Capítulo 23

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Marina

1 semana depois...

Acordei com uma ansiedade fora do normal, minha cabeça doía tanto e meus pensamentos estavam bagunçados demais. Me levantei e fui até a janela do meu quarto, abri e um vento forte veio de encontro ao meu rosto, fazendo meus cabelos voarem e meus olhos se fecharem. Olhei para o relógio no criado mudo que marcava 4:30AM. Era a terceira vez que eu havia levantado durante aquela madrugada. O jantar que Miguel me convidou era naquele dia, e a cena dele dizendo para Fernanda que me pediria em casamento não saía da minha cabeça. Depois da decepção que tive com o Eduardo beijando a Wendy, não nos falamos mais, porém, fiz várias tentativas de término com o Miguel mas nunca cheguei ao fim, me sentia fraca demais para tomar tal decisão. Eu ia acabar ficando sem ninguém, tinha isso em mente mas por fim, esse parecia ser o menor dos meus problemas. 

Deixei a janela aberta, me joguei na minha cama e peguei meu celular, por incrível que pareça, Gabriel era a única pessoa do meu ciclo de amizade que estava disponível. Era como se ele fosse um anjo na minha vida e sempre que eu precisava, ele estava por perto. Sempre mesmo. Eu não iria saber o que fazer se ele tivesse continuado se afastando de mim como estava no ano passado. Passamos o restante da madrugada conversando e tudo o que eu falava, ele corrigia e me aconselhava. Eu era muito sortuda por tê-lo em minha vida. Posso não me dar muito bem no amor, mas nas amizades é completamente diferente, tenho o dom de conseguir manter as melhores pessoas na minha vida.

✖✖✖

O relógio marcava 6:30PM, Júlia estava me ajudando a escolher uma roupa enquanto eu chorava de raiva por ser tão fraca.

— Amiga, é melhor você dizer que não vai, até porque se você aparecer lá com essa cara de enterro, vai ser pior. — disse e se aproximou, me abraçando e automaticamente, eu chorei mais.

— Parece que já é o dia do casamento, não estou com um bom pressentimento. — confessei enquanto, inutilmente, tentava secar minhas lágrimas.

— Tem certeza que não quer ficar aqui? — indagou com um olhar de pena e não era só ela que sentia isso por mim, eu também estava sentindo pena de mim.

Meu celular que estava até então em minhas mãos vibrou, anunciando uma mensagem do Miguel.

— É ele? — indagou e eu assenti. — O que ele disse? 

— Que passa aqui pra me buscar às 7:30PM. — respondi e dei um sorriso fraco. — E então? Qual roupa você me sugere? — indaguei me levantando e secando minhas lágrimas.

— Essa aqui seria perfeita. — apontou para um vestido bem simples e preto.

— Eu usei esse vestido no enterro do meu pai. — contei e a olhei.

— Então, realmente serve para a ocasião. — piscou e eu não aguentei, acabei gargalhando.

— Meu Deus! — exclamei, enquanto balançava a minha cabeça negativamente. — Agora é sério, qual? — indaguei olhando para as pilhas de roupas que se encontravam no tapete e na minha cama.

— Ok, que tal esse? — indagou pegando um vestido social azul marinho com um decote generoso e um decote mais elevado na parte de trás, olhei umas duas vezes e não parecia nada mal.

— Pode ser. — afirmei.

— Vai tomar um banho que daqui a pouco, os meninos vão vir aqui me buscar. — avisou.

— Todos foram convidados? — ergui uma sobrancelha.

— Sim, inclusive o Eduardo. — disse e eu gelei.

A Escolha Certa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora