Capítulo 2

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Marina

Estávamos na recepção do hospital esperando uma notícia da Sra. Diana mas ninguém falava nada. Aquilo já estava me agoniando. Gabriela estava quase surtando, só sussurrava que não queria perder a mãe mas não era para tanto, eu me forçava a pensar assim.

— Amor. — Miguel disse se aproximando e me abraçando. — Como ela está?

— Não deram notícias até agora. — respondi chateada.

Murilo logo chegou e tentou acalmar Gabriela, eu não sabia o que poderia fazer para ajudar se é que tem como ajudar em uma situação como essa. Me afastei de Miguel e me aproximei de Gabriela.

— Gabi, vamos comer algo? — convidei.

— Não estou com fome. — respondeu voltando a abraçar o Murilo.

— É melhor você ir comer, se sua mãe souber que você não comeu, vai brigar contigo. — Murilo incentivou.

— Você acha? — indagou, limpando as lágrimas.

— Claro, ela e o seu irmão estão bem. — afirmou com tanta convicção que até eu acreditei e para falar a verdade, não tinha como não acreditar.

— Vamos Mari. — disse Gabriela, me puxando pelo braço.

Depois de lancharmos, voltamos para a recepção e nos juntamos aos outros.

— Gabi, você avisou o seu pai? — Murilo indagou.

— Droga! Acabei esquecendo...— respondeu impaciente.

— Calma, é só ligar. — afirmei.

— Não, é que esqueci o meu celular. — explicou, passando as mãos nos bolsos da calça.

— Tudo bem, pega o meu. — falei, lhe entregando o meu celular.

— Não. — recusou, colocando o meu celular de volta na minha mão. — Liga você.

— E eu por que? — indaguei, erguendo a sobrancelha.

— Por favor? — pediu, me olhando e eu acabei cedendo.

Liguei exatamente dez vezes para o Sr. André mas só dava na caixa postal.

— Ele não está atendendo. — reclamei, apontando para o celular.

— Liga para o Eduardo. — Murilo sugeriu óbvio e de imediato, Miguel me encarou.

— Gabi, você liga. — afirmei entregando o celular para ela.

— Por favor, liga você. — disse e encarou o Miguel.

— É, liga você. — Miguel disse como se fosse um tanto faz mas eu sabia que não era.

— Tem certeza? — o olhei e ele assentiu sem muita vontade.

Liguei para o Eduardo e ele atendeu no segundo toque. 

Por que tenho a impressão de que a Gabi sabia que seu pai não iria atender e que eu teria que ligar para o Eduardo?

— Alô? Eduardo? — indaguei, quando ele atendeu mas não disse nada.

— O que aconteceu? Você só me liga quando algo ruim acontece. — disse com seu jeito irônico.

— É que eu só preciso falar com você quando essas coisas acontecem. — devolvi friamente.

— Hum, bom saber disso. — afirmou.

— Olha, eu nem queria falar com você, tá entendendo? Só liguei porque sua mãe está internada e seu pai precisa saber, desculpa se te incomodei! — exclamei com raiva.

A Escolha Certa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora