Capítulo 32

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Acordei da melhor forma, estando ao lado da pessoa que eu mais amava. Que sensação boa, sentia meu peito transbordar de tanto amor que eu sentia pelo idiota mais lindo do mundo. Do meu mundo. Não me preocupei em ver as horas, nem nada, apenas o abracei forte e permaneci assim.
— O que foi, minha linda? — Eduardo indagou ao se afastar.
— Nada... ou melhor, tudo. Você é incrível, eu amo você e essa noite foi... Foi incrível! — sorri ao ver sua expressão de preocupado se desmanchar e o sorrisão surgir.
— Quer casar comigo?
— Nós já vamos nos casar. — ergui a sobrancelha, sem entender o porquê do pedido novamente.
— E eu vou continuar perguntando todos os dias, enquanto o sim estiver estampado nos seus olhos e não só vindo da sua boca, eu saberei que não importa o que acontecer, nosso amor vai durar e isso ninguém vai mudar. — disse e eu sorri, tocando levemente meus lábios nos seus.
— Já falei que quando você fala assim, me lembra o meu pai Fernando? Desculpa quebrar o clima, mas é que é tão estranho, não sinto mais a presença dele tão constante como antes.
— Eu lembro de você me dizer isso uma vez, fico feliz de te lembrar alguém que você ama tanto. — disse sorrindo. — Mas isso é coisa da sua cabeça, eu tenho certeza que ele sempre estará no seu coração.
— Sim, não discordo, mas antes eu sentia como se ele ainda estivesse aqui, entende? E agora... Parece que ele está se distanciando aos poucos.
— Acredite, não está. — disse, depositando um beijo na minha testa e se levantando. — Vamos?
— Não quero ir. — afirmei e ele riu, voltando a se deitar no colchão.
— Daqui alguns meses, estaremos mais juntos do que imaginamos, mas agora, preciso ir para a empresa, não é porque meu pai é meu chefe que não corro o risco de ser demitido. — disse todo debochado e eu ri.
— Ok, vamos.
Antes de sairmos, tomamos café da manhã ali mesmo e por tudo ser tão ao ar livre, me sentia confortável demais e com isso, eu já sabia onde eu queria que fosse a cerimônia do nosso casamento.
Eduardo me deixou em casa e eu fui para o meu quarto, onde deitei na minha cama e peguei um retrato que estava no criado mudo. Era eu e meu pai, aquela foto me trazia boas lembranças. De repente, me bateu um sentimento de culpa. Senti que quanto mais eu me aproximava de Luckmann, mais eu sentia Fernando se distanciar. Ao mesmo tempo, não sei explicar, mas toda essa aproximação com Luckmann me deixava muito bem, apesar de ainda não conseguir chamá-lo de pai, mas isso era questão de tempo...
Ouvi a voz dele, como se estivesse na sala de estar e eu não duvidava disso, sempre no horário do almoço, ele passava pra me ver, me apressei em descer, já que ele não tinha muito tempo.
— Se ela estiver dormindo, eu volto a noite, não quero atrapalhar. — ouvi ele dizer.
— Não estou dormindo. — afirmei ao chegar no último degrau da escada.
Ele se virou surpreso e sorriu. Me aproximei e nos abraçamos, o carinho que tínhamos um com o outro era muito evidente, mesmo sendo tão recente.
— Eu vim te chamar para almoçarmos juntos, tirei uma hora a mais do trabalho hoje. — contou e eu sorri, aceitando de imediato.
Quando vi para qual restaurante estávamos indo, eu tive uma crise de risos. É besteira, mas ter em mente que passei a noite ali com o meu noivo e agora estava com Luckmann indo almoçar no mesmo local... queria muito saber a reação dele caso descobrisse, mas do jeito que ele estava demonstrando ser, eu ficaria viúva antes do tempo.
— Do que está rindo? — indagou enquanto ria junto, sem nem saber o porquê.
— É que esse restaurante é o meu preferido. — foi o que consegui dizer e ele me olhou extremamente desconfiado, mas riu e foi estacionar.
