Capítulo 19

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Marina

Estávamos todos no auditório da faculdade, esperando os equipamentos serem instalados para que pudéssemos começar nossas apresentações. Eu estava nervosa pra variar, nunca gostei de apresentar para multidões, não que houvesse muitas pessoas na minha sala mas com o auditório liberado para que todos pudessem assistir as apresentações, logo o lugar estava mais cheio que lojas em época de black friday. Fiquei ensaiando o que eu ia falar em um cantinho reservado enquanto sentia o suor em minhas mãos e testa, o local estava insuportável de tão abafado e para ajudar, Fernanda e Valéria acabaram de entrar e conseguir lugares na primeira fileira. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Gabriel, pedindo que ele viesse o mais rápido possível. Quando enviei a mensagem, fiquei olhando as outras conversas e me deparei com a janela de conversa do Eduardo, a última mensagem fui eu quem enviei às 10:00AM do dia anterior, ele havia visualizado mas nem fez questão de responder, mas o que mais me irritou é que eu liguei várias vezes e ele recusou todas as chamadas. Eu já estava no meu limite, queria mandar todo mundo ir para aquele lugar, minha ansiedade estava presente me fazendo pirar até que ouvi meu nome sendo anunciado pelo professor responsável pelo seminário.

— Marina Blosfeld. — chamou enquanto olhava para todos os lados do local, me procurando. Pensei em sair dali, ainda dava tempo mas eu tinha que enfrentar por mais que meu estômago estivesse embrulhando de tanto nervosismo. — Marina Blosfeld! — chamou mais uma vez. Repensei e levantei a mão, indo ao seu encontro enquanto todos batiam palmas. — Fique tranquila. — sussurrou quando me entregou o microfone. 

Eu comecei a falar e o microfone tremia juntamente com as minhas mãos, consegui chegar onde eu queria e fui bem objetiva, passou alguns slides, o que facilitou minha explicação até que senti um impacto sobre mim. Era uma bolinha de papel. BOLINHA DE PAPEL. Olhei para a primeira fileira, os olhares e risadas de Valéria e Fernanda as denunciavam, além delas, ninguém mais riu, estavam ocupados demais prestando atenção na minha apresentação. Respirei fundo três vezes e retomei o assunto, até que o professor começou a me questionar sobre algumas explicações e de três, consegui responder duas mas a última foi o meu limite excedido. Senti meu estômago indo até a minha boca e voltando. Avisei que precisava sair e pela expressão que fiz, o professor me liberou rapidamente e eu corri. Após o incidente, fiz o que eu precisava, incluindo lavar o meu rosto diversas vezes, e me recuperei. 

— O que aconteceu? Não sabia a resposta? — Gabriel indagou desconfiado com os braços cruzados. Parei onde estava e o encarei de volta.

— Eu estava muito nervosa...— expliquei.

— Já foi ao médico? Não é normal colocar tudo pra fora diariamente. — afirmou e continuou me encarando.

— Gabriel, pode ir direto ao ponto, sabe que não suporto enrolação. — afirmei erguendo uma sobrancelha, exigindo com o meu olhar que ele falasse suas suspeitas ou seja lá o que ele quisesse falar.

— Marina, você está grávida? — indagou fixando seu olhar no meu, provavelmente achando que eu não seria sincera.

— Você tem problemas mentais? — debochei e ri, porém, ele permaneceu sério. — É claro que não, eu nunca me entregaria para o Miguel porque não o amo e nem para o Eduardo porque ainda estou com o Miguel. — falei fixando mais ainda o meu olhar no dele, logo ele abriu um sorriso e me abraçou.

— Assim que você saiu, Fernanda começou a falar que você está grávida. — Júlia disse assim que me viu. — Vou te ajudar a quebrar a cara dela. — afirmou com raiva e eu ri.

— Calma, não vou fazer nada, ela que se dane. — dei de ombros.

Fomos os três para a lanchonete e Fernando nos esperava em uma mesa, tive que passar pela mesa das vadias para chegar até a minha mesa, eu ia relevar tudo até que ouvi Fernanda falar e senti meu sangue ferver, me fazendo voltar.

A Escolha Certa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora