta uma das cadeiras.

Engulo em seco e me sento. Olho ao redor discretamente, nunca havia entrado em um lugar tão chique. A enorme parede atrás de Benjamin é toda de vidro, proporcionando uma vista surreal da cidade.

Há uma estante enorme com muitos livros, outra com itens de decoração e prêmios que a Construtora Underwood ganhou.

— Você sabe quem nós somos? — Benjamin chama minha atenção.

— Você é filho do presidente da Construtora. Quer se tornar o novo CEO, mas está sem muitas opções, levando em consideração que você não tem um visto — Engulo em seco.

— Qual a sua contra proposta?

— Um milhão de dólares. É tudo o que eu peço.

Meu coração bate tão depressa e com tanta intensidade que eu me pergunto se eles não estão ouvindo. Parece que não consigo respirar. Ai, meu Deus! O que eu acabei de fazer? Eu já estou financeiramente ferrada e posso perder o emprego depois dessa loucura.

— Você é uma ótima chantagista — Benjamin exibe o mesmo sorriso zombeteiro de mais cedo.

Também sorrio da mesma maneira.

— Apesar de você ter fechado as portas do elevador na minha cara, eu não sou chantagista — Respiro fundo. — Não pediria um milhão de dólares sem oferecer nada em troca. Eu não sou uma aproveitadora, apesar das circunstâncias.

— Pode ir direto ao ponto, senhorita? — Sr. Alaric pede, cruzando os braços à frente do corpo.

— Eu me caso com você e, em troca, você me dá um milhão de dólares. Essa é minha contra proposta.

Eu endoidei de vez! Onde está a Lucy quando eu preciso que ela me diga umas verdades? Alguém precisa me tirar daqui. Agora! É loucura eu desejar o arrebatamento como nunca desejei na vida nesse exato momento? Deus! Eu só queria ser transladada como Enoque.

Primeiro Amor • Livro 1 | Série Por AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora