Capítulo 6

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Marina 

— Me deixa, Gabriel. — pedi, me cobrindo e virando para o outro lado.

— Está na hora de acordar, estou sendo legal ainda. — disse e continuou me cutucando.

— O que eu fiz para merecer você? — indaguei, virando de barriga para cima e respirando fundo.

— Você que me chamou para vir. — deu de ombros.

— Não precisa jogar na cara, já estou arrependida o suficiente. — brinquei.

— Eita. — disse se fazendo de ofendido.

— Deixa de ser besta. — falei rindo e lhe dando um tapa no braço.

— Se arruma logo, passo aqui em meia hora. — avisou vestindo sua camiseta.

— Como assim? Aonde vamos? — indaguei totalmente perdida.

— Chá de fralda do sem nome. — disse rindo.

— Não fala assim dele. — o repreendi, cruzando os braços e franzindo a testa.

— Me desculpe por zoar o seu cunhado. — disse todo debochado.

— Tá desculpado. — falei e ele começou a rir. — O que é?

— Falei que ele é seu cunhado e você concordou. — disse e eu não sabia onde enfiar a cara. — Tá de boa, prometo não contar para o Miguel. — disse rindo e me dando um beijo na testa.

Assim que o Gabriel foi embora, fui em direção ao banheiro, afim de me arrumar. Enquanto passava rímel, fiquei pensando em tudo o que estava acontecendo comigo e meus pensamentos sempre iam até uma pessoa. Eduardo. Não conseguia parar de pensar nele um segundo sequer, sentia que estava traindo o Miguel por conta disso mas se tem uma coisa que não dá para evitar são os pensamentos. 

Já reparou que às vezes, você não vê a pessoa há meses ou até anos, não sente saudade e nem nada do tipo mas mesmo assim, ela surge nos teus pensamentos? Pois é, ninguém tem culpa. Pensamentos são involuntários. Temos culpa pelo que falamos mas nunca pelo que pensamos, temos culpa até pelo que sentimos porque querendo ou não, nos permitimos sentir mas os pensamentos vão além disso, ainda que você não queira, você vai pensar porque até não pensar exige o pensar. Confuso, não?!

Gabriel estava atrasado e se digo isso é porque ele realmente está, afinal, eu já terminei de me arrumar e ele ainda não chegou, isso raramente acontece. Enquanto esperava, fiquei andando de um lado para o outro e lembrei do que havia acontecido na noite anterior. Uma parte de mim dizia que havia sido apenas um sonho, a outra parte dizia que eu tinha que ir até o escritório e essa dúvida começou a me corroer. Não consegui me conter, aproveitei que estava sozinha e fui até o escritório. As lembranças da noite passada vinham em minha mente, me guiando até onde eu iria encontrar e foi exatamente assim que achei a gaveta trancada mas a chave foi mais fácil de encontrar e ter a certeza de que não havia sido um sonho.

— Meu Deus...— sussurrei olhando a arma.

— Marina? — Gabriel me chamou enquanto batia na porta.

— Pode entrar. — falei, assim que consegui fechar a gavaeta e colocar a chave no local de antes.

— O que estava fazendo? — me olhou desconfiado.

— Nada. — dei de ombros.

— Então, vamos? — estendeu a mão enquanto olhava para todos os lados do escritório, vendo se estava tudo no lugar, suponho.

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