Seventeen

Segunda Temporada

Oioi, sinto muito pela minha demora okay??!! É que bateu aquela preguiça de ligar o pc, e postar e tudo mais... BOA LEITURA!

II

Me desculpe
Por que eu preciso pedir desculpa?
Se eu te machuquei
Você sabe que você me machucou também.

Mas você se perdeu dentro de suas lágrimas,
E não há nada que eu possa fazer,
Porque eu me perdi dentro do meu medo
Porque eu não sou nada sem você.

Você está bravo.
Por que você não deveria estar bravo?
Por tudo que nós passamos,
Eu estou bravo também.

Por que nós demoramos tanto
Para olharmos dentro de nossas mentes?
Tudo que nós tentamos deu errado.
Nós estamos preocupados com o que poderemos achar?

"Die, son of a bitch, die, die! Son of a bitch!" Brian gritava a canção o mais alto que podia, aumentando o volume do som ao máximo. Olhava para a parede de seu quarto, que mantinha pôsteres de bandas estranhas e sorriu para a foto dos White frogs, sua banda favorita.

Justin rolou os olhos e bateu com o livro pesado de biologia na mesa de estudos, fazendo parte de suas miniaturas cair. Abriu a porta de seu quarto com força e foi irritado para o quarto de seu irmão, que tinha a porta trancada.

"Abaixa isso, retardado!" Berrava, enquanto dava socos na porta com o punho fechado.

Esperou um pouco e só notou que o irmão aumentara o som ainda mais, o que lhe parecia algo improvável de acontecer, e mordeu a boca ao perceber que só tinha uma opção.

Andou a passos curtos até as escadas, descendo-as correndo e chegou em frente ao escritório do pai, batendo na porta incessantemente até ouvir a permissão para entrar.

Limpou os pés num tapete – que Deus, ele não sabia por que estava ali – e ficou em pé em frente à mesa onde o pai lia jornal. Percebendo que se não falasse, o pai também não o faria, ele começou:

"Pai, mande aquela besta deficiente desligar aquele som!" Ordenou, autoritário.

"Justin..." Gerard abaixou o jornal, dobrando-o cuidadosamente e fitou o filho quase com desdém. Torceu os lábios finos e ergueu as sobrancelhas. "Não fale assim de seu irmão."

O garoto franziu a testa e bateu com o punho sobre a mesa do pai, fazendo com que o porta retratos em que Gerard estava com os filhos debruçar-se sobre a mesa. Gerard o ajeitou enquanto Justin continuava:

"Pai, o Brian não me deixa estudar! Mande ele desligar o som!" Gritou a todos os pulmões e grunhiu algo em frustração por faltar-lhe o ar um pouco, o fazendo contar até três e respirar fundo.

"Calma." Gerard pediu, entediado.

Já estava acostumado com as constantes indisposições dos gêmeos, mesmo que isso fosse algo que sempre lhe estressava. Todos os dias os filhos brigavam por algum motivo banal, e quando não tinham motivos para brigar, eles brigavam porque estavam entediados.

Justin olhou para o pai desafiador e pôs as mãos na cintura, com o semblante bravo, mesmo que bastante sensível em seus 9 anos. Bateu o pé no carpete e ficou olhando para o pai, que não esboçava reação nenhuma.

"Você vai dar um jeito nisso?" Perguntou, fungando um pouco.

"Sim, vejamos..." Gerard levantou-se e foi com o filho a tiracolo falar com o outro gêmeo.

Enquanto caminhava, tentava conversar com o filho sobre como dois irmãos deveriam se portar, sobre amor fraternal e o valor da família. Justin apenas rolava os olhos para as argumentações do pai, pensando no que seu pai poderia saber sobre ter irmãos, se ele sempre foi filho único.

Parou em frente à porta do quarto de Brian, que continha um adesivo colado com os dizeres: 'Não perturbe' e 'Cuidado, cão raivoso'. Gerard respirou fundo antes de bater nela duas vezes.

"Brian!" Gerard chamou calmamente. "Abra a porta!"

O grande barulho de som, no entanto, não cessou e Gerard, já aborrecido – pois ele já não tinha muita paciência há alguns anos - , mudou o tom de voz.

"Brian Arthur!" Socou a porta inúmeras vezes até o som ser desligado e seu filho abrir a porta irritado.

"O que é?" O garoto olhou para o pai, perguntando com ignorância, principalmente por ser chamado pelo seu nome duplo que odiava.

"Brian, seu irmão quer estudar, ouça música um pouco mais baixo." O pai pediu, sem realmente demonstrar algum interesse.

Brian olhou para Justin com desdém e lançou-lhe um sorriso sarcástico, recebendo outro em troca e fez uma careta enquanto coçava o nariz, dando de ombros.

"Ele é um nerd babaca, quero mais é que exploda." Disse sem medir palavras, e quando ia fechar a porta, Gerard a segurou com força e cerrou os olhos.

"Não aumente mais essa droga de som, ou eu tiro seu computador, Ipod, câmera digital e celular."

Brian olhou para o pai espantado e logo os olhos de criança se encheram de lágrimas e ele arfou dolorosamente. Olhou mortalmente para Justin e novamente para o pai.

"Eu te odeio! Odeio vocês dois! Queria morar com a minha mãe!" E fechou a porta do quarto, batendo-a com toda força que tinha.

Gerard suspirou e olhou para Justin, que olhava para a porta do irmão. Não entendia como os filhos podiam ser tão diferentes entre si e principalmente, diferentes dele próprio.

"Por que você não nos deixa escolhas? Brian quer morar com a mamãe, eu poderia continuar aqui com o senhor, pai." Justin questionou Gerard calmamente, mas com uma ponta de indisposição na voz.

Gerard começou a caminhar novamente em direção ao escritório e foi falando com o filho, que o seguia. Torceu as mãos uma na outra, estalando um tanto os dedos e pensando a respeito.

"Lindsey acabou de se casar novamente. Vocês sabem disso." Suspirou e olhou seu relógio. "Ray deve estar chegando." Olhou novamente para o filho e sorriu um tanto, mostrando seus dentes amarelados de cigarro. "Vai ver o jogo do papai?" Perguntou, com um tanto de expectativa, o que era bastante raro.

Justin olhou o pai com pesar e arrumou seus óculos, piscando um tanto os olhos para poder medir suas palavras.

"Tenho que estudar, sinto muito." Disse, mordendo o lábio infantilmente. "Mas vou por para gravar, bom jogo." E saiu em direção ao quarto.