Capítulo Onze - Segunda Temporada

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Frank estava sentado há horas na cama de seu quarto de hotel. Várias vezes a sua mãe e seus amigos tentaram persuadi-lo a sair ou a decidir se ele iria ou não embora de Jersey, porém, passaram-se 3 dias e nada. Ele comia no quarto calado, vezes deixou alguns de seus conhecidos dividirem com ele a companhia.

Pensava em como descobrir o que se passava em seu coração. Em descobrir por que o beijo que recebeu no dia da festa dos veteranos tinha sido tão chocante e por que seu coração disparava toda vez que ele se lembrava do assunto. Toda vez que levava os dedos até a sua boca e imaginava que era a boca de Gerard que o fazia.

Estaria louco? A razão havia abandonado o seu corpo e ele não era mais uma pessoa sã? O que significava seu pensamento flutuar em coisas passadas que ele se recusava a aceitar? Por que ele não conseguia dizer com ênfase e certeza que não havia gostado daquele beijo?

Porque ele havia gostado. Frank havia adorado cada segundo e gostaria de estar vivendo aquele momento do beijo para todo o sempre. Ele pensou que se a sua vida pudesse se resumir a um momento, aquele seria o momento e ele tinha certeza que tudo podia acabar depois que ele não ligaria.

Mordeu o lábio; sua mãe entrou no quarto e lhe afagou o cabelo, o fazendo bufar e balançar a cabeça em negligência. Ele esperou que ela se sentasse para poder começar a falar.

"O que estou suposto a fazer?" Perguntou a ela e Linda o olhou. A mulher deu um sorriso e passou carinhosamente a mão pelo joelho do filho.

"Você foi à escola, este foi o primeiro passo." Disse. "Jared me disse que...que você encontrou Gerard, isto é verdade?" Frank assentiu, respirando fundo. "Acho que foi uma grande prova de força, meu filho."

"O que estou suposto a fazer?" Perguntou novamente, desta vez com mais ênfase. "Por que eu sinto que ainda resta algo que me... que me impede de deixar este lugar?"

"O que falta do seu passado, Frankie? Onde as suas mágoas ainda moram? Onde você depositou esperança e fé? Por onde você se perdeu? Há alguma coisa ou pessoa ou... lugar que você tenha estado e que precisa voltar a ver?"

Ele olhou a mulher ao seu lado e a encarou por alguns momentos, afirmando como quem entendia do que se tratava. Levantou-se ligeiro e vestiu uma camisa de moletom, correndo até a porta e saindo, nem notando que esquecera de passar maquiagem no seu rosto.

Ele desceu do táxi que pegara e olhou para os lados, não reconhecendo o lugar aonde foi parar.

"Tem certeza que é aqui?" Perguntou ao taxista e este assentiu. "Pode me esperar um minuto?"

O motorista fez que sim e Frank desceu do veículo, olhando um enorme prédio que estava rodeado de várias casas. Ao redor, ele notou, não havia nenhum resquício do vazio que aquele lugar era há um tempo atrás. Aproximou-se do prédio, tocando o cimento gelado e suspirando. Aquele prédio estava no local onde um dia fora a cabana onde ele e Gerard tiveram vários momentos juntos.
Ele encostou a testa contra a parede e fechou os olhos, nem se importando com o fato de que algumas pessoas saíam e entravam naquele edifício a todo momento. Aquele lugar, um dia, fora seu lugar favorito, onde juras de amor e promessas foram trocadas e onde ele se entregou pela primeira vez a alguém. Ao homem que amava.

"Deve ser um sonho." Sussurrou contra o pescoço de Gerard, a sua respiração fazendo cócegas no rapaz. "Eu estou sonhando?"

Gerard balançou a cabeça, negando. Virou o rosto e olhou o rosto de Frank por um momento antes de beijá-lo longamente. O corpo estava suado e o de Frank também e eles haviam acabado de fazer amor pela primeira vez. Gerard mordeu os lábios rosados de seu amante várias vezes durante o beijo, fazendo Frank corar e fechar fortemente os olhos.

"Deve ser um sonho." Desta vez, Gerard disse, acarinhando o rosto de Frank com as duas mãos. "Você é um sonho."


Um sorriso saudoso estava no rosto de Frank ao se lembrar do quanto foi feliz e seus olhos brilhavam, meio como se não agüentassem mais chorar e apenas lhe davam a sensação. Era nesses momentos que Frank conseguia perdoar tudo o que passou. Lembrar o fazia esquecer a dor e apenas recordar com doçura o quão apaixonado e amado uma vez no passado ele foi. Tocou uma última vez o prédio que soterrou o que um dia foi sua moradia nos fins de tarde de sua adolescência e saiu andando vagarosamente.

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