Gerard chegou em casa cansado. Segurava o troféu orgulhoso de si mesmo e queria muito mostrá-lo aos pais. Era por isso que estava feliz. Jogou a mochila no chão, perto do tapete da entrada e esticou a coluna, fazendo um barulho estrondoso.
Olhou para os lados, entrando em casa com um sorriso bonito, procurando o pai e a mãe, mas só encontrou Louise, a empregada, limpando o carpete da sala.
"Oh, Sr. Way." Ela cumprimentou um pouco mais alegre que o seu normal, devido à felicidade no rosto do rapaz. "Seus pais pediram para avisar que chegarão tarde hoje e para você não os esperar para o jantar."
O sorriso dele logo se desfez. Assentiu e agradeceu à moça, voltando até a entrada da casa para pegar a mochila e subir alguns degraus de escada até o seu quarto.
Logo que chegou ao local, trancou-se lá e encostou-se à porta, fechando os olhos. Estava decepcionado. Ele nunca tinha os pais, desde os 5 anos, quando o negócio de automóveis de Donna e Donald Way prosperara. Mesmo assim, ele não se acostumava.
Era como se os sentimentos de vitória virassem sua derrota pessoal. Como se as coisas que ele achava importantes perdessem o seu valor por não serem reconhecidas. E ele ficava tão triste por ser reconhecido por todos que conhecia, menos os próprios pais.
Pegou o troféu que tinha em mãos e colocou junto dos muitos outros na sua prateleira acima de sua cama. Mais um que eles jamais saberão por que ganhei, pensou.
Jogou-se na cama e abraçou o travesseiro, sentindo uma dorzinha fina no coração. Era pura e unicamente tristeza, ele sabia disso.
Quis ligar para Bert, mas sabia que era idiotice. Bert, que era seu ex-namorado, estava na Universidade e estava curtindo os seus melhores dias. Palavras do próprio. E foi com essa desculpa que ele desvencilhou-se de Gerard, com quem namorava há 3 anos e debandou as festas e ficadas.
Gerard sentiu-se sozinho, mas sabia que estava assim porque queria. Qualquer um para quem ele ligasse iria visitá-lo de bom grado. Ele sabia que era popular, sabia que era desejado e sabia que a maioria das pessoas da escola o queria de alguma forma: fosse como amigo, namorado ou mesmo para usá-lo para ser popular.
Mas ele estava tão saturado disso que resolveu que seria melhor ficar sozinho. Pegou um livro qualquer de sua estante e começou a folheá-lo distraído, até que o conteúdo realmente o interessou e ele ficou ali lendo como se isso fosse tirá-lo da solidão.
No outro dia, Frank chegou à escola alegre. Caminhou pelo corredor movimentado, passando despercebido por quase todos – com exceção dos moleques que implicavam com ele desde que ele se entendia por gente.
Quando finalmente alcançou seu armário, Matt já lhe aguardava, tirando algum material do seu próprio.
"Hey Matt." Cumprimentou, distraído. "Como está?"
"Frank, tem um...err... uma coisa... uma..." Matt apressou-se em passar a mão pelo cabelo de Frank e lhe tirou uma barata de plástico do local, mostrando ao amigo. "Olha o que colocaram em você dessa vez...!"
"Ao menos não é de verdade." Frank olhou para o brinquedo e riu, balançando a cabeça negativamente.
"Frank!" Matt o repreendeu.
"O que? Você acha que eu ainda ligo para essas coisas, Matt? Tenha dó." O menor abriu seu armário e olhou rapidamente para a foto de Gerard colada no fundo dele, suspirando.
"Olha para frente, você pode suspirar com o verdadeiro." Matt ralhou, apontando os atletas da escola que passavam pelo corredor. Gerard entre eles.
Frank fechou o seu armário com força e encostou-se nele, admirando Gerard caminhar. Enquanto ele e o resto do time andavam, as pessoas iam se afastando, dando espaço para eles.
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Seventeen
Teen FictionEu aprendi a verdade aos dezessete anos Que o amor foi feito para belas princesas E normalistas com pele e sorrisos claros Que se casavam cedo e então sumiam Os namorados que nunca tive As noites de suspense e charadas Eram gastas com outras m...