Capitulo 20 - O Deserto
A guerreira se levanta, as costas se voltam para a menina, direção dos olhos ao sol, ela põe o escudo no ombro, enquanto começa a caminhar pela macia e traiçoeira área do deserto,
_Eu estava lá guerreira! A voz infantil e feminina já se torna uma voz de homem, de bom porte sedutor.
Ela de olhar fixo no horizonte, sem parar os passos responde:
_ Eu sei! Todos estavam lá!
_Era só uma menina, frágil... Dócil, assustada... Abandonada!
A guerreira para o caminhar, pressionando a ponta dos dedos contra palma da mão em punho cerrado ela respira forte e grita ecoando pelo deserto :
_ELA... NÃO ESTAVA...ABANDONADA...
O grito sai como impulso para um caminhar mais rápido com passos mais fortes, caminha rumo ao horizonte, tentando se distanciar cada vez mais das emboscadas do caminho de onde ela viera no alto da duna ao seu lado aparece um jovem caminhando com roupas reais, com belas vestes, e joias com pedras de ametista topázio e safira, A guerreira não desvia seu olhar do horizonte enquanto caminha, o suor escorrido na fronte o sangue seco nas mãos, poeira contornando os lábios, os ouvidos não podem evitar o som ameaçador do silêncio do deserto. O sol forte toca a sua pele suave. Apos mais de um meio dia de caminhada o corpo cansa e senta em uma duna olhando para a imensidão de areias o suor escorrem pelo rosto, os cabelos ficam pesados com pequenos grãos de areia presos aos fios, ele respira lento enquanto seca o suor esfregando o braço esquerdo por toda a testa, lentamente ela retira a espada e começa a girar a pequena esfera presa no ponta do punho revelando um dos segredos da armadura, ele retira a esfera, e encosta o punho nos lábios, a água que preenche o interior oco do punho da espada, desce quente mas refresca os lábios secos, ela vai lentamente levantando a espada, tomada pelo desejo de saciar a sede , no seu íntimo trava uma batalha que lhe força a tomar toda a água, contra a sabedoria de guardar um pouco mais, ela retira o punho da boca com força, e respira forte cravando a espada na areia , com as mãos trêmulas vai enroscando a esfera novamente, como se fechara com uma pedra sua única fonte de água no deserto, os olhos enchem de lágrimas, o peito arde e ela sussurra para si mesma:
_ O desejo sempre cruza o caminho da sabedoria, como um atalho que cruza a estrada principal.
O vento forte sopra novamente sobre seu corpo, e por alguns instantes ela olha fixamente para o sol forte se ergue recomeçando a andar.
Em formato de lobo o mensageiro do império, caminha distante da guerreira andando por sobre as dunas enquanto diz:
_Foram muitos que fecharam os olhos para o sol, na cidade arena, fogo, sangue e desespero eram isso que buscavas? Era esse o teu caminho? Por onde passares causar dor? Não vê tu que estão melhor como estão!
_ Eis o que caminha na noite e tateia em trevas, sabe que a escuridão no amanhecer se finda e seus corações se alegram, e força tem para seguirem.
_Quem está nas trevas há muito tempo, não consegue sair para a luz, ela incomoda os seus olhos!
A guerreira para o caminhar por um instante, e de cabeça baixo respira lentamente, erguendo os olhos para o lobo em tom confiante diz:
_ Por isso que o sol sai aos poucos!
O lobo fixa o seu olhar no caminhar forte da guerreira e se tornando uma mulher bela de um longo vestido negro contornando o corpo cobrindo os braços ate as mãos, com uma enorme joia de pedra azul pendurado no pescoço, ela fica parada no alto da duna dizendo:
_ Se não importa o quanto seja a escuridão da noite, pois o amanhecer ha de chegar, igualmente não importa o quanto o sol brilhe durante o dia, também chegará a sua hora de se pôr.
_ Ele não se vai, apenas nos ensina que, Sejamos como sol que mesmo longe a lua segue refletindo a sua luz.
_ Este é o diferente do deserto, aqui ele não deixa o seu calor, e o sol está se pondo guerreira, o perigo do deserto não é só o sol, mas o frio quando é chegada a noite... E a solidão... Os predadores famintos...
*****
Ben Adam retorna caminhando do desfiladeiro voltado para o caminho que leva ao deserto, ele crava espada em um arbusto como se fora aguardar o retorno da guerreira, Josué se aproxima dizendo:
_Ben Adam, o sol já está se pondo já sabemos que o caminho és difícil, temos que seguir até o porto e continuar.
_ Vão todos vós ficareis eu, tenho palavra, disse a ela irei contigo, assim irei cumprir.
_Não é mais assim Ben Adam, olhe a volta de ti, o Império se mobilizando, viajantes fugindo, luta com a guarda real, confuso está em nosso entendimento, mas o que se sabe ,o que todos já sabem que o tempo chegou, seja lá que tempo é esse, mas ele chegou, em nossa época; quando não sabíamos nem que tinha que esperar por ele, tudo pode mudar a qualquer bater de asas de um pássaro, vamos para o porto se ela voltar até aqui, então chegará até lá ou até os portões do Império.
Ben Adam olha o por do sol, os olhos fixos no horizonte como se buscasse ler na sua linha o significado de tudo.
_ Onde está Amazias?
_ Já à frente com o ancião de dias, encontramos o cavalo de Sam, conseguiremos alcança-los.
_ Diga a Abednego para apagar a fogueira, vamos continuar até o porto.
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Desbravadores do Amanhã(#Wattys2016)
Adventure- Este livro tem todos os direitos reservados desde Junho de 2015- A maldade na humanidade cresceu de tal proporção, que tudo que era bom foi esquecido, todos os conceitos, valores e crenças, sem família,sem amor, sem esperança,sem fé. Será que...