Todo o pessoal do restaurante me cumprimentou e Luckmann não parava de me observar.
— A noite estava do seu agrado? — um dos garçons indagou, mas não foi como os outros, parecia ter deboche no tom dele.
— Como assim a noite? — Luckmann indagou olhando para o garçom e logo depois, desviando o olhar pra mim.
— Eu e Edu jantamos aqui. — expliquei sem dar detalhes, é claro.
Após o quase incidente, almoçamos como de costume e conversamos sobre os mais variados assuntos. Ele queria porque queria que eu desse uma chance a empresa, mas sinceramente? Não me via fazendo o que eles faziam, pelo menos, não naquele momento.
Enquanto Luckmann buscava o carro no estacionamento, fiquei na entrada esperando.
— E aí. — disse o garçom linguarudo.
— Aconteceu algo? — indaguei estranhando seu modo de me olhar.
— Nada, você não é a Marina?
— Sim, sou eu e quem é você?
— O garçom, já esqueceu? — respondeu com o mesmo tom de deboche de antes.
— Eu sei, estou perguntando se me conhece. — expliquei e revirei meus olhos.
— Sou de Nova Petrópolis também, lembro de você lá mas nunca conversamos. — disse e eu o olhei, tentando reconhecer mas nenhum resultado. Desde quando sou tão ruim de memória?
— Ah, eu não lembro de você, mas e aí? Está gostando daqui? É tudo ao contrário de Nova Petrópolis.
— Sim, estou gostando, vim com o meu pai, olha ele vindo aí. — apontou e quando eu olhei, devo ter ficado de todas as cores possíveis. Senti o suor em minhas mãos e meu coração acelerar. Não podia ser.
— O que vocês vão fazer? — consegui indagar antes de começar a ter uma crise de pânico, o ar já faltava em meus pulmões.
— Calma, maninha. — disse me segurando enquanto colocava uma arma apontada pra minha cintura e sorria pra todos que estavam ali, como disfarce.
— Oi filha, estava com saudades do papai?
Várias perguntas surgiram na minha mente. Por que ele não estava mais preso? Por que veio atrás de mim novamente, sabendo que não sou sua filha? Por que tudo isso estava acontecendo?
— Me deixa em paz, por favor. — implorei.
— Calma, se ficar quietinha, não irei fazer nada. — disse o garçom, enquanto me empurrava, me fazendo caminhar cada vez mais longe da entrada do restaurante.
Avistei Luckmann em seu carro em frente à entrada, onde minutos atrás eu estava. Gritei o mais alto que pude. Assim que ele me viu, desceu do carro e correu em minha direção.
— Esse babaca você aceita como pai? — o monstro indagou e deu gargalhadas. — Se ele abandonou sua mãe, acha que não vai abandonar você?
— Cala a boca, seu infeliz! — Luckmann disse mas antes que pudesse acertar o monstro, o monstro mirim mostrou a arma apontada para mim.
— Se der mais um passo ou fazer qualquer outra coisa, eu atiro nela. — o monstro mirim ameaçou e Luckmann deu um passo para trás. Ele piscou pra mim, como se dissesse "confie em mim".
— NÃO FAZ ISSO! — gritei ao ver que o monstro sacou a arma e atirou em Luckmann ao vê-lo tentar se aproximar de mim. O monstro mirim me soltou e os dois saíram correndo ao ver que todos do restaurante foram para fora ver o que tinha acontecido. Os seguranças vieram até nós, querendo ajudar, mas, eu os expulsei, obrigando-os à ir atrás dos dois monstros que estavam conseguindo fugir. Me aproximei de Luckmann e ele estava inconsciente, liguei pra uma ambulância e a demora que estava fazendo era torturante. Ele sangrava muito e eu não sabia o que fazer, estava tão desesperada que não consegui pensar em nada. Só estranhei quando me senti abraçada, algo dentro de mim afirmava que tudo daria certo.

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Oi, oi! Capítulo novo e jajá tem mais um, podem aguardar! Espero muito que gostem e conto com a participação de vocês nos comentários e nos votos. Obrigada! ❤

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