Capítulo 35

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Acordei com Lavínia se mexendo no meio da cama, olhei para frente e levei um susto ao ver que Laura e Henrique estavam na porta nos observando.

— Bom dia, doidos. — falei rindo. Me levantei e peguei Lavínia, logo entreguei para Laura. — O que estavam fazendo?

— Só observando. — Laura disse rindo e eu fiquei sem entender.

Deixei Eduardo dormindo e fui me arrumar e tomar café. Ao voltar para o quarto, Eduardo continuava na mesma posição dormindo. Deitei ao seu lado e o beijei.

— Bom dia, amor. — ele disse ainda sonolento e bocejando.

— Descansa, amor, não precisa levantar agora. — afirmei alisando seu peitoral.

— Deita aqui comigo. — pediu todo fofinho e eu sorri, voltando a beijá-lo.

— Tenho compromissos agora, mas a noite sou toda sua. — afirmei e ele me lançou um olhar malicioso que me fez arrepiar no mesmo momento.

— Promessa é dívida.

— Nem vai precisar cobrar.

Fui até o hospital e encontrei Joyce, amiga de Gabriela, que logo liberou minha passagem mas antes que eu entrasse no quarto, ela me alertou que um dos "bonitões" estava ali, olhei e era o Fernando, esperei ele sair, mas estava demorando. Enquanto isso, fui visitar a garotinha que havia sido atropelada, ela era uma gracinha, por volta dos sete anos, seus cabelos compridos e seus olhinhos puxados eram um charme que combinavam perfeitamente com seu sorriso e com suas covinhas.

Me sentia mal quando olhava para ela, era uma judiação um ser tão inocente passar por essas coisas ruins, ela não melhorava por nada e eu queria tanto poder ajudar.

— Oi, quem é você? — indagou uma moça que pelas características físicas, deduzi ser a mãe da garotinha.

— Oi, me chamo Marina, desculpa entrar assim, é que quando ela foi hospitalizada eu estava aqui e ainda me sinto sensibilizada. — confessei voltando a olhar para a menina.

— Desculpe-me, eu sou a mãe dela e como não te conheço...— disse sem graça.

— Tudo bem, não culpe os seguranças, vim aqui na verdade tendo liberdade para entrar no quarto ao lado. — contei.

— O moço baleado? — indagou e eu assenti. — Ele foi baleado pelos mesmos homens que atropelaram minha pequena. — disse aproximando-se da filha e segurando sua mão. Malditos!

— A senhora pode ter certeza que esses homens serão presos e nunca saíram de lá. — afirmei com raiva.

— Você os conhece? — ergueu uma sobrancelha e eu preferi dizer que não.

— Mas vão pagar por isso, a justiça tarda, mas não falha. — afirmei e ela concordou com a cabeça.

Saí e fui para o quarto de Luckmann que já estava sozinho. Segurei sua mão e ela estava tão gelada, fiquei o observando e realmente, éramos parecidos. Eu nunca havia entendido o porquê da minha mãe, meu pai Fernando e Murilo serem quase loiros albinos e eu ser parda do cabelo escuro, mas ali na minha frente havia a resposta. Éramos muito parecidos fisicamente.

Ouvi a voz alterada do Fernando, beijei a testa de Luckmann rapidamente, não podia perder tempo.

— Estou indo, mas eu volto pai. — falei de uma vez e me surpreendi, era a primeira vez que havia o chamado de pai e saiu tão espontaneamente.

Corri de lá e peguei o rumo contrário ao de Fernando, sentia meu coração bater mais forte, já que se ele descobrisse poderia tomar providências maiores. Ainda não entendia o porquê disso tudo, era muita babaquice mas uma hora ele iria perceber.

A Escolha Certa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora