CINZAS DA PAIXÃO (POSTADA NOVAMENTE)

Sua Falta

JAYDEN

Os dias vinham se passando e minha vida não parecia ter mudado. Sim, eu estava mais do que feliz pela volta surpreendente de Diana, mais eu ainda sentia um vazio, de algo fora do lugar... De alguma coisa faltando. Resolvi que eu precisava de um tempo sozinho, um tempo que eu pudesse estar com meus pensamentos sem ninguém a minha volta falando ou dizendo o que eu tinha que fazer. Entrar no apartamento depois de morar nele com ela era estranho. Não havia mais flores nos vasos espalhados por cada canto da sala, e a luz que sempre entrava pelas janelas, não estava mais tão forte. Caminhei em direção ao nosso quarto que estava aberto, e a única coisa diferente nele, eram pétalas secas que estavam sobre uma cama arrumada, toquei sentindo sua textura em minhas mãos enchendo meu peito de lembranças e de sentimentos que me batiam com força. Poebe amava rosas, não importava a cor, cheiro... Ela só as amava. Queria que ela estivesse bem, ela não Havaí aceitado o dinheiro dado por mim, eu jamais pagaria ela pelo nosso tempo juntos como ela pensou e, quando meu pai me disse suas palavras, me senti muito pior. Nunca foi minha intenção, eu só queria ajudá-la, não queria que ela tivesse que passar nenhuma necessidade nunca mais em sua vida.

Passei para o final do quarto onde dentro do meu armário estava guardado em uma caixinha, o anel que eu nunca tinha chegado a dar. Envergonhado, era assim que eu me sentia, eu precisava ser um homem e pedir desculpas pelo que fiz a ela pessoalmente. Guardei sem pensar a caixa do anel em meu bolso e sai, eu precisava olhar em seus olhos e ser um verdadeiro homem quando pedisse desculpas a ela, era isso que eu iria fazer e nem mesmo algo forte poderia me impedir, era hora de agir da única maneira que sempre deveria ter sido.

****

Fui a sua escola, ela provavelmente estaria lá, mais quando cheguei fui informando que ela não tinha ido naquele dia para sua aula. Voltei com o carro e fui ao seu trabalho, mais foi à mesma coisa, Ela não estava, tinha ido fazer entregas sem horário pra voltar. Horas depois, eu estava na casa de minha mãe, tinha voltado a viver lá depois dos últimos acontecimentos. Minha busca por ela não tinha sido um sucesso, mais eu não pararia por ali, seria apenas dado um tempo.

-Onde você estava? Liguei pra você umas cem vezes e nada, sabe como eu detesto esperar. -Minha cabeça estava como uma bomba, a qualquer momento poderia explodir de dor, eu não precisava disso agora.

-Tinha uns assuntos para resolver fora Diana, aliás, você não precisa está gritando comigo.

-E por acaso atender ao telefone era um grande sacrifício? Sabe que eu não gosto de esperar! -Ela gritou e isso foi tudo para minha raiva transbordar. Levantando eu fiquei a sua frente quando gritei sem pensar duas vezes, perdendo meu controle e minha sanidade.

-Você me fez esperar cinco anos porra! E nem por isso eu morri, agora deixa de me encher, estou de saco cheio de tantas cobranças. -Seus olhos estavam arregalados de uma forma que eu nunca tinha visto, eu estava tão cansado de tudo, eu queria paz, apenas isso. Saindo, eu a deixei no meio da sala sem me importar, eu iria para o inferno se lá não tivesse barulho nenhum.

POEBE

A agenda para o dia estava cheia, e isso era muito bom, eu adorava meu trabalho e me manter ocupada estava se tornando meu objetivo principal depois de tudo. Minha próxima entrega não seria de frutas, eu precisava entregar alguns documentos da frutaria em um prédio de advocacia, era um prédio chique no centro da cidade. Peguei o elevador assim que cheguei, as portas se abriram e assim que pus meus pés para fora, senti uma tontura sem tamanho e depois eu não vi mais nada...

****

Devagar abri meus olhos sentindo ancia de vômito, era simplesmente horrível e eu não lembrava de absolutamente nada, nem o que tinha acontecido comigo.

-Ei, Você sente-se melhor? -Meus olhos se abriram completamente, quando ouvi a voz de um desconhecido, eu estava em seus braços e estávamos em um sofá.

-Não me lembro de nada... -Passei minhas mãos no rosto, eu me sentia muito tonta ainda.

-Você desmaiou, e se eu não tivesse pegado você, um galo enorme estaria na sua cabeça agora. -Tudo começou a fazer sentindo, eu estava no prédio para entregar os documentos. Ajeitei-me mais continuei em seu colo, um homem alto e vestido de terno, tinha minha gratidão completa.

-Me desculpe, eu não... -Fiquei de pé e a tontura voltou mil vezes forte, ele me segurou pelos braços de uma forma bem rápida me permitindo não cair.

- Calma, você não pode levantar de uma vez assim Moça. -Sua voz era mais preocupado do que a minha.

-Muito obrigada, eu vou ficar bem, desculpe o incomodo eu posso ir agora vou ficar bem. -Ele não me soltou e continuou a olhar pra mim.

-Nem pensar, não vou deixar você sair assim. Me informaram que você chegou aqui de carro, é um grande perigo você sair nesse estado daqui, e eu não vou deixar.

-E quem é você pra me impedir? Olha, eu já agradeci moço, mais eu preciso ir. "Tentei passar por ele, mais o mesmo segurou nos meus braços me impedindo.

-Você não vai a lugar nenhum já disse! E antes de Tudo, prazer eu me chamo Augusto Fontes, sou o advogado e dono dessa empresa. -Parei por um momento e aceitei sua mão posta pra mim, não precisávamos criar uma discussão por algo tão pequeno.

-Prazer, sou Poebe. Olha, só foi uma tontura, eu vou ficar bem... Muito obrigada mais uma vez, mais eu preciso entregar uns documentos e ir embora, estou perfeitamente bem agora.

-Não se preocupe, os documentos já estão em minha sala, eles eram pra mim. Sou o advogado da frutaria onde você deve trabalhar. -Um sorriso apareceu em seu rosto, sorri por educação, eu só queria sair dali de uma vez.

-Então está tudo certo, eu já posso ir embora.

-Tudo bem, meu motorista vai levar você.

-Senhor não precisa, eu posso levar o carro, sem problemas.

-Você só sai daqui com um motorista, não quero que nada aconteça a você. -Eu não tinha escolha, eu devia a ele isso, me salvou de uma baita queda.

-Ok. Mais uma vez obrigada Augusto.

-Não há de quê Poebe. Espero que melhore.

-Eu vou.-"Assim me despedi do homem que Jamais eu veria de novo, mais que teria sempre minha gratidão.