Capítulo Seis - Segundo Temporada

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Imagine uma multidão de gente, misturada a uma grande dose de seguranças despreparados para contê-las. Era isto o que havia em frente à entrada do estádio por onde a van com os White Frogs entraria. Os gritos eram tão altos que podiam ser escutados há duas esquinas do local.

Quando o carro atravessou a rua e os fãs viram, um grande alvoroço se formou e uma barreira humana impedia-os de entrar. James riu de um cartaz que dizia: James, Marry me? E Drew ficou impressionado quando uma garota ergueu sua camisa e mostrou seu sutiã que tinha escrito: Hot Drew. Cada palavra em um seio.

"Cara...!" Ele sussurrou, dando uma risada meio engraçada.

Enquanto Frank olhava meio desatento para as pessoas, achando tudo aquilo histerismo demais, chatice demais e demorado demais, ele olhou para Jared, que tinha uma expressão difícil no rosto. Aproximou-se do amigo para puxar conversa.

"Hey..."

"Hey..."

"Odeio essas fãs." Começou Frank, fazendo James reclamar algo com ele, mas Frank nem ligou. Encostou o rosto no ombro de Jared, tomando cuidado para que a tinta artística não sujasse sua camisa e sussurrou:

"Lembra da Lilly Watson?"

"Lilly Watson? Não... espere." Jared parecia pensar. "A líder de torcida Lilly Watson?"

"Essa mesma." Disse, escorregando a sua mão pelo braço de Jared. "Eu a vi ontem, no aeroporto, no meio das fãs. Você provavelmente deu autógrafo para ela e nem percebeu."

"Sério? Nossa..." Falou, dando a Frank um olhar passivo. "Lilly Watson, fã dos Frogs?"

"Ela tinha essa... garotinha. Ela não devia ter mais de sete anos, talvez menos, sei lá." Frank ainda sussurrava, mas Jared prestava atenção nele. "A Lilly estava tipo, gorda e com os cabelos meio desajeitados, sabe? Tipo uma mãe."

Jared olhou para Frank como se quisesse que ele continuasse.

"Tipo, você viu o Dave e eu vi a Lilly e meu Deus, o tempo passou, Jared. O tempo passou e nós ainda vivemos do passado. Ainda respiramos passado. Eu ainda vejo Jersey e penso em quem eu era e me sinto aquele Frank. Isso não é certo, é?"

"Acho que é assim." Jared afirmou. "Eu me sinto totalmente assim. Sinto-me até gordo, acredita?" Eles riram, fazendo James e Drew os olharem alheios à conversa. "É muito doido e sei lá, parece que não crescemos."

"É."

"O engraçado é que... não somos mais os mesmos da escola. E vemos aquelas pessoas de nosso tempo piores e nos sentimos bem. Não que o Dave esteja mal, ele está ótimo, mas cara, ele é prefeito! E ele tem três filhos. Não sei se invejo ou se tenho pena dele."

"Era no que eu pensava também." Respondeu Frank. Ele parou de falar quando a van conseguiu entrar na arena e pigarreou. "Lilly Watson era uma das muitas pessoas daquela escola que me zuavam. Ela costumava me chamar de esquilo ridículo junto com aquela Lynz."

"Nossa, aquela cretina..."

"O engraçado era que eu nem ligava. Era tudo diversão, estávamos bem a certa altura, não é? Apesar de tudo..."

"Apesar de tudo..." Repetiu Jared com um sorriso.

"No fundo..." Disse, fungando um tanto. "Jersey mexeu comigo, sabe? Muito. Ver esses rostos conhecidos é um teste. Sei lá, me sinto todo errado nessa cidade e ao mesmo tempo é como se eu pertencesse a ela. Ou como se ela me pertencesse."

"Soa bem." Jared sorriu e Frank fez que sim. "Nosso passado é uma grande e incrível bola de neve que no soterras. Que coisa engraçada..."

Eles dois pareciam pensar sobre isso e Drew junto com James os olhavam de forma engraçada e curiosa, como se pensassem 'que merda esses dois estavam falando mesmo?' e esperando o resto da conversa deles na qual não participaram.

"Que merda de papo de velho." Frank falou um tempo depois.

"Né?"

"Lilly gorda e Dave prefeito. E nós que éramos bizarros naquele período..."

"Bons tempos de escola, onde éramos humilhados e nos regozijávamos disso!" Disse Jared um tanto mais alto, fazendo com que Drew e James concordassem.

"Foda-se a escola. Não aprendi nada lá que levei para a vida. Só que aqueles cretinos que se achavam o máximo hoje são pais de família infelizes que não tem orgasmos e eu sou um rock star rico!" James disse, fazendo os outros rirem e acabarem concordando com isso.

Foi um dos poucos momentos onde Frank riu de seu passado sem que ele o deixasse com uma sensação de tortura. Foi um momento histórico para a sua vida, mas acabou que ele nem percebeu.

Jared, no entanto, estava alerta àquilo e soube que era um começo. Um árduo começo, e que não havia mais saída, somente os dois tentando alcançar os objetivos de quando resolveram ir para Jersey. Objetivos diferentes, mas que no final das contas, tinham a mesma pretensão: fazê-los seguir em frente.

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