Capítulo 25

198 18 10
                                    

Marina

Semana pior que a minha dificilmente existiria, com exceção das pessoas que têm doenças incuráveis. Agradecia a Deus por estar bem fisicamente mas não queria estar tão estragada emocionalmente. Acordar e ir dormir pensando em uma pessoa só era para ser bonitinho mas definitivamente não é, pelo contrário, é algo deplorável que eu não desejaria nem para o meu pior inimigo. Estava tão frustrada, pensei várias vezes em ir atrás do Eduardo, nem que fosse para jogar na cara dele que mais uma vez não estamos juntos por culpa dele, mas ele não me atendia e me evitava a todo custo, então que tudo continue como está. 

Passei o dia jogada na minha cama, montando uma playlist que provavelmente me deixaria pior mas eu havia tirado o dia para isso. Cada música que tocava era como uma ferida que se abria e fechava, abria e fechava, e assim sucessivamente... 

O relógio marcava 2:15PM, Felipe disse que me chamaria para almoçar, porém, isso foi há três horas e meia. Guardei meus fones de ouvido quando ouvi um barulho estridente vindo da sala, saí de fininho com o celular em mãos e com o número da polícia discado, pronto para uma ligação. Ao chegar no quinto degrau da escada, meus olhos se arregalaram e minha boca se formou um "O" com toda aquela cena, a mesinha de centro estava virada de cabeça para baixo, alguns vasos quebrados e os quadros que haviam fotos da minha mãe com Felipe, minha com eles e com Murilo também estavam quebrados e aparentemente de propósito, os únicos salvos eram os que continham eu e minha mãe. Das duas, uma: um furacão passou por aqui ou um maluco entrou na minha casa.

— FEEEEEELIPE! — gritei mas não obtive resposta. — FELIPEEEEE! — gritei novamente.

Felipe apareceu logo depois, sério como jamais vi. Algo estava acontecendo, ou melhor, algo terrível estava acontecendo.

— O que aconteceu? Por que parece que um furacão passou por aqui? — indaguei, adicionando uma de minhas teorias que eu precisava acreditar que era a mais válida.

— Eu acho melhor você sair daqui. — disse ignorando minhas perguntas.

— Quer que eu vá para onde? — ironizei.

— Daqui a pouco, saberá. — disse um homem armado surgindo atrás do Felipe e mirando em sua cabeça.

— Quem é você? — indaguei assustada, meu coração acelerou de uma forma devastadora, senti as lágrimas deslizarem pelo meu rosto e meu corpo congelar instantaneamente.

— Calma, não farei nada com você. — disse com sinceridade. Sinceridade que me assustava. 

— Então para de mirar essa arma no Felipe. — implorei.

— Eu falei que não farei nada com você, não disse nada quanto a ele. — piscou enquanto empurrava Felipe que mantinha uma expressão séria em seu rosto.

— Por que está fazendo isso? — indaguei, apoiando uma das minhas mãos no corrimão da escada.

— Eu não queria mas ele quer me impedir de fazer algo que eu preciso fazer. — contou enquanto mantinha a arma na cabeça do Felipe e os olhos fixos em mim, com certa admiração.

— O que... o que você... quer fazer? — indaguei pausadamente, me arrependi logo depois mas a pergunta já havia sido alta o suficiente para que ele escutasse.

— Levar você daqui. — disse sorrindo.

— Por que? Eu nem te conheço. — a confusão em minha mente estava formada.

— Não conhece porque a maldita da sua mãe me negou isso! — rosnou enquanto desviava os olhos mas logo, os fixou em mim novamente e sua expressão de raiva foi substituída por uma expressão calma e satisfatória. — Mas deu tudo certo, já está valendo a pena tudo o que eu precisei fazer para conseguir chegar até aqui, a propósito, você está linda, não pensei que ficaria tão linda. — sorriu amigavelmente.

A Escolha Certa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora