Capítulo 12

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Eduardo

Há meses, eu não dormia tão bem. Não tive dificuldade alguma para conseguir dormir, estava me sentindo leve e tão feliz. O que a Marina havia dito na noite anterior, ecoava na minha mente. Eu a amava mais do que tudo! Sabendo que os sentimentos não mudaram, nada iria me impedir de lutar por ela, por nós. Não me importava que o Miguel estivesse com ela no momento, não ia durar muito. Se não tem amor, não tem sentido algum permanecerem juntos.

Ouvi alguém bater na porta e me levantei para abrir.

— E aí? — falei para Wendy que estava com uma cara nada boa.

— Preciso conversar. — disse me empurrando para dentro do quarto e batendo a porta com o pé.

— O que houve agora? — ergui uma sobrancelha.

— Ronald está estranho. — disse abaixando a cabeça e se sentando na minha cama.

— Já perguntou pra ele o que está acontecendo? — indaguei o óbvio.

— Edu, você acha que se eu tivesse perguntado, estaria aqui agora? — me fuzilou com os olhos.

— Se você foi grossa com ele como está sendo comigo, duvido se ele contaria. — afirmei e os olhos dela encheram d'água.

— Eu o odeio com todas as minhas forças! — exclamou fechando os olhos e cerrando os punhos.

— Então por que se importa? — indaguei, me segurando para não rir.

— Dá pra parar com esse sarcasmo? — indagou limpando as lágrimas e me observando. 

— O que foi agora? — a encarei.

— Está diferente, o que aconteceu? — indagou com os olhos semicerrados.

— Pô, tu veio aqui pra falar do cara ou pra ficar me analisando? — indaguei sem humor.

— Nossa, desculpa. — ergueu as mãos em forma de rendição.

— Depois descubro o que ele está aprontando, agora pode ir. — apontei para a porta e ela saiu bufando.

Não entendo esses dois... ou melhor, entendo sim mas deixa pra lá.

Assim que cheguei na sala, percebi que Ronald estava bem arrumado, eram poucas as vezes que ele se arrumava assim, eu o conhecia, tinha garota no meio.

— E aí. — falei e ele me encarou.

— E aí. — disse seco.

— Aconteceu algo? — indaguei estranhando sua reação.

— Nada, cara. Nada. — respondeu. 

Ouvimos um toque, era o do celular dele. Ele saiu para o quintal e eu fui para a cozinha, estava tomando um copo de água quando Wendy entrou com tudo na cozinha.

— Edu, Edu! — exclamou sorrindo.

— O que foi? — indaguei sem dar muita importância.

— Acabou de chegar uma garota aí, acho que é a Marina. — disse erguendo as duas sobrancelhas.

Praticamente joguei o copo na pia e sai em direção ao quintal com a Wendy ao meu lado. Quando chegamos, a Marina não estava ali, só a Júlia e o Ronald no maior papo. Estranhei pois como ela confundiria a Marina com a Júlia? As duas são totalmente diferentes...

— Tem certeza que viu a Marina? — indaguei, olhando-a mas ela parecia estar hipnotizada vendo os dois conversando.

Eles pareciam conversar sem maldade alguma até a Júlia rir e dar um beijo na bochecha de Ronald. Assim que Wendy viu o ato, me beijou, empurrei-a com delicadeza.

— Isso é criancice. — afirmei, balançando a cabeça negativamente.

— Eduardo...— ela sussurrou apontando para atrás de mim.

Quando olhei, vi que a Marina estava ali e pela sua expressão, entendeu tudo errado. Eu a conhecia, ia chorar há qualquer momento mas me surpreendi, quando ela se despediu normalmente do Ronald e da Júlia. Tentei correr atrás dela mas ela fechou o portão e correu como se fosse parente do Bolt. Fui atrás dela mas vi quando o Miguel a abraçou e à levou para casa. Esperaria um pouco. Com certeza se negaria a me ver agora.

Voltei para a casa e vi que Júlia já havia ido embora também mas Ronald estava sentado na grama, me fuzilando com os olhos. Assim que me aproximei, ele se levantou e acertou o meu rosto com seu punho.

— Porra! O que foi? — indaguei enquanto passava a mão no local onde ele me acertou.

— Precisava daquilo? — indagou com raiva.

— Eu sei, a Marina não merecia ter visto aquilo. — confessei, balançando a cabeça negativamente.

— Você é um egoísta! — exclamou e quando foi me acertar novamente, o segurei.

— Qual é, pra que isso tudo? Pegou amizade tão rápido assim com ela? — indaguei enquanto me afastava e o soltava.

— Você não é burro, então não aja como tal. — disse como se estivesse decepcionado e saiu, me deixando a sós com os meus pensamentos.

Marina com certeza estaria me odiando agora, principalmente depois de ter dito que ainda a amo, o que não é mentira mas na cabeça dela, agora estaria sendo. Me levantei e fui almoçar, precisava ir para a empresa. 

A Escolha Certa 2Onde histórias criam vida. Descubra agora