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  Doe***

Eu fechei a porta do meu quarto e pressionei minha testa contra ela. Devastação não explicaria como eu me sentia. Harry estava morto e eu tinha perdido minha única amiga, porque eu era estúpida o suficiente por pensar que eu poderia usar uma certidão de casamento como uma ferramenta para conseguir o que eu tão desesperadamente queria.

Uma família. Uma família real que eu escolhi, assim como eu tinha escolhido Harry e Louis.

Deixei escapar um grito frustrado e cerrei os punhos, batendo na porta até que eu estava exausta. Esfreguei meus lábios para apagar o gosto de Tanner até sentir arder.

- Tire a porra das roupas. - uma voz profunda e rouca resmungou.

A consciência tomou conta de mim como uma eletricidade estática. Engoli em seco e virei meu rosto manchado de lágrimas da porta. Centenas de anos poderiam passar sem ouvir isso e eu ainda saberia exatamente a quem a voz pertencia.

Harry surgiu a partir do canto do quarto, a sombra que caia longe de seu corpo como uma imagem sendo lentamente puxada para fora.

- Você sabe que eu não gosto de me repetir, mas para você, eu vou fazer apenas uma vez, pequena. - ele parou na minha frente e olhou para baixo, os olhos ardendo de tanto luxúria e ira. - Tire a porra das roupas.

- Você está vivo... - eu sussurrei quando meu coração batia no meu peito.

"Eu estava imaginando isso? "

- Você está prestes a descobrir quão vivo eu realmente estou. - ele caminhou na minha direção. - Você e eu nos comunicamos melhor quando estou dentro de você e não há muito que eu tenho a dizer. Então, ao invés dessas perguntas e respostas que vai nos levar a porra de um monte de nada, vamos fazer isso de uma maneira que eu já sei que funciona.

- Eu pensei que você estivesse morto. - meu peito arfava com o medo e o desejo. Minha pele se arrepiou, meus mamilos doeram.

- Você estava de luto quando aquele garoto tinha a língua na sua maldita garganta? - Harry alcançou para o meu lado, segurando o dedo que segurava o anel de Tanner. - É a sua dor a razão pela qual você está usando isso?

Eu arranquei meu dedo de sua mão e coloquei minhas mãos contra seu peito. Minha intenção era o afastar, mas assim que eu fiz contato, eu não poderia deixar isso passar. E eu não quis. Eu aguarrei sua camisa em minhas mãos. O alívio que senti por ele estar vivo estava sendo substituído por minha raiva pelo seu tom acusatório.

- Eu pensei que você estivesse morto! - eu repeti.

Ele falou em meu cabelo, seu hálito quente contra o meu couro cabeludo.

- Oh, pequena. Tenha certeza que até mesmo a morte não poderia me manter longe de você.

Eu inalei, sentindo seu perfume. Eu tinha sentido falta da familiaridade do seu cheiro quase tanto quanto eu sentia falta dele.

- Eu nunca pensei que eu o iria ver novamente. Eu fui até o clube. O pai de Niall foi a pessoa que me disse que você estava morto.

Harry balançou a cabeça lentamente de um lado para o outro.

- Ele vai ter o que merece. - ele estreitou os olhos. - Assim como você. - ele disse tão baixo e profundo que eu senti suas palavras irem ao meu âmago.

- O quê?

- Você realmente acha que seria tão fácil se livrar de mim? Pelo amor de Deus, eu me lembro como é quando estou dentro de você! Você acha que eu posso simplesmente esquecer isso? Você acha que eu não venho tentando há semanas me convencer de que é apenas meu pau que você sente falta? Porque eu vou te dizer, nada me faria mais feliz do que ser capaz de me livrar desta fodida mágoa, agora. Bem aqui! - Harry bateu em seu peito com o punho fechado. - Às vezes eu desejo que eu possa simplesmente esquecer tudo, mas eu não posso! E eu não vou! Porque eu não quero te esquecer jamais. E me congratulo com esta dor porque me lembra de que você é real. - mordi o lábio tão forte que eu podia sentir o gosto de sangue na minha boca.

Harry falou enquanto caminhava em direção a mim, me apoiando ainda mais nas sombras até que minhas costas estavam conectadas com a cômoda. Ele colocou as mãos na parede em torno de mim, me enjaulando, se inclinando até que estávamos olho no olho.

- Eu não sei por que você está se segurando tanto, pequena, quando seu corpo está claramente me dizendo que você ainda é minha. - diz Harry me inalando, como eu fiz com ele. Fechando os olhos, ele esfregando o nariz em toda a minha linha da mandíbula. - Você o ama? - ele perguntou, mordiscando meu pescoço com os dentes.

- Sim. - eu admiti. Harry recuou e fez uma careta. Eu esclareci. - Nunca foi um amor como ele pensou que fosse, como ele queria que fosse. Eu o amava como meu melhor amigo, não como o que eu sinto... - seus olhos procuraram os meus, aguardando ansiosamente o resto da minha resposta. - Semanas se passaram sem uma única palavra, e você aparece do nada, se esgueira para o meu quarto e manda que eu tire a roupa no dia que eu ... - eu não poderia terminar a frase.

Eu não poderia dizer as palavras que eu não queria que fossem verdade. Porque Harry estava vivo... E eu era casada.

- Se casou, caralho! - Harry terminou para mim. Suas narinas abriram. Ele se virou com os punhos cerrados, como se estivesse procurando algo para perfurar. Ele colocou as mãos sobre a cabeça, frustrado. - Eu assisti toda a porra do carro lá fora. Eu sei tudo.

- Puta merda. - exclamei.

Harry rosnou.

- Você parece ter esquecido quem diabos eu sou, pequena. Então, eu vou te lembrar. - ele pressionou seus quadris contra o meu. - Eu sou o homem que tomou você contra a sua vontade e lhe algemou na porra da minha cama. Eu sou o homem que você queria, então eu mantive você. - ele levantou uma sobrancelha. - Você realmente acha que você tem uma escolha quando se trata de ser minha?

Harry me levantou sobre a cômoda e se empurrou entre as minhas pernas, forçando-as. Ele segurou meus pulsos atrás das costas forçando meus ombros para trás e empurrando meu peito no seu. Meu vestido subiu ao topo das minhas coxas. Harry tirou uma mecha de cabelo atrás das orelhas e se inclinou para mim, seus lábios apenas um sopro de distância dos meus. O quarto estava ficando quente. Eu não conseguia respirar. Eu precisava... Eu não sei o que eu precisava.

- Sem mais perguntas. - ele disse.

Eu abri minha boca para argumentar.

- Pare de falar, merda. - ele ordenou.

Harry me levantou do armário, me carregou e me colocou na frente do espelho de corpo inteiro que estava pendurado na porta do armário. Ele estava atrás de mim. A cabeça mais alta do que a minha e me superando em cinquenta quilos, nossas diferenças nunca tinham sido mais evidentes. Seu jeans escuro e a camiseta escura eram um contraste gritante com meu traje branco. Minha pele muito pálida ao lado de sua pele que estava quase toda tatuada. Meu cabelo loiro com o seu castanho. Era uma visão que fez meus joelhos fraquejarem. Porque, embora o reflexo no espelho fizesse nossas diferenças óbvias, ele também me fez ver o quão bem nós dois nos encaixávamos.

- Você vê isso? - disse Harry, seus braços em volta da minha cintura, falando para o meu reflexo. - Você vê como essa porra funciona? Como nós nos encaixamos? - ele empurrou meu casaco dos meus ombros e ele caiu no chão. Ele me girou e pegou um espelho de mão para fora da mesa e a segurou na minha frente, da mesma maneira que ele fez quando ele estava mostrando a um cliente a sua nova tatuagem.

- Você vê isso? O que essa merda diz? - ele perguntou. Apontando para a tatuagem que ele tinha me dado. Que eu acabei de colocar em plena exibição para meu pai e Tanner.

- Ela diz " Eu não quero repetir a minha inocência, eu quero o prazer de perder tudo de novo. É uma citação de F. Scott Fitzgerald."- eu respondi.

- Não. - ele empurrou minha cabeça, deslocando minha perspectiva de uma visão um pouco de lado. - Me diga de novo. Olhe por fora do ciptograma! O que diabos essa merda diz?

- Harry... - eu sussurrei. - Diz... Harry the King.

- Isso bebê, essa porra diz que você é minha.

CONTINUA...  

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