Capítulo 17

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Marina

Passei mal durante toda a madrugada, não lembrava de ter comido algo fora do prazo. Miguel havia passado aqui e confesso que fiquei muito surpresa, ele estava sendo o amigo que eu precisava naquele momento, até ele voltar do meu banheiro e começar a agir estranho, chegando há recusar o meu convite de passar a noite aqui. Ele nunca recusou! 

Mesmo sem nenhuma disposição, me levantei assim que o despertador tocou. Me arrumei rapidamente e acrescentei alguns remédios dentro da bolsa. Peguei meu celular e vi que tinha uma mensagem de um número desconhecido. As ameças vão continuar? Eu estava começando a me irritar com tudo que vinha acontecendo, essas ameaças não paravam de chegar e já fazia mais de anos. Por Deus!

Peguei carona com o Murilo e quando percebi a ausência da Gabriela vi a grande merda que eu tinha feito. Havíamos marcado dela fazer os outros testes na minha casa e eu estava indo para faculdade. Eita memória boa!

Mandei uma mensagem, avisando que assim que eu chegasse da faculdade, avisaria para que ela fosse até a minha casa. Confesso que estava muito ansiosa para saber se seria titia ou não. Júlia me ligou, pedindo para que eu a esperasse na entrada e assim eu fiz, minutos depois Gabriel e Fernando chegaram, fiz com que eles também esperassem a Júlia.

— Pelo que a conheço, vai demorar um ano! — Fernando afirmou, cruzando os braços e encarando as esquinas, provavelmente na esperança de que Júlia chegasse logo.

— Calma. — pedi. — Falta quinze minutos ainda.

— E ela vai usar todo esse tempo e mais um pouco. — Gabriel retrucou.

— Silêncio, Gá. — pedi, fazendo o sinal do silêncio com o meu dedo.

— E ainda manda eu calar a boca. — Gabriel reclamou e balançou a cabeça negativamente. Sorri e me aproximei, o abraçando como pedido de desculpas.

Fernando e Gabriel estavam certíssimos quanto ao atraso de Júlia, esperamos por trinta e sete minutos. Sim, trinta e sete minutos! Chegamos atrasados mas pelo menos, chegamos juntos. Não queria andar sozinha ou só com a Júlia pela faculdade, correndo o risco de ser presa por matar a Valéria ou a Fernanda. Se eu tentasse algo do tipo, a Júlia, com certeza, me apoiaria e me ajudaria a matar as duas, diferente do Gabriel e do Fernando, que me segurariam e pra ser sincera, eu contava com isso. 

As aulas foram encerradas para que tivéssemos o nosso curto intervalo. Eu estava sozinha, a faculdade era enorme e eu não conseguia achar o bloco dos meninos que também haviam sido liberados, eu só sabia onde o da Júlia era mas infelizmente, ela estava terminando um trabalho para entregar na próxima aula, sendo assim, só iria nos encontrar no final do intervalo. Estava toda distraída quando senti um perfume conhecido, me virei de uma vez e dei de cara com o Miguel.

— Oi! — falei sorrindo e o puxando para um abraço.

— Está melhor? — indagou friamente mas ainda sim, a preocupação estava estampada em seu rosto.

— Até agora, sim. — respondi e ele assentiu, se retirando logo depois. — Ei! — exclamei enquanto segurava o capuz de sua jaqueta.

— O quê? — ergueu uma sobrancelha.

— Está tudo bem? — indaguei estranhando.

— Está sim, por que não estaria? Você tem algo para me contar? — indagou de uma vez e eu dei um passo para trás.

— Eu não sei, você está estranho e não, não tenho nada para contar até porque se tivesse, já teria contado. — deixei claro e ele assentiu me lançando um olhar que seria capaz de despir a minha alma naquele momento.

A Escolha Certa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora