Capítulo 4

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Eduardo

Depois de algumas semanas me preparando, lá estava eu dentro do avião rumo ao meu lar. Durante todo o vôo, senti o suor em minhas mãos. É como se algo me esperasse. Algo bem além do que eu sabia que estava esperando.

— Chegamos. — Wendy me cutucou.

Wendy e Ronald estavam parados na minha frente, todos já haviam saído do avião, restando apenas nós três.

— Por que não me avisaram antes?

— Você parecia tão concentrado. — Ronald deu de ombros.

— Eu falei para te avisar mas ele ficou dizendo que você precisava de mais tempo. — Wendy explicou, visivelmente irritada com Ronald.

— Como você aguenta ela? — Ronald me olhou.

— Do mesmo jeito que aguento você. — revirei os olhos.

Durante todo o trajeto até a minha casa, tive que aguentar Wendy e Ronald se alfinetando. Eu sabia que estava rolando algo mas como era uma coisa deles, resolvi não me meter.

Assim que chegamos, me deparei com uma faixa de "seja bem vindo" na sala. Não havia dito que horas chegaria, então presumo ter chegado antes do que imaginaram. Enquanto Wendy e Ronald brigavam por um quarto de hóspedes, sendo que haviam três disponíveis, fui até a cozinha e vi minha mãe conversando com Gabriela.

— Ela não quer saber dele, mãe. 

— Mas ela o ama, eu sei disso.

— Como pode ter tanta certeza?

— Você devia reparar mais no modo como ela fica quando falamos dele.

— É verdade, quem diria que tanta implicância resultaria nisso. 

— E quem diria que eu pegaria vocês duas de fofoquinha. — falei de supetão e ambas levaram um susto.

— Meu filho, desde quando está ai? — minha mãe indagou colocando as mãos na cintura e franzindo a testa.

— O bastante para saber que vocês ainda torcem por mim e pela Marina. — ergui a sobrancelha e elas riram.

— Faz muito tempo que chegou? — Gabriela indagou enquanto me abraçava.

— Não muito. — respondi me afastando de Gabriela e abraçando a minha mãe.

— Você deveria ter ligado, estragou a surpresa! — minha mãe exclamou fechando a cara e balançando a cabeça negativamente.

— Relaxa, só o fato de terem pensado em fazer uma recepção para mim, já me deixa bastante surpreso. — ironizei.

— Nossa, ingrato! — Gabriela exclamou me dando um tapa.

— Eu sei que você sente minha falta. — apertei-a em um abraço.

— E os seus amigos? — minha mãe indagou.

— Bom, se não tiverem se matado, devem estar escolhendo um quarto. — contei e ambas me olharam assustadas. 

— Onde você fez essas amizades? — minha mãe indagou surpresa.

— Não levaram a sério, não é? — ergui a sobrancelha. — É que eles se gostam mas não admitem.

— Tipo você e a Marina no início? — Gabriela cruzou os braços.

— Um pouco pior, eu acho. — afirmei pensativo.

— Tá para existir pior do que vocês. — retrucou, revirando os olhos.

A Escolha Certa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora