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  Doe ***

Eu encontrei Tanner sentado no telhado da casa flutuante.

- Você sabe, eu estou começando a pensar que foi você quem fez o senador manter este monte de ferrugem. - eu disse. - Você está sempre aqui.

Tanner se virou. Havia uma tristeza evidente em seus olhos, mas havia algo mais também. Algo que eu não podia identificar.

- William queria vir te ver, mas na hora que ele chegou aqui ele estava cansado, então Nadina se ofereceu para colocá-lo para uma soneca. Achei que você viesse mesmo até aqui, mais cedo ou mais tarde. - Tanner suspirou. - Este lugar é provavelmente o meu lugar favorito no mundo, você sabe. Nós três passamos todo o nosso tempo aqui quando éramos crianças.

A única coisa que eu poderia fazer por ele foi ouvir, porque ao longo dos últimos meses ele tinha feito a sua parte de me ouvir.

- Quero pedir desculpas, sobre a festa. Aquilo não foi certo. Eu não estava certo. - ele colocou as mãos em cima de sua cabeça e soltou um suspiro. - Eu não deveria ter ido junto com o senador e seu discurso, especialmente quando eu soube que seu coração não estava nisso. - ele olhou para o céu e fechou os olhos como se estivesse reunindo seus pensamentos. Ele se virou para onde eu estava no banco. - Eu só queria que fosse verdade. Eu me empolguei. Sinto muito, Ray.

- Você não tem que se desculpar. Eu sinto que estamos sempre pedindo desculpas um ao outro. - eu disse. - Provavelmente porque nós estamos. - ele pulou do telhado para o cais. Ele parou na minha frente com as mãos nos bolsos da frente da calça jeans. - Eu sei por que você está aqui.

- Você sabe?

- Você está indo embora. - disse Tanner deslocando seu peso de um pé para o outro.

- Sim, eu estou. - eu respondi. - Nunca me senti bem aqui e quanto mais eu me lembro, mais eu sei que é a decisão certa eu ir.

- Ele está vivo. Você vai voltar para ele. - disse Tanner. Não era uma pergunta. Era uma declaração.

- Como você sabia? - perguntei.

- Eu o vi ontem à noite.

Mordi o lábio inferior.

- Sim, eu vou voltar para ele.

Tanner sacudiu a cabeça e descansou sua testa na palma da mão.

- Eu acho que isso muda tudo.

- Se eu aprendi alguma coisa ao longo dos últimos seis meses, é que a família pode significar tantas coisas diferentes. Só porque não estamos juntos, não significa que não podemos ser uma família, Tanner. A família é o que você faz, o que você quer que ela seja.

- Isso não é verdade, porque eu quero que seja você. - disse ele, estendendo a mão para a minha e a levantando como se estivesse estudando isso. Como se ele quisesse olhar em qualquer lugar, menos em meus olhos.

- Pode ser eu. Eu ainda estarei em sua vida. Só não do jeito que você está pensando que eu deveria estar. - eu o lembrei.

- Posso assumir que ele está vindo buscar vocês dois? - perguntou Tanner. - A menos que você magicamente aprendeu a dirigir recentemente.

- Você deveria ter me dito isso antes. Eu tentei dirigir o carro da minha mãe e quando liguei o motor eu percebi que era tudo que eu sabia fazer. - eu olhei para ele interrogativamente. - Você está levando isso muito bem, Tanner.

Ele me puxou para um abraço e apoiou o queixo no topo da minha cabeça, pressionando meu rosto em seu peito.

- Eu amo você, Ray. - disse ele. Lágrimas brotaram nos meus olhos. Tanner tinha sido um bom amigo e eu realmente ia sentir falta dele, mas eu estava pronta para ir com Harry.

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