Prólogo

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  Harry***



O tempo médio do encarceramento de um criminoso reincidente é de seis meses. Eu só estava fora há três meses.

Eu esperava encontrar Maggie naquele carro. Em vez disso, encontrei algemas que tilintavam em torno de meus pulsos e o porco imbecil teve a audácia de rir quando ele apertou meus punhos ao ponto de doer. Eu não estremeci, Porra. Eu não lhe daria essa satisfação.

Ele pressionou minha cabeça para baixo e me empurrou com força para a parte de trás do carro. Cai no banco e meu rosto bateu contra o estofado que cheirava a vomito e mijo das más decisões tomadas de quem ali ficava. Minhas mãos formigavam com a perda de fluxo sanguíneo. E o filho da puta teve sorte que eu estava sem poder para usar meus punhos.

Três anos, Porra! Eles já me tiveram por três malditos anos e eles iriam me prender por muito mais tempo?

Sequestro não era exatamente recompensado com um leve tapa nas costas, especialmente para alguém cujo registro é tão longo quanto o meu. Eu prometi que eu nunca ia voltar, mas manter minhas promessas é apenas mais uma das coisas que eu nunca fui bom em fazer.

Eu estava dando um foda-se, pra essa merda. O sistema poderia me ter. Eu pertencia a eles, mas eles não me possuiriam, de jeito nenhum. Eles nunca iriam me possuir, porra.

Ela me pertence! Seu coração e a sua fodida alma negra.

Eu poderia andar até a porra da fila de comida de merda com um sorriso de comedor de merda no meu rosto, usando meu macacão laranja todos os dias em um algum lugar filho da puta. Vou iria jogar cartas com o pior dos piores e fazer bonito com os guardas que estão dispostos a me tirar alguma folga. E a noite, quando estivesse sozinho na minha cela sem janelas, com meu pau na minha mão, eu me lembraria como era ter ela em minha cama. Eu me lembraria como os seus olhos arregalados e inocentes olhavam para mim enquanto eu me movia dentro dela. O jeito que ela arqueava as costas para mim enquanto eu a fazia gozar uma e outra vez.

Eu me repeti dizendo que eu não tinha nada para oferecer a ela, mas isso não era verdade. Eu tinha amor, porra.

Pequena. Doe. Ray. Seja qual for seu fodido nome. Eu a amo mais do que aquilo era é normal, racional, ou algo assim e eu ficaria feliz em apodrecer na prisão de merda com um sorriso no meu rosto se eu soubesse que a minha menina ficaria bem.

Porra. Como eu não pude saber disso? Eu deveria ter desconfiado que o filho da puta iria me trair, caralho.

- O notório Harry Styles! - disse o porco com um sorriso quando ele entrou no banco da frente, ele fechou a porta e ligou o motor. - Eu achava que você teria aprendido a lição por agora, garoto.

Ele riu e balançou a cabeça. Era óbvio que esse cara estava recebendo algum tipo de prazer doentio de ser o único a me colocar fora de ação.

- King. - eu o corrigi, desafiadoramente.

Ninguém me chama de Harry, só ela, Porra.

- Como? - ele perguntou, levantando uma sobrancelha para mim através do espelho retrovisor.

Me sentei em linha reta, encontrando seu olhar com o meu, como se eu estivesse olhando direto para sua alma do caralho.

- Eles me chamam de King, filho da puta.

A raiva dentro de mim cresceu para proporções épicas. Foi quando notei que o detetive não virou para a estrada principal, mas em vez disso, seguiu direto para o caminho através dos bosques.

Esse cara não era a porra da polícia. Avistei a arma, ele a colocou sobre o banco. Era um justiceiro, sua arma não era padrão da polícia. Esse cara não estava me levando para uma delegacia. Ele estava me levando para a terra.

Então não havia tempo a perder. Minhas meninas precisavam de mim. E mais do que isso, eu precisava delas.

O idiota tinha me algemado na frente. O que deveria ter sido o primeiro indício de que algo estava errado. Um policial de verdade nunca teria feito isso a menos que ele estivesse transportando um criminoso não violento. Nesse caso, não era eu.

Usando a corrente que ligava minhas algemas, eu as prendi no pescoço do falso detetive contra o encosto de cabeça e puxei de volta com toda a minha força, até que senti que meu bíceps fossem explodir.

Suas mãos deixaram o volante e se debateram, enquanto ele tentava puxar a minha cabeça, mas eu me esquivei, me abaixando atrás do assento.

O carro desviou do caminho e saltou de um lado para outro quando ele entrou em um lugar com mato até o joelho.

Eu pressionava mais e mais o pescoço do filho da puta. Eu não o liberei até que o carro parou e cada polegada de vida dele havia drenado de seu corpo.

O falso policial estava certo; eu nunca seria nada mais do que o notório Harry Styles. E essa fama é boa para mim, porque o senador tinha uma lição a aprender.

Você não toma o que é meu e não espere senão pagar em sangue, suor, ou buceta.

Ele pegou a minha menina. Ele queria levar a minha vida. Filho da puta. Seu pagamento seria no sangue.


CONTINUA...  

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