Capítulo 14

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Marina

Tive um final de semana horrível, há tempos não tinha insônia mas dessa vez tive e foi a pior. Eu estava namorando e com raiva de um cara solteiro que ficou com uma garota também solteira. A errada da história sou eu mas mesmo assim, eu não conseguia entender porque eu não aceitava ser a errada, não é questão de orgulho, é que eu me senti traída. Será que quando ele me via com o Miguel era assim que se sentia? Por Deus, doeu demais! Se bem que se ele sofresse tanto como diz, não estaria beijando outra... ou estaria?

— Marina? — minha mãe me chamou.

— Diga. — passei a mão no rosto com força com a intenção de que mais nenhuma lágrima caísse.

Começar o dia chorando é desperdício.

— O que aconteceu com você? — arregalou os olhos e correu para me abraçar.

— Noite mal dormida. — dei de ombros.

— Vocês terminaram? 

— Você acredita que não? Estávamos quase lá mas ele quis tentar mais uma vez e eu não protestei. — desviei o olhar.

— Não machuque esse rapaz. — disse enquanto mexia em meus cabelos. — Eu sei que parecia que eu não gostava dele no início mas nunca tive nada contra, só tenho contra esse relacionamento porque eu sei que não vai dar certo, não adianta insistir em algo que não vai para frente e é isso o que vocês estão fazendo, você mais do que ninguém sabe o quanto isso é verdade, o Eduardo voltou...— disse mas eu a interrompi.

— Ele só voltou agora, não posso simplesmente deixar o Miguel de lado por causa dele. — afirmei.

— Ele teve motivos para ir. — defendeu de uma forma... como se soubesse de algo.

— Motivos que até hoje não fez questão de me contar. — fechei a cara.

— Espere...— disse pousando a mão no meu ombro.

— Você sabe o quanto sou péssima em esperar. — olhei no fundo dos olhos dela e pude ver que ela sabia de tudo, só não poderia me contar e eu a entendia, afinal, essa não era a função dela.

— Ok, se arrume. — se levantou.

— Não tenho aula hoje. — sorri.

— Tem duas e você vai mesmo assim. — me encarou e eu sorri.

— Estou me sentindo na primeira série. 

— Parece mesmo. — gargalhou enquanto balançava a cabeça negativamente.

Me arrumei rapidamente e peguei carona com o Murilo que também estava levando a Gabriela. Olhei pelo retrovisor e ela estava com uma expressão tão abatida que eu fiquei mal só de olhar, mas deixei para perguntar o motivo em outra hora. Assisti a bendita aula e só tive uma pois o outro professor inventou de faltar. Achei Júlia e Gabriel, pensei em ir embora mas optei por me juntar à eles.

— Oi. — sorri, jogando minha bolsa no colo do Gabriel.

— Virei seu empregado? — ergueu uma sobrancelha.

— Que bicho mordeu ele? — indaguei para Júlia.

— Esse aí quando acorda mal humorado...— balançou a cabeça negativamente.

— Hoje, já basta eu de mal humor. — revirei meus olhos e peguei minha bolsa do colo dele.

Quando me virei para ir embora, senti a mão do Gabriel me puxando.

A Escolha Certa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora