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  Doe***



- Tanner, primeiro eu quero saber sobre nós, sobre William, Will.. - eu estava um pouco em choque antes de lhe perguntar sobre isso.

Tanner bateu as mãos sobre os joelhos.

- Então vou começar do início. - ele disse em algum tipo de sotaque estranho. Eu levantei uma sobrancelha, não tenho certeza de como reagir a sua marca de humor. Ele olhou para o tapete e continuou. - Você e eu estamos juntos desde que éramos pequenos. Se você pegar o atalho, é apenas uma caminhada de cinco minutos entre as nossas casas. Nossas mães eram próximas antes da sua decidir que vodka é um amigo melhor do que as pessoas. Fomos em todas as classes juntos enquanto crescíamos. Nós costumávamos fingir que nos casamos em nosso castelo quando éramos pequenos. Outra de nossas amigas fingiam ser o reverendo. Ela mesmo até cortou uma das camisas Hugo Boss do pai dela para fazer suas "vestes sagradas" e ficou de castigo por uma semana, e depois que seus pais disseram aos nossos, ficamos os três sem nos ver pelo verão inteiro. - Tanner riu nervosamente. Ele descansou o queixo sobre a palma de sua mão e suspirou. - É uma sensação muito estranha tentar nos explicar para você.

- Posso te assegurar que ouvir isso é provavelmente mais estranho. — eu admiti.

Tanner lutou para iniciar novamente, mas ele respirou fundo e continuou.

- Nós estávamos quase com quinze anos quando Will... aconteceu. Nós tínhamos originalmente planejado esperar para fazer... para fazer... as coisas fisicamente, até que aconteceu. — ele parecia aflito quanto bateu o tênis no chão. - Mas então eu fiquei doente. Doente de verdade. — ele se virou para mim. - Leucemia.

Eu não sabia como reagir sob as circunstâncias, então lhe dei um pequeno sorriso e disse:

— Eu sinto muito.

Ele apertou os lábios e continuou:

- No dia em que me disseram que eu nunca poderia ver a nossa formatura, nós mudamos nossos planos. Nós éramos jovens e estúpidos, mas nós dissemos nosso próprio faz de conta e prometemos um ao outro aqui neste quarto. - mesmo que a história que ele estava dizendo estava puxando cordas do meu coração, eu me senti removida disso. Como se não fosse parte de mim.

Tanner coçou a cabeça e olhou novamente pela janela aberta.

- Eu prometi para sempre esmagar Cheetos em seus sanduíches e você prometeu que não ia me esquecer quando eu morresse. E então nós... - ele parou desajeitadamente, mas se recuperou rapidamente, — ...e então nós fizemos William. - ele sorriu de novo, desta vez um grande sorriso orgulhoso que me disse que ele estava realmente feliz com o que tinha feito.

E que nós tínhamos feito.

- Esta noite estou realmente esperando que você vá se lembrar um dia, porque eu podia esta à porta da morte, mas foi de longe a melhor noite da minha vida. - concluiu Tanner. Ele cruzou as mãos no colo e com o queixo ao peito, ele olhou para mim, esperando minha resposta.

Sem saber o que dizer eu disse, a primeira coisa que me veio à mente:

- A coisa do Cheetos eu continuo a fazer. - eu admiti.

Tanner me ofereceu um pequeno sorriso e ainda uma menor risada. O peso emocional do que parecia ser a parte mais importante da nossa história juntos, obviamente pesou sobre ele fortemente.

- Você ainda está doente? - perguntei.

Ele balançou a cabeça.

- Não. Para desgosto de seu pai, eu sobrevivi. Pouco depois de descobrimos que você estava grávida, eu fui aceito em um programa de tratamento experimental na França. Até o momento que William nasceu eu estava de volta para casa e ficando melhor a cada dia. Eu ainda tenho que tomar algumas pílulas, aqui e ali, mas o câncer se foi e agora eles acham que eu vou viver para sempre, como um vampiro, ou melhor ainda, como um mutante. - disse ele, cruzando os olhos e apontando a sua língua .

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